“No serviço de auto-falante”…. Tá legal, exagerei. Tá acontecendo alguma coisa com o Galo, mas não precisa fazer alvoroço quanto a isso. E o professor Milito trabalha, o professor Milito batalha, o professor Milito prova que futebol é futebol dentro do campo, não somente nos vestiários.
Tenho dito nos últimos dias, se o cara tiver tempo, ele entregará. Foram nove treinos e dois jogos, só isso. 11 dias de trabalho. Se Paulinho já voltou a meter gol, se não se fala na famigerada “Hulk-dependência”, se Arana, com duas participações em gol em cada jogo, voltou a ser o melhor lateral (não só esquerdo) brasileiro, tenho medo do que tá por vir.
Sério. O Atlético chegou a ter 88% de posse de bola em dado momento e 73% ao fim da partida na goleada sobre o Caracas. O Atlético registrou o maior índice de acertos e tentativas de passes na Libertadores nos últimos dez anos. O Atlético não fez esforço algum pra sacolar os venezuelanos. Eu realmente tenho medo de ficar mal acostumado.
O Atlético dominou o jogo, fez isso tudo e parecia que a turma não tava nem suando. Fiquei com a clara impressão que a ordem era resolver a parada logo e guardar energias para domingo. O time detectou em 10 minutos todas as fragilidades do adversário e fez o trabalho. Até agora a minha ficha não caiu. Parece que o Atlético fretou um voo pra ir bater uma bolinha na Venezuela, cumprir tabela. Mais uma vez, com o mínimo. Nem precisou do Milito na área técnica.
O time até garantiu o entretenimento. Tomou um gol no início do segundo tempo (eu sei que cê gelou, tá. Mete essa não!), pra variar, a partir da bola parada. Mas foi lá, Arana jogou a bola na área, perde e ganha, Paulinho guardou mais um e acalmou o coração da Massa. Gente, Alisson foi titular e jogou mais de um tempo sem cerimônia. O menino deu uma assistência magistral pro quase golaço de Hulk. Cadu entrou no jogo e ninguém achou estranho.
O Atlético de Milito fez na Libertadores o que o Atlético de antes deveria ter feito contra Patrocinense, Athletic, Tombense, Itabirito…. Não fosse o ponto fora da curva, a goleada sobre o Democrata de Valadares, pra lembrar quando o Galo fez pelo menos quatro gols em uma partida, precisaríamos voltar na era Coudet, contra o Cuiabá, há quase um ano, em maio passado, quinta rodada do Brasileirão. Coisa de 50 e poucos jogos.
Também não é pra se iludir, Padawan! É pra se animar, querer renovar GNV, voltar à Arena, mas não vem com esse negócio de “Barcelona das Américas”! Essas paradas, como diziam os nossos antepassados, trazem o tal do mau agouro. Não é bão mexer com esses trem. Vamos dar mais uns joguinhos, vamos conversar domingo, dentro de duas semanas….
Está nascendo um novo Galo! Vai ter gente querendo fazer o tal do “chá revelação”. Não precisa. Esse é o Galo. É Galo mesmo. É Galo na cabeça. Um time que gosta de jogar futebol, que compete, que sabe o que fazer dentro do campo e não tem medo de errar por tentar fazer o certo, tem brio, tem raça, tem coração.
–
*Este texto é opinativo, de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal Fala Galo.
Nesta quinta-feira (4), o Atlético inicia sua caminhada rumo à reconquista da América. E tudo começa mais uma vez na Venezuela, no mesmo palco do início das temporadas de 2021 e 2023, o Estádio Olimpico de la UCV.
Para chegar mais uma vez â Glória Eterna, o Alvinegro das Gerais deverá primeiro passar pelo grupo G, que conta, além dos tradicionais Rosario Central e Peñarol, com o maior campeão venezuelano, o Caracas, que vem para sua 23ª participação na Libertadores.
Maior campeão e mais rico, mas não o mais popular
Em terra onde o beisebol tem a preferência de quem consome esporte, o Caracas, que carrega o nome da capital venezuelana, é um dos dois mais tradicionais e populares clubes do país. Mais rico e com mais taças, os Rojos del Ávila perdem em popularidade para o Deportivo Táchira. Por isso, a discussão sobre qual dos dois é o maior da Venezuela nunca termina.
Fundado em 1967 como um clube amador, foi nos anos 80 que o então Caracas Yamaha emergiu no futebol local, fazendo a translação para o futebol profissional em 1984, ano que já faturou o título da segunda divisão, logo no seu debute em competições oficiais.
Fazendo bagunça na elite desde cedo, mesmo com um elenco semi-amador e passando por dificuldades para competir na nova realidade financeira, no final dos anos 80, o já Caracas FC conquistou seu primeiro título expressivo, a copa local, em 87.
Dois anos depois, quando o clube foi comprado por uma organização esportiva, houve uma mudança de patamar. O primeiro nacional foi em 1991, fechando seus primeiros dez anos na primeira divisão com quatro conquistas. Nesse período, o clube também faturou mais duas copas, chegando a três, e disputou pela primeira vez a Libertadores em 1993.
Da instabilidade à consolidação como o ‘papa-títulos’
Após a ascensão meteórica, o Caracas viveu um breve período de instabilidade no final da década de 90, voltando a conquistar o nacional só em 2001, quando iniciou uma verdadeira hegemonia, construída pelo treinador Noel Sanvicente, o mais vitorioso da história do clube.
Heptacampeão nos anos 2000, os Rojos tiveram sua grande campanha fora da Venezuela no final da década, em 2009, quando chegaram às quartas de final da Libertadores, sendo eliminados pelo Grêmio no critério do gol qualificado, após um empate sem gols no Olímpico e um 1×1 na Venezuela, sendo até os dias de hoje sua melhor participação.
Seca de uma década e volta ao topo
Na década seguinte, diferentemente dos anos 90 e 2000, o Caracas viu a hegemonia mudar de mãos, literalmente, pois foi a era do protagonismo divido entre Táchira e Zamora. Se entre 1991 a 2010 foram 16 títulos conquistados, daí até os dias atuais, o maior campeão venezuelano faturou apenas uma copa, em 2013, e um campeonato, em 2019, sua última conquista.
Crise na temporada e incerteza
Trazendo a conversa para os dias atuais, vemos um Caracas bem diferente. Em crise, o clube acaba de promover uma troca n comando técnico, saindo Leonardo González, que ficou no cargo por um ano e três meses, entrando Henry Meléndez, que tem pouca experiência no futebol profissional, mas já foi coordenador das categorias de formação do clube.
Portanto, é difícil determinar o real perigo que o time que não vence há oito jogos e ocupa atualmente a 11ª (de 14) posição da tabela de classificação do ‘venezuelanão’ pode oferecer ao Galo.
Antes da demissão de González, o Caracas era um time que gostava da bola, tendo a maior média de posse no certame nacional, mas esbarrava na falta de criatividade e apresentava muitos problemas defensivos, havendo a expectativa que isso seja amenizado com a recuperação do goleiro Wuilker Fariñez, um dos expoentes da geração vice-campeã do Mundial sub-20 de 2017.
González variava a base de seu jogo do 4-2-3-1 para o 4-4-2, com boas participações do meia Anderson Contreras e dos atacantes Ender Echenique e Edwuin Pernía, os artilheiros da equipe na temporada.
Retrospecto favorável ao Galo
O Atlético nunca enfrentou o Caracas, mas tem ampla vantagem no retrospecto geral contra clubes venezuelanos e não será a primeira vez do Alvinegro no palco da partida.
Se trata da sexta vez que o Atlético jogará na Venezuela e a terceira no Olímpico de la UCV. A estreia do Galo na edição de 2021, o empate empatou por 1×1 com o Deportivo La Guaira, também foi no local. Na ocasião, Zaracho marcou para o Atlético empatar a partida, mas o grande destaque foi Everson, que impediu que o Alvinegro voltasse à Cidade do Galo com a derrota. Na temporada passada, o empate sem gols com o Carabobo não atrapalhou o Galo a passar pela segunda fase preliminar com o 3×1 no Mineirão.
Nas três vezes anteriores que o Atlético visitou o país, voltou com três vitórias. Em 1995, nas quartas de final da Copa Conmebol, o Galo aplicou um 4×0 sobre o Mineros (já havia vencido a primeira partida por 6×0); Na fase de grupos da Libertadores de 2014, placar magro de 1×0 contra o Zamora, que também foi adversário na fase de grupos de 2019, quando, no jogo derradeiro do grupo, o Galo virou para cima dos donos da casa, voltando com o 3×2, o terceiro lugar no grupo e a vaga na Copa Sulamericana.
No retrospecto geral contra venezuelanos, contando também as cinco vitórias em cinco partidas realizadas em Belo Horizonte, são dez jogos, com oito vitórias e os dois empates no estádio da partida desta quinta-feira.
Caracas Fútbol Club Cidade: Caracas, Miranda – Venezuela Fundação: 12 de dezembro de 1967 (56 anos) Estádio: Olimpico de la Universidad Central de Venezuela Títulos: 12 Campeonatos Venezuelanos (maior campeão) – 4 Apertura, 6 Clausura – e 6 Copas da Venezuela Participações na Libertadores: 22
Uma das premissas que trouxe Gabriel Milito ao Atlético foi sua capacidade de trabalhar com jogadores jovens. Aliada à ideia do comitê de futebol da SAF de formar, captar e desenvolver mais atletas na base, a chegada do treinador argentino pode ser o casamento perfeito, mas o novo comandante terá de desafiar o histórico recente no Alvinegro.
Mudança estrutural
Com metas ousadas, incluindo o plano de chegar a ter um elenco 40% formado por pratas da casa, o Clube vem promovendo mudanças na estrutura do departamento de base, como a movimentação para colocar todas as categorias inferiores na Cidade do Galo.
Dentro do processo de captação, nos primeiros meses de 2024, diversos jogadores abaixo dos 20 anos foram contratados para terem sua formação concluída no Clube, que visa retorno técnico e financeiro.
Fatores como avaliações trimestrais de desempenho, uma padronização de variados aspectos do sub-8 ao sub-20, visitas técnicas a fóruns e a clubes europeus para a observação de novos modelos, além da busca por excelência, mostram que o Galo quer mesmo voltar a ser um grande formador.
Outro grande indicativo da virada de chave é o desejo do presidente Sérgio Coelho e do CEO Bruno Muzzi de usar parte do novo aporte na SAF para investimentos na contratação de ainda mais atletas para a base e na reforma da estrutura do departamento no CT.
A base esbarra no profissional
Mesmo antes da mudança de rota, o Atlético já vinha conseguindo descobrir e lapidar joias de valor, como Rubens, que apareceu em 2021 e se consolidou em 2023. O problema, porém, é que o sucesso do polivalente lateral-esquerdo/meio-campista em encontrar espaço é uma exceção.
Excetuando o próprio Rubens e Jemerson, nomes já consolidados, o elenco principal do Atlético tem oficialmente outros nove jogadores formados em casa: os goleiros Matheus Mendes, Gabriel Delfim e Gabriel Átila, o lateral-direito Vitinho, o volante Paulo Vitor e os atacantes Alisson, Cadu e Isaac, o que já está perto da meta. Entretanto, essa turma esbarra na falta de oportunidades.
Trazendo a análise para o comparativo feito pelo próprio Clube no documento apresentado a Milito em sua entrevista com Victor Bagy (diretor de futebol) e Rodrigo Weber (coordenador do CIGA), que tem a idade como parâmetro, a taxa média de ocupação no elenco de jogadores abaixo dos 24 anos – inclui Rubens e o recém-chegado Brahian Palacios e retira Matheus Mendes – em alguns dos principais clubes formadores do mundo está em 40% (veja abaixo). O Galo fica pouco abaixo da “nota de corte”, com 31%.
A grande diferença entre esses clubes e o Atlético não está no volume de jovens no elenco principal, está no uso. A média de utilização de jogadores abaixo dos 25 anos, com pelo menos 1.000 minutos de jogo no último ano e 3.000 minutos na carreira entre os seis clubes considerados pelo Alvinegro no estudo, também está na casa dos 40%. No Galo, o cálculo da porcentagem chega a ser desnecessário, uma vez que apenas Rubens, considerando a prata da casa, superou tal minutagem na temporada de 2023.
Minutagem dos atletas formados na base do Atlético em 2023
Na atual temporada, apesar dos jovens terem conseguido um pouco mais de espaço, o panorama não é muito diferente. Alisson, Cadu, Paulo Vitor, Isaac e Vitinho, que entraram em campo no Campeonato Mineiro, ainda precisam brigar muito pelos minutos concedidos.
Minutagem dos atletas formados na base do Atlético em 2024
Dificuldade na transição e no último estágio
Ou seja, o Galo ainda não chegou ao número que considera ideal, mas a prata da casa já consegue se inserir no elenco principal. A transição é que ainda precisa ter o ponto final, como aconteceu com Rubens.
Eduardo Coudet, inclusive, conseguiu mudar a política de que os atletas da base que treinavam com o time de cima precisavam descer de volta para disputar jogos pelas competições das categorias inferiores, o que prejudicava no processo de maturação e firmação do atleta.
Outra mudança sensível foi na função do coordenador de transição, cargo agora ocupado por Réver, que auxilia e acompanha os garotos que vão sendo integrados ao time de cima. Ao contrário do seu ex-parceiro de zaga Léo Silva, que era mais atuante na base, o Capitão América é figurinha carimbada nos treinos de seus ex-companheiros, o que permite uma monitoração mais profunda.
Mas não se trata apenas de planejar que o jovem chegue, tampouco que ele se firme. O grande plano deve comportar também o último estágio, que cada vez mais e mais jovens completem a transição definitiva, mas com tempo de jogo.
Cadu, Paulo Vitor, Alisson e Rômulo – Foto: Pedro Souza / Atlético
A título de comparação, o Palmeiras, que tem colecionado taças tanto na base quanto no futebol profissional, traçou objetivos semelhantes aos do Atlético, conseguindo cumpri-los em 2023.
No final da temporada passada, 11 dos 28 atletas disponíveis para o técnico Abel Ferreira eram oriundos das canteiras, o que representa o número de 40% que o Alvinegro também acredita ser a porcentagem ideal.
Mas, além de simplesmente ter jovens para compor o elenco, o rival do Galo nos últimos anos criou um plano para a utilização dos seus jogadores formados em casa. A ideia do Palmeiras é que, a cada temporada, pelo menos quatro jogadores da base do clube atuem no mínimo 45 minutos em dez partidas, sendo utilizados por pelo menos 450 minutos. Ao final de 2023, nove jogadores ultrapassaram a meta, o que impactou diretamente no volume de minutagem da equipe, pois cerca de 20% do tempo de jogo foi de jogadores jovens.
Quando a demanda cria a oportunidade
Com uma maratona de até 19 jogos nos próximos dois meses, não há mistério, Milito terá de rodar o elenco. Se os garotos fazem parte dele, terão de ser utilizados. Do contrário, o grupo não terá pernas para alcançar os objetivos traçados.
Será um grande desafio para o treinador, que parece mesmo gabaritado para a missão. Em sua entrevista coletiva de apresentação, quando revelou seu gosto por promover e trabalhar com os jovens, garantindo, inclusive, que Alisson e Rubens terão muitos minutos, Milito deixou claro que tem a capacidade e a vontade necessárias para contribuir com o que pretende o Clube.
A grande dúvida é se o Atlético realmente irá respaldar o treinador e os garotos, mas, principalmente, se o Clube aprendeu com os erros cometidos no passado recente, como Sávio, que, lançado talvez muito cedo, ficou pelo caminho no Galo, não conseguindo entregar nem esportivamente e nem financeiramente. Tudo isso torna a missão de Milito algo extremamente complexo. O treinador precisará impedir que os garotos subam apenas para treinar, não recebam tempo de jogo e o Clube perca em termos esportivos e financeiros, não aproveitando em campo e deixando de faturar no momento de amadurecimento do atleta, vendendo por necessidade e não pela oportunidade.
Acho que não fui o único a imaginar, durante 56 minutos, que o Galo aplicaria uma goleada categórica sobre o rival, lavaria a alma dos Atleticanos e Atleticanas e encaminharia o penta Mineiro. Até a última bola do jogo, meu sentimento ainda era de alívio e total animação. Não estou dizendo que tudo foi para o baralho naquele último lance infeliz, mas foi frustrante.
Em um parágrafo, já vimos que o sábado Alvinegro foi uma montanha-russa. Mas, se você quiser ser da turma que prefere ficar na curva baixa ou olhar lá de cima de pronta a cabeça, nem sobe no carrinho, porque daqui para baixo é só arriba. Falaremos só das coisas positivas.
Milito provou que, se ele – ou “qualquer” outro – fizer o mínimo com o elenco do Atlético, já será quase o suficiente. Antes de dizer que eu estou iludido ou otimista além da conta, reflita. Foram cinco dias de trabalho na Cidade do Galo, com seis treinamentos em campo, para que o time fizesse um primeiro tempo digno de aplausos e o êxtase estampado nos olhares de cada um dos torcedores que acompanhava o jogo.
Eu duvido que não tenha um momento que você pensou “esse é o Galo”. E não estava errado. Com cinco dias e um tempo de jogo, vimos mais do que foi apresentado nos primeiros 70 dias de temporada (contando a preparação) anteriores.
Não se valoriza quem diz ou aponta o óbvio simplesmente por ser óbvio. Vimos que o elenco do Atlético realmente é capaz de dominar os adversários, botá-los na roda, jogar em alta rotação o tempo (quase) todo, querer a bola, pressionar a marcação ainda no goleiro e, o mais importante, não precisar tomar um gol ou conseguir espaço no campo ao acaso para ser o protagonista do jogo.
Quem disse que se deve recuar depois de abrir o placar?! Você deve continuar batendo, nunca se mostrar satisfeito, colocar o oponente nas cordas, fazer com que ele abra o bico, encaixar mais e mais golpes, nocautear o mais rápido possível.
Eu sei quem lembrou ao Everson que ele é um dos melhores goleiros do país, ao Arana que ele é o melhor lateral-esquerdo brasileiro da atualidade, ao Paulinho que ele é o artilheiro do último Brasileirão, ao Hulk que ele é o melhor, mais decisivo e mais impactante jogador atuando no futebol nacional dos últimos três anos e aos demais que eles fazem parte de um dos três melhores elencos do Brasil.
Não estou dizendo que Milito não tenha cometido erros. Ele deveria ter trocado Lemos e Zaracho pelo menos 10 minutos mais cedo. O primeiro gol dos caras não foi por culpa de Jemerson, nem de Lemos e também não foi de Igor Gomes, pode botar na conta do Mariscal, que deveria ter previsto que o rival voltaria com ímpeto para tentar uma pressão inicial e instruir seus jogadores a esticar um pouco mais a saída e buscar a jogada mais segura. Porém, até nesses pontos tudo foi diferente. O Atlético errou tentando acertar e não por não saber o que fazer.
Quem disse que a coletiva pós-jogo não existe para se dar explicações do que deu certo ou errado e sobre o que foi tentado? Por que um treinador não pode jogar limpo e analisar o jogo como ele aconteceu? Qual o problema do treinador responder com paciência cada pergunta que foi feita, mesmo que tenha de ser repetitivo?
O que vimos foi o mínimo, em diversos sentidos, mas não ficou sombra de dúvida de que podemos esperar um novo Atlético daqui para frente. Um Atlético com vontade, com brio, com garra, competitivo, que ataque e defenda quando necessário, que sinta o jogo, que não se desespere, que pressione, incomode, que tenha orgulho e dê orgulho à Massa e nos represente. Acredito muito que veremos um Atlético chato em campo, não mais na beira dos gramados e na frente dos microfones.
–
*Este texto é opinativo, de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal Fala Galo.
É, eu estou falando de você mesmo. Você que disse que Coudet não era mais bem-vindo, sentiu alívio e bateu palma quando ele foi expulso da Cidade do Galo e queria que o time jogasse dentro do vestiário quando Scolari chegou para “arrumar a casa”.
Isso mesmo, lembra quando o Atlético ficou nove partidas sem vencer e você torcia mais era para o Inter cair da Libertadores para continuar tendo “razão”?! Pois é. Você que entrou na fila do perdão no final de novembro, quando o futebol de Hulk, Paulinho, Everson, Arana e companhia colocou um manto blindado sobre aquele outrora chamado de “velho” e “ultrapassado”.
Tudo bem, você também é torcedor, e cada um tem seu jeito, suas crenças, suas convicções. Eu, por exemplo, gosto do bom futebol, da boa vontade, da simpatia, da intelectualidade, do estudo, da tranquilidade, mas com energia, com entrega, com sinergia, com troca, com paixão!
Já trouxe aqui minha expectativa para o trabalho de Milito. No dia de seu anúncio, disse acreditar que o argentino só precisará de tempo e um pouco de sorte. Depois de sua apresentação, tive convicção. Eu iria esperar passar a estreia do cara, ir na boa, na parcimônia, mas o futebol é dinâmico. Estou desse jeito mesmo. Você não se encantou com o canto da sereia do Felipão? Pois eu tenho total direito de ficar animado com o fato de um treinador de futebol sentar numa cadeira e falar por uma hora e treze minutos sobre futebol.
Se eu já estava com o pensamento de dedicar total apoio e confiança ao trabalho de Milito, o cara acabou de ganhar crédito comigo. A ponto de não importar muito o que vai rolar no sábado. Óbvio, nunca quis tanto ganhar um clássico – exceto em 2014 – mas nesse fim de tarde de quarta-feira na Arena, fui lembrado que o futebol de hoje em dia é algo fundamentado nos processos. Lá em 2002 podia diferente. Em 2024? É preciso muito mais do que um bom ambiente para o trem andar.
Estou relaxado. E olha que vem uma maratona por aí, precisarei me desdobrar para dar conta da cobertura. Mas tudo bem, meu prazer em torcer pelo Atlético foi renovado e a paixão está cada vez mais forte.
Não sou capaz de discordar de uma só palavra que o Mariscal proferiu. Entendo muito bem o espanhol, é verdade, mas tive a sensação que, mesmo quem não é familiarizado com a língua castelhana, conseguiu compreender muito melhor que quem andava falando em nome do time do Galo em português.
Correndo o risco de ser taxado de passador de pano com três dias de trabalho, não posso fazer nada além de aplaudir. Tem como ficar contra um cara que quer resgatar a mentalidade vencedora do elenco, dominar o adversário com a bola, incomodá-lo nas poucas ocasiões em que ele a tiver, que garantiu tempo de jogo para Rubens e Alisson, deixou claro que irá preparar de verdade os garotos da base para que eles tenha condições de impactar no time principal, compreende a importância da saúde mental no esporte de alto rendimento e, principalmente, não tem a intenção de obrigar os jogadores a fazer qualquer coisa que eles não sejam capazes e não fiquem confortáveis em campo e responde cada uma da soergueras que lhe são feitas com paciência, clareza, boa vontade e fazendo questão de ser claro e entendido? Será que a animação é por ter ficado tão mal acostumado?
Odeio “máximas” e clichês, inclusive os do futebol, mas, realmente, devo concordar que ele não é uma ciência exata. Em todo caso, mesmo que haja diversas maneiras de se fazer um bolo, por exemplo, muitos processos são idênticos. Gabriel Milito parece saber muito bem o que está dizendo, pensando e com a intenção de fazer.
Continuo tendo a sensação de que, sem a sorte do seu time encaixar rapidamente para ter a tranquilidade da sustentação dos resultados, ele terá dificuldades. Mesmo assim, vou ter esperança de que tudo vai dar certo junto com Milito.
–
*Este texto é opinativo, de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal Fala Galo.
Tá, pouco mais de três décadas, é verdade. Não importa quantos anos quebrados a mais na quarta década que está em curso, o que importa é que tenho a sensação de ter vivido mais de um século e que quase tudo que tenho, tenho por causa do Atlético.
Não sei se quando os 22 estudantes se reuniram no Parque Municipal e fundaram o Athlético Mineiro Football Club (CAM a partir de 1912, mas sempre ATLÉTICO), eles tinham a noção do que estavam fazendo e o “problema” que criaram para milhões e milhões de pessoas. Espero que alguém volte a contar essa história algum dia.
Até eu entrar no trem da história, o gol de Aníbal Machado, o primeiro dos 48 títulos das Gerais, a maior goleada do clássico, o Estádio Antônio Carlos, o Trio Maldito, o primeiro Campeonato Brasileiro do CAMpeão dos campeões, a vitória no gelo, a construção do Mineirão para comportar a Massa, Dadá parando no ar, o esquadrão liderado por Reinaldo entre o fim da década de 70 e meados da década seguinte. Coisas que, repito, quero ver serem contadas mais uma vez.
Quero que isso continue sendo reverberado, pois a lembrança é uma das formas de se viver. Eu não estava lá, mas eu sei que isso faz parte de mim. Parece que desde a primeira vez que eu gritei GAAAAAALOOOOO!, meu corpo, minha alma, meu coração e meu sangue foram sendo impregnados pelo preto e o branco, como se isso fosse costurado aqui dentro com a linha e a agulha que a mãe do Galo forjou a nossa bandeira e os nossos uniformes listrados (também desde sempre).
Cada vez que catei no gol e gritei Taffareeeeeeel, toda vez que fiz um gol e narrei como se fosse Valdir, Marques ou Guilherme. A primeira vez que vesti o Manto Sagrado. Aquele Atlético e Caldense no dia 12 de abril, quando fiquei maluco em pisar no Gigante da Pampulha pela primeira vez. Todas as vezes que subi e desci a Antônio Carlos à pé, todas as vezes que “dormi” na fila do ingresso na sede, todas as vezes que pisei em um gramado e, contra todas as expectativas, corri como se minha vida dependesse daquilo, todas as vezes que vibrei, chorei, gritei, cantei, pulei, todas as taças que eu vi serem levantadas, cada vitória, cada empate, cada derrota. Cada jogador que idolatrei ou que xinguei. Cada treinador que aplaudi, cada um que vaiei ou chamei de burro. Cada texto que escrevi, cada comentário que fiz, cada programa que participei, cada informação que noticiei e algumas pessoas que entraram na minha vida por causa do grandioso, gigantesco, imenso, colossal, monumental Clube Atlético Mineiro, tudo isso vai sendo a condensação da história toda na minha memória.
Em algum momento dos próximos 116 anos, é certo que eu já não estarei mais aqui, assim como você que está lendo. Mas olha como o trem é doido, de alguma forma, da mais simples que seja, você e eu já fazemos parte disso tudo, já contribuímos para que a nossa ideia, nossas cores, nosso sentimento e nosso amor vivam mais esse tempo todo.
É muito difícil perceber a dimensão do que estamos vivenciando quando estamos inseridos no contexto. Mas pode acreditar, daqui 116 anos – mesmo que a gente tente, não é possível sequer imaginar como será a vida lá -, eu tenho certeza que terá alguém olhando o que vivemos agora e sentindo por nós o mesmo orgulho que temos pelas gerações passadas. Ele, ela ou eles continuarão carregando o Atlético nas costas e no coração.
Confesso que não sei como encerar o papo. Como compositor, sei que a gente nunca termina uma canção, a gente só se cansa de tentar chegar à perfeição. É mais ou menos como nossa relação com o Atlético, nunca será completamente perfeita, mas será perfeita do jeito que é. Percebi também que nem este texto, nem seu propósito e nem nosso amor pelo Atlético e sua caminhada têm fim, no máximo um ponto final para outro começo. Enquanto houver alguém para lutar por nós, o Galo será eterno.
A contratação de Gabriel Milito para assumir o comando técnico do Atlético pode ter alguns significados, dependendo dos outros diversos pontos de vista. A grande questão é que nossos olhos podem nos enganar. Isso não seria problema, mas sempre pode ter alguém que resolva se aproveitar disso.
Já quero dizer que não tenho nada contra o Mariscal. Acho, inclusive – muito devido à escassez de treinadores, é verdade -, uma boa opção. Apesar de ser o protagonista do papo, porém, Milito fica para estrofes mais adiante.
Já que falei em ótica, vejo que a holding, já colhendo louros de ter entregado em bandeja de prata a cabeça que muitos queriam, tenta passar uma visão à torcida: Milito chega ao Alvinegro em uma ação de ruptura, resgatando, junto do futebol ofensivo, o ânimo da torcida, que já nem mais gritava para o Galo ir para cima deles, contrariando e contrariada com a birra de quem queria colocá-lo cada vez mais para trás. Se o estilo de jogo era um problema, não será mais, acredita a turma do cheque. Confiando que presentearam o torcedor com o que ele queria, parecem ter certeza de que fizeram sua parte, que a paz voltou e que a obrigação de fazer o trem andar volta a ser única e exclusiva de quem bate ponto diariamente na Cidade do Galo.
Pensando com o ‘pacote office 365’, inteligência artificial, os gadgets assistentes pessoais e a carteira de investimentos, a ordem era fazer diferente do que foi feito antes. Com o crash na bolsa, desistiram de manter treinadores só porque deu errado demití-los em outras estações e mudaram de ideia mais uma vez, resolvendo voltar a demiti-los, acreditando ainda estarem fazendo diferente. Longe de mim criticar a demissão de Scolari, fiquei aliviado. O que quero dizer, enrolando como um coach guru do mercado, é que o comitê não tem consertado erros com tentativas de acertos. Com preguiça e sem convicção e ideia alguma, eles têm justificado erros com erros do passado, apostando que o vento pode virar e a bolsa voltar a dar lucro.
Para chegar aqui, o erro primordial foi a manutenção de Turco quando não havia convicção, a demora em demiti-lo quando a situação parecia que não teria mais solução e a falta de coragem para bancá-lo, o que a gestão considera seu grande pecado. O roteiro se repetiu com Chacho. Ao contrário do que pensam, o maior erro dos últimos quatro anos foi a contratação de Scolari, depois a manutenção do “trabalho” de uma temporada para outra e, mais uma vez, a demora em agir. Parece cíclico, como o ouroboros, a cobra comendo o próprio rabo. Repito: o escudo caiu.
De toda forma, é dificílimo prever o destino de Milito. A parada é duríssima até para os mais competentes clarividentes da especulação do mercado financeiro. Indiretas e brincadeiras de lado, a missão do Marechal do Galo é muito mais do que simplesmente fazer o exato oposto de seu antecessor e evitar cometer os mesmos erros de seus compatriotas que lideraram o Alvinegro em batalhas recentes. O nível de dificuldade, porém, pode variar.
Um treinador que goste da bola, não viole as características dos jogadores, preferencialmente baseando o jogo nas virtudes das principais peças que tem à disposição e não pedindo documento para escalar seu time, tem meio caminho andado. Isso Milito pode entregar.
Apesar do novo treinador do Atlético não ter um aproveitamento fora da curva em seu principal trabalho, devemos lembrar que o Argentinos Juniors figura no segundo ou terceiro escalão da hierarquia do futebol argentino. Nossos olhos nos enganam, lembra? O que Gabriel fez em La Paternal é muito grande. Colocar El Bicho entre os três times que mais criaram chances na Argentina por dois anos consecutivos não é pouca coisa. Mesmo sem qualquer conquista no currículo, se trata de um jogador e técnico que conhece muito bem o que é a pressão de um clube grande.
Além de priorizar um futebol bem praticado do goleiro ao centroavante e ter o gol adversário como único objetivo, Gabriel cobra de seus jogadores valentia e valoriza a inteligência. A tendência é que o grupo volte a jogar com a cabeça antes das pernas e que a bola volte a correr mais do que eles. Lembremos também que este elenco do Atlético foi montado, durante a pré-temporada de 2023, para um treinador com conceitos fundamentais muito similares aos de Milito. Isso, junto com o fato dessa galera já ter trabalhado de tal forma, não dá muita margem para desculpas. Agora, o Galo pode, literalmente, jogar.
Chegando ao grande ponto em questão, tudo isso não significa que Milito precise apenas respeitar o torcedor (que coisa tão difícil, não?), explicar o que deu certo ou errado depois dos jogos, ser honesto com seus comandados e colocar o Galo para frente. Fazer um trabalho melhor que o antecessor nem é tão complicado assim. O maior desafio de Milito será resistir no cargo. Ele também não pode, como Sampaoli, Turco, Cuca (em 2022), Coudet e Scolari, ser interino dele mesmo. Ao invés de sorte, costumo desejar muito trabalho a alguém que assume uma função tão importante. No caso de Gabriel, ele precisa mesmo é da intervenção do senhor acaso, seja para que seu time encaixe e tenha resultados rapidamente ou para que ele tenha tempo de fazê-lo, porque um bom trabalho é provável que ele entregue, mas ele precisa poder (ter permissão e condições) entregar.
–
*Este texto é opinativo, de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal Fala Galo.
Sem fazer suspense, o passo para trás foi ter mantido Scolari no comando técnico do Atlético na virada do ano. Me desculpe se você foi um dos iludidos com os resultados no placar. Só quem não viu o Atlético jogar acreditou que aquele time “brigou” pelo título Brasileiro.
Nunca é de todo bom demitir um treinador, pois se perde tempo. Mas, em alguns momentos, isso se faz necessário. Por isso, como uns e outros na época de Chacho, estou aliviado, não tenho como esconder. Faz um mês que espero essa notícia. Se não fosse a preguiça e o comodismo, Scolari deveria ter pegado um voo rumo a Porto Alegre na mesma hora que desembarcou em Confins vindo de Brasília.
Quando Scolari foi contratado, eu temia este mesmo retrato final. Um treinador que não combina com o Galo, nunca fez o mínimo de esforço para se integrar ao Clube, desrespeitoso com torcedores e imprensa – que nunca fez nada além de cumprir sua função -, passivo, sem vibração, sem sintonia, sem vontade. Além de tudo, praticante da tal da atitude de extrema auto-importância, a arrogância.
Respeito Luiz Felipe Scolari, treinador dos mais vitoriosos do mundo, campeão Mundial, Brasileiro, Continental, Estadual, mas também rebaixado, de um título europeu entregue em sua própria casa e protagonista e mentor do maior vexame de um time na história do futebol e um dos maiores da história do esporte.
Passei quase nove meses inteiros me questionando se eu estava com razão demais ou se ultrapassei o limite, chegando ao cúmulo de suspeitar estar torcendo contra o treinador, o que, em todos os aspectos, é extremamente absurdo. Mas não, não torço contra o Galo.
Passado o desabafo, a conversa passa a ser com a turma que assina o cheque. Devo dar meus parabéns por não manterem um treinador só pelo pensamento de não demitir por fazer diferente das últimas vezes. Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, o escudo caiu. Duvido muito que os jogadores serão o alvo prioritário no caso da bagunça continuar. A parada é com vocês.
Se você der um passo para trás e um para frente, você fica exatamente no mesmo lugar. Portanto, vocês precisam dar dois passos adiante, no mínimo. A queda anunciada de Scolari é a prova que não é bom desagradar quem torce para o GALO.
Atentos, aguardemos.
–
*Este texto é opinativo, de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal Fala Galo.
O Atlético conseguiu cumprir seu objetivo e está na final do Campeonato Mineiro. Mas a que preço? Para passar pela fase classificatória com a pior campanha (em pontos) entre os quatro semifinalistas e superar o América em dois jogos, o time de Felipão perdeu qualquer resquício de confiança do torcedor, que, ao invés de comemorar ter a chance de conquistar o penta, acompanhar o sorteio da fase de grupos da Libertadores e relaxar, passa a se preocupar em sofrer mais uma derrota em casa para o seu arquirrival e teme que qualquer configuração de chave na principal competição sul-americana de clubes, que é o grande sonho e objetivo de todos na temporada, signifique um grupo da sua morte.
Hulk saiu de campo elogiando o América, que, segundo ele, praticou o melhor futebol do certame e merece voltar à Série A. Assino em baixo. Espero, porém, que Hulk tenha a consciência de por que o Coelho foi o melhor time do Estadual: apesar de ter um orçamento ainda menor que o do ano passado, manteve uma base no elenco e tem um treinador que conhece os jogadores que têm à disposição e sabe o que tirar deles.
Luiz Felipe Scolari, que elogiou este América nos dois embates anteriores, parece não ter assistido nem os jogos que esteve na beira do campo contra eles. Na antevéspera da partida, em coletiva, Paulinho dizia que o Galo deveria usar a vantagem revertida na Arena, mas precisava de uma estratégia para sacramentar a classificação. Segundo o Arqueiro, isso estava sendo trabalhado por elenco e comissão na Cidade do Galo. Na hora do vamos ver, o que foi que vimos? Vimos que a estratégia trabalhada nos seis dias de preparação para a partida tinha como bases fundamentais a posse de bola infrutífera na intermediária defensiva e torcer para o tempo passar com o máximo de segundos que Everson pudesse gastar e com o máximo de paralisações que os jogadores de linha conseguissem.
Enquanto Scolari olhava para o relógio e para a arbitragem, apontando para os ponteiros e o regulamento, Cauan de Almeida lia a partida e ia desmontando o pouco de futebol que o Atlético tinha. Não que fosse tão difícil assim, pois Scolari deu a ele todas as condições para ganhar a partida. O treinador do Atlético não escalou – com a justificativa de não ser um jogador preparado para esse tipo de jogo – Alisson, que foi o jogador que segurou o lado esquerdo de ataque americano na ida, que se provou ser mais forte durante todo o campeonato. Não satisfeito, colocou Alan Franco e Igor Gomes, que deveriam povoar, na cabeça dele, o meio-campo, para correrem atrás da trinca de meia-cancha do América, que fez o trio Atleticano – junto com Battaglia – de baratas tontas.
A resposta de Scolari? Anular Paulinho, que veio para a direita – não para empurrar o lateral-esquerdo para a linha de fundo, mas para marcá-lo -, jogando Scarpa para o outro lado – quando ele poderia ter espaço no centro, onde o América seria obrigado a concentrar o jogo e desguarnecer a marcação -, anulando Guilherme Arana – que então precisaria ter preocupação não só com o ponta, mas também com o lateral-direito – e, colocando a cereja em cima do bolo de terra arrasada, isolando Hulk, que teve de brigar contra mais de um defensor nas pouquíssimas oportunidades que teve a bola dominada.
Cauan, que não é bobo nem nada, afastou Hulk da área, o jogando para o lado, armou a cobertura para que Paulinho não conseguisse avançar com a bola no pé, soltou Juninho para avançar pela direita e triplicar a carga em cima de Arana, prendeu Alê, que anulou Scarpa, recuou Moisés, que fazia a bola sair limpa, mostrando que passou sua semana de trabalhos focado em destruir as poucas qualidades do Atlético e criar situações para favorecer as maiores virtudes do seu time.
A confiança faz diferença, mas a sorte também. Em qualquer outro momento da partida até então, o Atlético não conseguiria ter chegado ao empate quando chegou. Do apito inicial até os três minutos da segunda etapa, Paulinho não havia colocado os pés na pequena área. Aliás, o Atlético havia passado 53 minutos de jogo com uma jogada dentro da área, o chute de Hulk salvo por um defensor do Coelho antes que a bola ultrapassasse a linha.
Isso porque ainda não falei da incoerência do treinador, que descarta jogadores sem mais nem menos. Por exemplo, o que aconteceu com Otávio? Claro, Battaglia é mais jogador, é natural que, jogando com apenas um volante, esse homem seja o argentino. Porém, todas as vezes que os dois estiveram saudáveis e Scolari optou pelo double pivot, o camisa 5 esteve em campo. O cara não era acionado há quatro partidas, entra no final do jogo, claramente incumbido de arrumar confusão e pilhar os jogadores do América.
É muito pouco para o que o Atlético tem a oferecer. O que vimos no Independência na noite deste domingo foi a violação das características de cada um dos jogadores que entraram em campo. Me desculpe, Hulk, a camisa pode pesar, como você disse, o Atlético pode ter jogadores experientes para suportar a pressão, mas o seu jogo e dos seus companheiros não é e nunca será de um time que entra em campo para irritar os adversários, fazer o relógio correr quando está em vantagem, discutir, arrumar confusão, esquecendo da bola. É inadmissível que Scolari esteja tentando implantar isso nos jogadores do Atlético e é nada além do que triste que um elenco com essa qualidade aceite tal situação.
Concordo, em determinados momentos, a ordem é classificar, mas há sempre um contexto. Detalhes colocaram o Atlético na decisão. Até quando isso pode funcionar? Tudo que aconteceu nos jogos das semifinais, ao invés de dar confiança aos jogadores e esperança aos torcedores, colocou uma pressão maior ainda sobre os ombros de quem não lidou lá muito bem com isso nos últimos meses.
A partir de agora, toda vez que o Atlético entrar em campo, está valendo título. Para quem não entende esse língua: toda vez que os jogadores vestirem o Manto, calçarem suas chuteiras, se perfilarem no gramado, o árbitro apitar, está valendo dinheiro. A sorte, o acaso, eles até classificam em alguns momentos. A incoerência e a teimosia sempre perdem. A vontade e a organização quase sempre superam todo o resto. Por melhores peças que um elenco possa ter, um time só pode ser tão bom quanto seu treinador.
–
*Este texto é opinativo, de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal Fala Galo.
A partir das 20h (de Brasília) desta segunda-feira (18), a Conmebol sorteia os grupos da Copa Libertadores, na sede da entidade máxima do futebol sul-americano, em Luque, no Paraguai.
Direcionado para o pote 2, o Atlético “perdeu” o posto de cabeça de chave para a LDU, do Equador, atual campeã da Copa Sulamericana. Veja a divisão abaixo:
Pote 1:
Fluminense (Grupo A) Palmeiras River Plate (Argentina) Flamengo Grêmio Peñarol (Uruguai) São Paulo LDU (Equador)
Pote 2:
Atlético Independiente del Valle (Equador) Libertad (Paraguai) Cerro Porteño (Paraguai) Estudiantes (Argentina) Barcelona (Equador) Bolívar (Bolívia) Júnior Barranquilla (Colômbia)
Pote 3:
San Lorenzo (Argentina) The Strongest (Bolívia) Universitário (Peru) Deportivo Tachira (Venezuela) Rosario Central (Argentina) Alianza Lima (Peru) Millonarios (Colômbia) Talleres (Argentina)
Pote 4:
Caracas (Venezuela) Huachipato (Chile) Cobresal (Chile) Liverpool (Uruguai) Palestino (Chile) Botafogo Colo-Colo (Chile) Nacional (Uruguai)
Possibilidades para o Galo
Devido ao bloqueio geográfico estabelecido pela Conmebol, que determina que clubes de um mesmo país não podem se enfrentar na fase de grupos, exceto quando um destes clubes vem das fases preliminares, é possível fazer um exercício de imaginação e prever cenários e possíveis adversários para o Atlético.
Por conta de tal regra, o Atlético só tem três adversários possíveis no pote 1, uma vez que os outros cinco cabeças de chave são brasileiros. Portanto, o Alvinegro só pode estar nos grupos de River Plate, Peñarol ou a própria LDU.
Passando para o pote 3, o Galo só teria limitações caso caia na chave do River Plate, que não poderia cruzar com os argentinos San Lorenzo, Rosario Central e Talleres, não havendo impedimentos para os demais clubes que integram o terceiro pote.
Por último, a única possibilidade de bloqueio no pote 4 seria no caso do Alvinegro cair no grupo do Peñarol, que não poderia ser o mesmo do Liverpool, que, curiosamente, bateu o rival mais tradicional na final do último Campeonato Uruguaio. O Botafogo, que veio da fase prévia, a exemplo do próprio Atlético, que em 2023 saiu das fases preliminares e pôde enfrentar o Athletico-PR, pode estar na rota do Galo.
A disputa da fase de grupos tem início previsto para o dia 2 de abril e término no dia 30 de maio, as oitavas serão jogadas entre os dias 13 e 22 de agosto, as quartas entre 17 e 26 de setembro, as semis entre 22 e 31 de outubro e a finalíssima, em Buenos Aires, está marcada para o dia 30 de novembro.
Utilizamos ferramentas e serviços de terceiros que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “Aceitar” ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
Cookie
Duração
Descrição
cookielawinfo-checkbox-analytics
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checkbox-functional
11 months
The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checkbox-necessary
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-others
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-performance
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy
11 months
The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.