Tava tudo ensolarado, a Massa estava feliz, tava fácil. O Galo ganhava de forma plena o primeiro jogo da final contra o Cruzeiro por 2 a 0 na Arena MRV. O Alvinegro ainda teve a chance de fazer o terceiro com Paulinho e até um outro gol numa penalidade não avaliada por Felipe Fernandes de Lima, mas não soube liquidar o clássico na primeira etapa…
Com o início do segundo tempo, o Atlético morno de outros tempos deu “seu ar da graça”. Uma saída errada de Lemos terminou com outra “pixotada” do zagueiro que chutou a bola no azarado Jemerson, que fez o terceiro gol em clássicos, mas para o lado indevido, uma artilharia totalmente indesejada. No término da peleja, coroando o segundo tempo medonho do Galo, o Cruzeiro deu números finais e empatou o jogo em 2 a 2.
De qualquer forma, a crônica de hoje é um alerta para um redirecionamento de culpa no CAM. Não poderá o atleticano imputar a Gabriel Milito o insucesso de ontem e outros revezes que podem ocorrer durante a implantação do seu modelo de jogo.
O Galo que disputa uma final de campeonato, que vale o pentacampeonato, se deu o direito de desconcentrar-se num jogo com recorde de público na sua casa. Não bastasse o “desfoco”, alguns elementos precisam ser considerados: o Alvinegro entrou com cinco jogadores acima dos 30 anos contra o seu oponente que começou o jogo com apenas um atleta com 30 anos ou mais.
As análises não são respostas para a falta de foco do time atleticano. Seria muito simplório e arrogante dizer que numa análise combinatória de vários elementos que foi isso ou aquilo que desencadeou o mau resultado. Contudo, há que se observar que a bazuca da “culpa” precisa de novos antagonistas e muita mea-culpa de todos os envolvidos.
Nem o público recorde garantem vitória, tampouco dizer que cinco atletas acima dos 30 tiram essas possibilidades. Mas são análises sobre competitividade que devem ser debatidas para atinar a tão desejada “intensidade” desejada por Milito.
Um time pode se esfarelar com 45 minutos como ocorreu no primeiro embate do Mineiro 2024? O preparo físico está proporcional? Time com idade média mais alta comparado aos outros consegue disputar uma temporada de jogos a cada três dias? Há atletas com rendimento abaixo por falta de objetivo alinhado com a instituição ou que já estão satisfeitos com suas carreiras? Os que têm “fome” podem suprir a falta de experiência com instrução?
Enfim, são inúmeros questionamentos que todos no corpo científico do Galo precisam se fazer para estar em sintonia fina a partir de agora. A Libertadores de 2024 se inicia nesta semana e algumas “peças” desconectadas do processo precisam ser reavaliadas para saber se caberão no planejamento. A química com Milito vai precisar de tempo, tempo e tempo. Mas enquanto a fina sintonia não chega, será preciso concentração, preparo físico e conexão até as ideias começarem a ser digeridas.
O Atlético se desejar um ano mais proveitoso precisará redirecionar a bazuca, esquecer o treinador e também cobrar dos seus atletas, do entorno de preparação, da gestão que forma o elenco e deixar o homem ter tempo para o trabalho.
Será inadmissível vir aqui daqui mais sete meses e dizer que fomos para o lado mais sórdido e frágil que é culpar mais uma vez o comandante, eximindo de cobranças jogadores, dirigentes e outros atores que precisam ajudar neste processo de anti-fritura. Se nossa cultura precisa de culpados para seguir em frente, chegou a hora de redirecionar a “bazuca” para longe do treinador e para mais próximo dos atletas, do corpo científico e dos dirigentes que formam o elenco que é entregue ao comandante. Mas é hora de facilitar a vida do Gabriel Milito em todos os sentidos.
“Românticos são poucos Românticos são loucos desvairados Que querem ser o outro Que pensam que o outro é o paraíso”
Pois é! Cansamos de gritar que o Galo não é matéria, não é taça ou propriedade de terra. O Galo é verbo da melodia. Ver o Atlético em campo sempre foi uma maravilha.
Aproveitando mais do poeta mineiro, em outro trecho ele diz sobre o estilo do romântico atleticano:
“São tipos populares Que vivem pelos bares E mesmo certos vão pedir perdão Que passam a noite em claro Conhecem o gosto raro De amar sem medo de outra desilusão”
O atleticano é o eu lírico do ser “romântico” que toma porrada de todo mundo, mas pede desculpas sem culpas e medo de outra frustração.
Talvez, cansados de explicar que se orgulham de ter uma casa linda, de ser o clube Campeão do Gelo que representou o país no pós-guerra, que é e sempre será o Campeão dos Campeões. Talvez, também, fatigados de explicar que toda matéria é menos importante que o grito da Massa.
Nunca precisou de caixa de som auxiliar, sempre foi no gogó. Sempre foi uma relação genuína, de um grito simples e universal que assustou até mesmo o Galvão Bueno quando via a Massa no Mineirão. Em uma das oportunidades, com a estrutura de concreto pulsando e vibrando nas juntas de dilatação, ponderou:
“Eu já vi arquibancada balançar em estádios do mundo inteiro, mas como essa aqui, nunca vi nem perto. É impressionante o que faz a torcida do Atlético”
Sei, somos apenas românticos jacus, que sempre soubemos da insignificância infinitesimal no meio desse povo, que apenas relembramos histórias desse clube para não deixar sua identidade ser perdida num futuro de matéria e de gente intocável, com pouca memória.
Mas, voltando ao intertexto do Vander Lee, ele já dizia:
“Romântico é uma espécie em extinção.”
O Galo é algo que transcende matéria, Galo é estado pleno de ser, evolução. Nosso único medo é uma genética mutação destrutiva. Mas o galista segue humano, crente em gente, sorridente, mesmo com dor de dente.
Viva Vander Lee, viva a intertextualidade, viva o acervo do Christiano Pacheco, viva a Massa!
“Sem desespero, sem inflacionar o mercado. Precisamos de ajustes, não de transformações”, diz a diretoria do Atlético, sobre reforços
Por: Betinho Marques
“Precisamos de ajustes, não de transformações”. Todo início de temporada, as expectativas de chegadas e saídas de atletas alimentam o mercado do futebol e, consequentemente, as manchetes de jornais e programas de esportes.
Para a temporada cheia de 2024, o Atlético terá a Libertadores no alvo. O Alvinegro, apesar de bem ranqueado, pelos critérios da FIFA, só vai ao Super Mundial de 2025 se vencer a competição continental. Conforme apuramos, a meta, a princípio, era contratar três jogadores para melhorar o “encaixe” do time de Felipão. Até aqui, Gustavo Scarpa foi a única aquisição do clube, mas muito desejada, batalhada e pontualmente direcionada. “Era a peça que faltava”, relatou uma fonte.
Há ainda a expectativa de chegada de mais dois atletas durante o “caminhar”, mas quando falamos com pessoas do clube a resposta é uníssona: “Sem desespero, sem inflacionar o mercado. Precisamos de ajustes, não de transformações”.
Quem espera uma “renca” de gente chegando, pode sentar e esperar. Uma situação muito falada durante a semana pelo portal FalaGalo foi a possibilidade real de repatriar Bernard. Fora isso, chegará uma ou outra oportunidade, contando possíveis reposições com saídas ao longo da temporada.
Neste momento, o Galo tenta realocar Vargas em outro clube para aliviar sua folha, já que, o hábil chileno, que foi útil em 2021, deixou de render assustadoramente, se desgastou com a Massa e precisa de novos ares.
Com o advento da SAF, a gestão do clube será ainda mais na balança, na linha do orçamento. Afinal, agora, o clube conta com o dinheiro de poucos e estes não querem torrar a grana, até porque, não haverá, como no sistema anterior (associação), como passar a “bomba” de adiantamentos e erros para o sucessor resolver. Para o exercício de 2024, o limite divulgado em contratações é de R$ 40 milhões. Para ficar claro, a aquisição de Scarpa que girou em torno de R$ 27 milhões (5 milhões de euros) foi dividida em 3 parcelas. Desta forma, teoricamente, R$ 9 milhões foram gastos até aqui em 2024, restando um saldo de R$ 31 milhões, as outras parcelas comprometerão os orçamentos dos exercícios vindouros.
ALERTA PARA A JANELA DE JULHO
Sendo assim, o Atlético observa o mercado, mas se prepara para a janela que acredita movimentar mais o ano, a do meio da temporada. Há uma expectativa de que Paulinho possa receber propostas atrativas e que outras saídas possam acontecer na abertura, em julho, principalmente, dos europeus. Por isso, o Alvinegro precisa antever movimentos para possíveis reposições.
Em síntese: o Galo de 2024 controla uma balança de ajustes, mas não fará movimentos abruptos e muito do que se especula ou sonha apenas são conteúdos para alimentar as capas de jornais e programas esportivos dos quais também fazemos parte. O importante é você saber disso na hora de clicar, em quem e porque quer clicar. E viva o nosso blá-blá-blá!
Reunião hoje (18), na Sede de Lourdes vai exaltar as conquistas do triênio 2021-23 e falar sobre o planejamento e as adaptações (poucas “mexidas”) no elenco para 2024.
O planejamento de um clube grande deve começar muito antes do fim da temporada. Pensando nisso, após a confirmação de Rodrigo Caetano na direção de futebol do Atlético, hoje (18), os responsáveis diretos pelo ano vindouro concederão uma entrevista coletiva às 15h, na sede do Alvinegro, no bairro de Lourdes.
Rodrigo Caetano, o CEO Bruno Muzzi e o presidente Sérgio Coelho farão um balanço da gestão no triênio de 2021-2023 e falarão sobre os planos do clube para a temporada de 2024 que se aproxima.
A COLETIVA
Evidentemente, por razões óbvias, uma gestão que conquistou muitos títulos no período (2021-23), trará o direcionamento do encontro para relembrar os êxitos e ratificar suas convicções.
No entanto, sabemos que ao subir a “régua” de façanhas, naturalmente sobem as expectativas, é humano desejar mais. Nesse aspecto, o clube precisa de maturidade para enfrentar as cobranças que são proporcionais ao tamanho de uma torcida que sempre carregou esse equilíbrio no seu limite quando o time era, em outras épocas, mediano ou ruim.
Agora, a cobrança é por: uma base que revele mais e melhor, um time que brigue nas “cabeças” e por um clube mais claro nas suas ações administrativas.
A reunião de hoje é bem previsível no seu teor resumido:
– Vai falar e exaltar as conquistas do triênio 2021-2023, numa exposição breve à imprensa;
– Vai reafirmar que o clube não fará grandes mudanças no elenco de futebol, apenas adaptações com duas ou três peças.
No fim de tudo, o que valerá mesmo será um discurso breve, objetivo e que possa ser recortado daqui algum tempo com as palavras principais sob avaliação: coerência e sintonia. Afinal, falou está “internetizado”.
Coincidentemente, Scolari estreou contra o Fluminense na 11ª rodada do Brasileirão num empate por 1 a 1. Ontem, o mesmo Tricolor na frente, mas sem dar chances ao time de Fernando Diniz, Paulinho fez dois gols e o Galo retornou ao grupo que disputa a Libertadores após 19 rodadas.
A estreia e a queda livre na tabela
Naquela oportunidade, em junho, o Galo antes de entrar em campo estava na 4ª posição com 18 pontos. O jogo era o primeiro da era Scolari e após a boa partida de estreia o Alvinegro viveu inúmeras instabilidades e custou a repetir uma boa peleja.
A primeira vitória só ocorreu após a décima partida de Felipão. O adversário foi o São Paulo, atual campeão da Copa do Brasil e que estreava Lucas Moura e apresentava James Rodríguez. Naquela tarde, Hulk fez um golaço de falta e Pavón completou, mas o nome do jogo foi o substituto de Everson, o arqueiro Matheus Mendes, que “fechou o gol”.
De lá para cá, o time viveu e ainda vive instabilidades. O Galo despencou na tabela, chegando a estar na 13ª posição, mas parece ter virado essa página.
Arena, líder do returno e visitante folgado
Com o ânimo renovado, no fim de agosto, o Atlético teve o título de 1937 homologado e estreou a sua nova casa com vitória diante do Santos por 2 a 0.
Mesmo sendo o time Robin Hood, já que vence os líderes e entrega a “rapadura” aos times do Z-4, o Galo é líder do returno do certame nacional com 22 pontos, dois a mais que o Bragantino.
No quesito “visitante folgado”, o Galo também é o melhor. São 25 pontos, a mesma pontuação do Flamengo e um a mais que o Botafogo, o líder geral da competição.
Com tantas oscilações, com tantos gráficos ao modo “eletrocardiograma”, a montanha-russa atleticana segue e tem na próxima rodada o vice-campeão da Copa Sul-americana.
Importante frisar que Felipão joga na transição e enfatiza nas coletivas que não tem algumas características de “peças” para propor o jogo, ou seja, essa é uma dificuldade consentida e estabelecida para a sua ideia de jogo até o fim da temporada.
O que a Massa quer saber é qual o GaloTripolar que irá encontrar. Não dando para encantar, só não poderá entregar mais “rapaduras”, seja aqui ou lá.
Um vídeo que circula nas últimas horas, do apresentador Matheus Mazzafera abordando artistas e influenciadores, assustou e gerou um reboliço na Internet. O motivo: quase ninguém soube definir ou escolher um pronome em uma brincadeira aleatória do entrevistador.
Quem saiu ilesa do “problema” foi a cantora Gabi Martins ao definir seu pronome. Antes de dizer sobre a sua possível absolvição, vamos aproveitar para brevemente dar nossa contribuição sobre o tema aos leitores.
Pela definição, pronome é basicamente a palavra que substitui ou acompanha o nome – *substantivo* – Os pronomes são uma classe de palavras variável e se classificam em razão das suas funções, vejamos:
TIPOS
1 – Pronome pessoal caso reto: Eu, tu, ele, nós, vós e eles
3 – Pronomes possessivos – Estabelecem relação de posse entre um objeto e uma das três pessoas do discurso. São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s), seu(s), sua(s)
4 – Pronomes relativos – Os pronomes relativos, ao mesmo tempo, retomam o nome imediatamente anterior
QUE, O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS; QUEM; ONDE, AONDE, DE ONDE (DONDE); CUJO(S), CUJA(S); COMO; QUANTO.
5 – Pronomes demonstrativos – São pronomes que eram originalmente usados para posicionar espacialmente um objeto em relação às três pessoas do discurso, principalmente em relação a quem fala e a quem ouve. Também são usados para a marcação de tempo (passado, presente e futuro).
Pronomes demonstrativos variáveis: 1ª pessoa: este, esta, estes, estas – indicam um objeto sob posse da 1º pessoa; 2ª pessoa: esse, essa, esses, essas – indicam um objeto sob posse da 2º pessoa; 3ª pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas – indicam um objeto sob posse de um 3º ou distante da 1º e da 2º pessoa.
Pronomes demonstrativos invariáveis: referem-se a coisas ou objetos de forma indefinida. Espacialmente, possuem a mesma utilização dos anteriores. 1ª pessoa: isto 2ª pessoa: isso 3ª pessoa: aquilo
6 – Pronomes de Tratamento – São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiar ou respeitosamente.
Exemplos: Vossa Excelência – Presidente da República; Vossa Santidade – Papa
8 – Pronomes interrogativos – São aqueles empregados em orações interrogativas diretas ou indiretas. São eles: que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas.
Ufa! Enfim, quando a Gabi Martins falou que o seu pronome é o Atlético Mineiro, certamente ela quis dizer de algo que lhe pertence, abusando do pronome possessivo MEU, ela disse sobre algo que ela sente ser DELA, é ISSO. No exposto, ela só demonstrou que ao falar do Atlético ela usava o pronome do caso reto, da comunhão atleticana, a primeira palavra do hino, ela falava de NÓS, de algo que ela se sente pertencida e está implícito em cada atleticano:
Pronome – EU = Atlético. O Galo é quem carrega consigo a sua história. Tomar posse disso é inconscientemente inevitável. Sim, a Gabi entende muito de pronomes. Apenas disse em outras palavras possessivas: o Galo sou eu, o Galo é meu.
Cerezo vendido ao Roma não atrapalhou o Hexa, mas deu ruim pro Ancelotti. Vitórias nos clássicos – O tal do quando tá valendo, tá valendo
Por: Betinho Marques
Há quase 40 anos, no dia 7 de dezembro de 1983, o Galo vencia o Nacional de Uberaba por 3 a 0 com dois do Rei e um de Catatau e conquistava o Hexacampeonato mineiro. Estava marcada ali a maior sequência de um clube montanhês após o profissionalismo.
Ao longo dessa caminhada, de Dario a Reinaldo, de Cerezo a Éder, vários craques passaram pela construção da hegemonia, um deles participou de todas as conquistas, o arqueiro João Leite.
No ano ainda de 1983, o Galo em suas famosas excursões à Europa, já tinha vencido o torneio de Berna, na Suíça, disputado com as equipes: Grasshopper e Young Boys do país anfitrião, além da Roma da Itália.
A Roma levou Cerezo no ano do hexa por 10 milhões de dólares, mas o prejuízo foi para Carlo Ancelotti, hoje treinador, que perdeu a posição para o “Patrão da bola” no time italiano.
O primeiro turno foi do Galo, o segundo foi vencido pelo Cruzeiro, muito em função do cansaço do Alvinegro que voltara da excursão ao velho continente. Com um regulamento confuso, os rivais fizeram uma “melhor de três” que valeria um ponto extra para a fase final do certame.
Quando tá valendo, tá valendo
O Cruzeiro, sempre que começava o campeonato dizia: “Este ano nós vamos acabar com a raça do Atlético”. Mas na melhor de três, dois chocolates do Galo e respostas breves : 2 a 0 e um sonoro 4 a 0. Era a aplicação prática do tal do quando tá valendo, tá valendo.
Na fase final, os oito melhores do torneio se juntaram e jogavam em ida e volta, quem fizesse mais pontos levantaria a taça. O Cruzeiro fez algumas goleadas e queria finalizar a sequência atleticana, mas no jogo da ida o Alvinegro venceu novamente, desta vez um 3 a 2 com dois gols de Heleno e um de Renato Queiroz. Ivan e Tostão marcaram para os azuis.
Naquele momento, o Atlético precisava administrar a vantagem que tinha e dosar o elenco que sofria com as contusões. Faltando três rodadas, o time de Mussula podia ser campeão contra o América, contudo, uma retranca forte do Coelho não deixou o placar ser mexido e a vítima do Hexa seria o Nacional de Uberaba.
Após um contundente triunfo contra o time do triângulo mineiro por 3 a 0, coube ao Galo um clássico da volta contra o Cruzeiro sem pretensões, era o encontro da “festa das faixas”. O Cruzeiro venceu por 4 a 1, mas mesmo assim a torcida atleticana nem ligou e seguiu em festividades.
Reinaldo celebrou muito e com um copo de cerveja na mão, gritou: “Hexacampeão, isso não é pra qualquer um, não é?”
Abaixo o time base do Hexa em 1983 e a campanha:
Time base: João Leite, Nelinho, Toninho, Luizinho, Miranda e Oliveira; Catatau, Heleno, Paulinho Kiss, Marcos Vinicius e Éder. Técnico: Mussula
Artilheiros: Paulinho Kiss e Tostão (13); Reinaldo, Carlinhos e Naldo (12).
J – 39; V – 25; E – 9; D – 5; GF – 62 ; GS – 25; SG – 37.
Relendo a retrospectiva do Galo em 2023, onde seria possível voltar ao passado e mudar a história da temporada de 2023? No texto abaixo, um relato de um ano de inconsistências, oscilações e erros nas horas decisivas. Os números são um auxílio.
Por: Betinho Marques
Num breve balanço da temporada de 2023, o Galo apresenta números aquém do esperado para um elenco desequilibrado, mas qualificado e com jogadores talentosos.
Desde o episódio fatídico da coletiva de Coudet, após a derrota para o Libertad, na primeira partida da fase de grupos da Libertadores, o Atlético não se conectou como desejado e teve que mudar as rotas com o “trem” andando.
Mesmo mantendo a hegemonia no estado com o Tetracampeonato, o Galo tentou colar o “cristal” da confiança e manter o treinador Eduardo Coudet no comando. Muito em função de uma multa rescisória, isso aconteceu até onde deu. No entanto, após perder a classificação na Copa do Brasil para o Corinthians, depois de abrir boa vantagem (2×0), “o caldo entornou”.
Pressionado, Coudet ouviu, na porta do CT do Galo, os dizeres da torcida Galoucura, em uma manifestação, às vésperas do clássico contra o Cruzeiro: “Você não é bem-vindo aqui”.
Após o ocorrido, o Galo venceu o rival por 1 a 0 e repetiu o mesmo placar contra o Alianza Lima, jogando no Peru, mas não foi suficiente para o amor fluir. Na partida seguinte, o Galo que estava na parte alta da tabela, empatou por 1 a 1 com o Bragantino e o ciclo do “cachecol” se encerrou de vez.
Todo o esforço de “colar o cristal” do relacionamento foi embora após a peleja contra o time da terra da linguiça. No vestiário, algumas declarações que teriam sido ditas por Coudet, fizeram o clube considerar insustentável a relação. No fim de tudo, um acordo foi consolidado e ninguém pagaria rescisão a ninguém.
Aposentado da função de treinador, Luiz Felipe Scolari botou a casaca novamente e assumiu o confuso Galo 2023. O time, na sequência perdeu a classificação para o Palmeiras e os resultados demoraram a acontecer.
Numa ótima partida contra o Flamengo, a falta de confiança deixou escapar a vitória no fim da partida e o Galo perdeu de virada por 2 a 1. O primeiro triunfo de Felipão, depois de 10 jogos de jejum Alvinegro, só viria contra o São Paulo, no Morumbi, em meio à decisão da Libertadores contra o Palmeiras, numa tarde de estreia de Lucas Moura e apresentação de James Rodríguez, algo nem esperado para o atleticano que estava desiludido com tão pouco futebol apresentado até aquela tarde. Um contundente 2 a 0 com bela apresentação do goleiro reserva Matheus Mendes.
Na partida seguinte, o Galo empatou por 0 a 0 com o Palmeiras e deu adeus às pretensões de título continental na Libertadores. A partir daí, já distante do topo do Brasileirão havia dois desafios:
1 – reconectar a torcida com o time para inaugurar a Arena MRV;
2 – recolocar o Atlético na Libertadores para a temporada de 2024.
Num jogo pela manhã, no dia dos pais, o Alvinegro venceu o Bahia por 1 a 0, com gol de Paulinho. O artilheiro, porém, foi vaiado por parte da torcida que ainda estava magoada com a eliminação contra o Palmeiras e atribuía ao atacante a culpa da desclassificação por um gol perdido naquela oportunidade.
Na peleja seguinte, o torcedor nutria a esperança de um início de boa sequência. O Galo enfrentaria o Vasco no Maracanã, mas como uma montanha-russa, o time de Felipão não conseguiu apresentar um bom futebol e perdeu novamente para o Cruzmaltino. Seis pontos perdidos para o grande, mas inconsistente Vasco, que segue na briga do rebaixamento
Começa tudo de novo! Era preciso mobilizar tudo e todos novamente. A Arena MRV seria inaugurada e o Galo tinha que ganhar na estreia e revigorar os ânimos. Como ótimo ingrediente psicológico, nos bastidores, a CBF, depois de muita luta documental, reconhece o título de Campeão dos Campeões de 1937 como título brasileiro na sexta-feira (25), algo que muitos já não acreditavam.
O Tricampeonato Brasileiro aumentou a autoestima do atleticano e o Galo venceu o Santos por 2 a 0 na abertura da sua nova casa, num dia memorável e histórico. Paulinho marcou os dois gols iniciais da Arena MRV e reafirmou sua fase artilheira.
No jogo 50 do ano, contra o Athletico-PR, novamente Paulinho marca, chegando a 19 tentos na temporada. Novamente Everson fez uma partida excepcional, mas, outra vez, o Galo oscilou no segundo tempo e deixou a vitória escapar ficando no 1 a 1, fazendo mais uma vez a irregularidade mandar na temporada de 2023. Um verdadeiro ano Super Bonder: quebra dali e cola de cá.
Felipão veio com boa expectativa de “limpar o assoalho”, mas até aqui, se conquistou o vestiário, não fez essa empolgação chegar na arquibancada. Ainda não “rolou” a química com a Massa.
Resumo da Temporada
Nos 50 jogos de 2023, o Galo obteve:
50 J – 24 V – 13 E – 12 D – 65 GF – 40 GS – Aproveitamento: 56,67%
Felipão no Galo
15 J – 3 V – 6 E – 6 D – 12 GF – 13 GC – Aproveitamento: 33,33%
Artilheiros
Com Hulk e Paulinho, o Atlético tem 63% dos gols no ano, ao todo são 41 de 65. Abaixo, o Top Five dos goleadores do Galo em 2023.
1 – Hulk (22) 2 – Paulinho (19) 3 – Hyoran e Pavón (4) 4 – Vargas e Igor Gomes (3) 5 – Zaracho (2)
Christian Convery (13), o garoto protagonista da série Sweet Tooth passou de forma meteórica por Belo Horizonte e esbanjou simpatia com uma de suas camisas do Galo (Ele tem uma coleção!).
Durante sete dias, acompanhado de Emanuel (13), amigo inseparável e Bento (8), filhos do atleticano Maurício Hetti, da GaloCouver, que reside em Vancouver no Canadá, a turminha “aprontou” pelas bandas de Minas.
Para não fugir às tradições, otimizando o tempo, Maurício proporcionou passeios “raiz” ao garoto dos cabelos amarelos. Christian conheceu a Cachoeira da Farofa na Serra do Cipó e almoçou um mineiro arroz com feijão típico, no icônico Mercado Central de BH. O garoto ficou hospedado em Jaboticatubas, a cerca de 60 Km de Belo Horizonte.
“A experiência foi tão boa que Christian pirou com a experiência raiz que teve na roça”, contou Hetti, pai, “catequista”, atleticano e membro da GaloCouver.
Christian veio para Belo Horizonte conhecer as Alterosas junto com o amigo e gostaria muito de ter ido à Cidade do Galo e à Arena MRV, mas em função de uma antecipação repentina de agenda, teve que voltar às pressas para o Canadá. Era também meta deles assistirem ao jogo do time do Hulk, mas a promessa de retorno breve já está na mente do garoto.
Convery, que mora em Vancouver, recebeu camisas de todos os consulados e torcidas do Galo – até mesmo outros times do Brasil enviaram presentes ao garoto -, mas o canadense já tinha escolhido o Galo Doido como preferido.
De onde surgiu a paixão
Emanuel, filhote mais velho de Maurício e da mesma idade de Christian foi o responsável por transportar o amor pelo Atlético ao menino que interpreta um híbrido na série da Netflix. Eles viam jogos juntos e o amor pelo Galo exalava em Emanuel, tanto que ultrapassou, transcendeu.
O “trem” deu tão certo que Convery se tornou um atleticano muito entusiasmado – Hoje ele tem até uma coleção de camisas do Galo em seu guarda-roupa.
Maurício, garantiu que em breve o ator retornará a Minas com mais calma para conhecer o que não foi possível, contudo, ficou uma certeza para o atleticano catequizador: todo mundo ama ser atleticano e multiplicar a raça.
Uma semana após ser homenageada pela Arena MRV com o espaço “Dona Alice – A Casa do Tropeiro”, um fato curioso surpreendeu: a homenagem não teve presente nenhum dos descendentes da matriarca atleticana. Por coincidência, desde novembro de 2022, conseguimos nos aproximar de algumas pessoas da família da Dona Alice e, ontem (2), conseguimos, mesmo no dia do primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro, encontrar parte da terceira e quarta geração da família Neves.
GENÉTICA FORTE – A PRIMEIRA MULHER HABILITADA EM MINAS GERAIS
Logo na chegada, uma bela mesa de café com suco, bolo e biscoitinhos ao estilo mais nobre da casa de vó. Izabella Neves, professora de história, bisneta de Dona Alice, foi quem intermediou com muito carinho o bate-papo. Desde o início, sua mãe, Myrla Neves, ao estilo “poderoso” e forte do sobrenome, foi a anfitriã do encontro.
“Aqui quem domina são as mulheres. Homem aqui não apita nada”.
Para entender um pouco da árvore genealógica de quem fundou o Atlético, Dona Alice Ferreira – herdou, posteriormente, o sobrenome de Carlos Neves, seu esposo – nasceu em 4 de maio de 1871 e faleceu em 2 de junho de 1967, com 96 anos. Junto de Carlos Neves, um uruguaio que, segundo as netas não “mandava nada”, tiveram oito filhos (falecidos) e 14 netos. Hoje, estão respectivamente, na terceira geração da família Neves e vários bisnetos fazem parte da quarta fileira da família.
Sentados à mesa, Ana Lúcia, que estava com a filha Flávia, relatava histórias da “brava e turrona” Dona Alice.
“Perdemos nossos pais cedo e moramos na casa da vovó. Ela era forte, mandona e até implicante, dominava os ambientes e tinha atitude, coisa que o vovô (Carlos) não tinha. Vovó tinha uma pensão e assim sustentava a casa. A família não era rica, mas ela tinha respeito e confiança das pessoas, havia sempre pessoas influentes circulando por onde estava. Uma das filhas, a Dora Neves, minha mãe, foi a primeira mulher a tirar habilitação para dirigir em Minas Gerais”. A genética é muito forte.
DONA ALICE “ENFERMEIRA” ABRIGOU NA GRIPE ESPANHOLA E LIDEROU EQUIPE DA LBA
Em 28 de agosto de 1942, foi fundado no Brasil, pela então primeira-dama Darcy Vargas a LBA (Legião Brasileira de Assistência), um órgão assistencial público brasileiro, que tinha o objetivo de ajudar as famílias dos soldados enviados à Segunda Guerra Mundial, contando com o apoio da Federação das Associações Comerciais e da Confederação Nacional da Indústria. Num recorte de jornal da família, um enorme destaque foi dado para a escolha de Dona Alice para liderar a equipe da LBA em Belo horizonte.
Na coluna intitulada de “Bar do Ponto”, provavelmente de um jornal da década de 1940, uma celebração para o primeiro ano do Salão de costuras da LBA em Belo Horizonte destacou:
“Uma grande voluntária da Legião” – “Para quem? Não importa saber. Para as milhares de pessoas que a Legião está protegendo … Nem as voluntárias que se inscreveram no Salão de Costuras estão pensando nessa focalização. Trabalham no anonimato espontâneo. Querem servir o Brasil. Há, porém, um nome ali que não pode deixar de ser distinguido. É o de D. Alice Neves. Essa digníssima senhora é um modelo de trabalho e de devotamento que se incorpora à história da cidade. É um entusiasmo permanente pelas causas generosas”.
Mais à frente, a coluna destacou que as lutas, apesar dos cabelos que branquearam não mudaram o seu espírito sempre moço e sintetizou a força de Dona Alice:
“Tem a energia que desmente a fragilidade do seu sexo. A compassividade feminina, a ternura das mulheres não transforma D. Alice em lamentações, desânimos ou lágrimas. Exerce ação dinâmica. É providência, ação. Na gripe espanhola (Brasil entre 1918-1920), na improvisada Cruz Vermelha, Alice Neves punha logo seus serviços à disposição da coletividade“.
Sua neta e bisneta – Ana Lúcia e Izabella Neves – , respectivamente, contaram que a avó auxiliou os necessitados e os abrigava na sua pensão, durante o surto da pandemia da “Grande Gripe”. O recorte de jornal da família, guardado como uma boa vasilha Tupperware que não se empresta, confirmou os relatos:
“Foi, permanentemente assim, não só nos grandes momentos de aflição geral, como diante de todas as aflições alheias de que tinha notícia. Proprietária de pensão em Belo Horizonte, os seus hóspedes guardam na lembrança os episódios mais expressivos da energia, da capacidade de trabalho e da grandeza de coração da D. Alice Neves. Não era “dona de pensão” do estilo clássico … Era a mãe terna para os seus hóspedes, a conselheira sábia, a amiga sincera. Quando adoecia um estudante em sua casa, D. Alice Neves era enfermeira dedicadíssima”.
Não satisfeita com os afazeres da LBA, os cuidados com a pensão e os jovens estudantes, ela ainda queria mais, queria mais legionárias e queria ter tempo de cuidar do seu Atlético.
O ATLÉTICO NA VIDA DE DONA ALICE E SEUS DESCENDENTES
Todos sabem que Dona Alice foi a pioneira ao fundar o clube com mais 22 garotos, incluindo Mário Neves, um dos seus filhos. Neves também que formou a primeira torcida feminina, a primeira bandeira, costurou a primeira bola e bordou o primeiro símbolo. Contudo, poucos sabem como a linhagem seguiu. Filha de Ana Lúcia, Flávia é outra bisneta efusiva e firme da genética das “Neves”. Mãe de dois filhos que torcem para o time azul, ela conta que seus filhos acompanharam o “torcer” do pai, mas que apesar de respeitar as escolhas não os ajuda em nada que tenha que fazer passar perto de algo relacionado ao Cruzeiro.
“Já tenho que aceitar isso (eles torcerem para o time do pai), tenho que educar, xingar e tudo mais, mas pedir para levar para ver jogo ou entrar numa escolinha do Cruzeiro é mais forte que ser mãe. Antes deles virem ao mundo eu já tinha o Atlético na minha vida”, enfatiza Flávia com sorriso largo no rosto.
A família é quase na sua totalidade atleticana. Flávia ainda diz que a culpa dos desvios são os agregados que vão chegando. Ainda na família, ficamos observantes a tudo que se destacava, uma delas não tinha a camisa do Atlético vestida, logo a mãe da Izzabella, a Dona Myrla, uma figura simpática e que, além de preparar todos os quitutes para nos receber, também era a que tinha parte do arquivo da avó Alice.
“Os atleticanos são muito chatos, é tudo exagerado, é tudo demais. Vovó era assim com o Atlético, chata e mandona. Eu sou é AntiGalo”.
Dona Myrla não quis render os motivos, mas pelo breve relato, o que a deixava afetada é como o Atlético mudou e muda a rotina da família e dos seus amados entes. Diante disso, em dado momento, ameaçamos nos apropriar de algum documento raro de Alice. Entre um pedaço de bolo e um café, mas numa rápida distração, todas as fotos e relatos raros de jornais já estavam guardados. Dona Myrla não parecia ser tão “não” Galo assim. No desenrolar das histórias, uma fala marcante da neta Ana Lúcia:
“Vovó amava o Atlético assim como a maioria gigantesca da família, mas há quem conte que nos jogos do time, quem ousasse falar mal do Galo tomava “sombrinhada” e apanhava mesmo. Com ela perto não era possível criticar o Atlético… A casa dela era tomada de dirigentes do clube, até Juscelino Kubitschek frequentava, uma das filhas (Célia), era quem redigia os discursos do político”.
O carnaval e as festas de passagem do ano tinham dança, violão, sanfona e piano, tudo na casa de Dona Alice, na Rua Guajajaras. O local era muito frequentado por estudantes, que depois se tornavam referências profissionais naquela ainda bucólica Belo Horizonte. Nos registros de jornais, há passagens que contam a notoriedade de Alice e de seu casarão, uma espécie de segunda sede do Atlético perante aos dirigentes e jogadores do Atlético. Na casa das “Neves” e em mais de 90% do ambiente, o Galo vive e pulsa na energia que já chega aos tataranetos que não foram afetados pelos famigerados “agregados”.
ALICE NEVES ERA ENERGIA PARA O TIME VENCER E NÃO CONTRARIAR A MÃE DO ATLÉTICO
Segundo o relato da coluna “Bar do Ponto”, de jornal não identificado, Dona Alice não era apenas uma torcedora, mas uma força geradora de energias, estímulo para os jogadores, naquele tempo em que se fazia o esporte pelo esporte e quando não havia a “Bolsa de Craks”, quando o esporte era distração.
Jairo, um dos pertencentes do Trio Maldito, que se tornou médico depois, dizia:
“Dona Alice dava maior estímulo ao time do Atlético do que seus melhores treinadores. Iam para campo, pensando no Atlético, mas pensando em não contrariar Dona Alice Neves”.
O LEGADO DAS NEVES
A ideia da busca incessante pela história de Dona Alice foi apenas para enriquecer a literatura atleticana que, aos poucos, precisa saber que Dona Alice além de fundar o Atlético com mais 22 garotos, ainda amparou jovens estudantes, daí sua proximidade com a mocidade. Em sua pensão, participou solidariamente da acolhida às pessoas que em Belo Horizonte foram afetadas pela gripe espanhola. Alice Neves ainda foi líder da LBA – Belo Horizonte (Legião Brasileira de Assistência), em tempos de guerra. Não bastasse toda sua força, passou às mulheres um gene da participação ativa na sociedade, tendo uma das filhas (Dora Neves) sido, segundo relatos familiares, a primeira habilitada de Minas Gerais. Outra filha, Célia Neves, escrevia até discursos para JK.
Agora, em 2023, chegamos próximo da inauguração da nova Casa Atleticana, a Arena MRV, e a força não diminuiu. Dona Myrla Neves (neta de Alice), mãe da Izabella, além dos quitutes e bolos deliciosos, contou que estudou e formou em história com a própria filha. Ainda se gabou de, na época, ter tirado nota melhor. Myrla carrega os relatos de família com o mesmo zelo que guarda as fotos e jornais da matriarca atleticana. Mais que isso: ela não empresta vasilhame para quem quer levar a famosa “marmitinha” para casa, é dura na “queda” e ainda resiste em se declarar ao Galo.
“Se quiser levar é no saquinho, vasilha não”
Ao fim da prosa, Flávia (bisneta de Alice) diante dos outros bisnetos – Alexandre, Matheus e João Maurício -, disse de forma imponente:
“Nós queremos conhecer a Arena, ver o espaço da nossa bisavó. Se não deixarem a gente ir, eu que moro perto, vou providenciar uma tirolesa e vou cair no colo do Hulk”.
As histórias foram uma verdadeira festa atleticana chefiada pelas mulheres Neves, típicas da vanguarda e que contrariavam os membros da “Tradicional Família Mineira”. Para irmos embora amigos da família, não podíamos esquecer jamais do início de tudo:
“Aqui quem domina são as mulheres. Homem aqui não apita nada … E se quiser levar alguma coisa, que tragam o saquinho”, pois vasilhame não se empresta na casa da Dona Myrla Neves.
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