Está nascendo um novo Galo!
Por Hugo Fralodeo
5 abr 2024 9:02
“No serviço de auto-falante”…. Tá legal, exagerei. Tá acontecendo alguma coisa com o Galo, mas não precisa fazer alvoroço quanto a isso. E o professor Milito trabalha, o professor Milito batalha, o professor Milito prova que futebol é futebol dentro do campo, não somente nos vestiários.
Tenho dito nos últimos dias, se o cara tiver tempo, ele entregará. Foram nove treinos e dois jogos, só isso. 11 dias de trabalho. Se Paulinho já voltou a meter gol, se não se fala na famigerada “Hulk-dependência”, se Arana, com duas participações em gol em cada jogo, voltou a ser o melhor lateral (não só esquerdo) brasileiro, tenho medo do que tá por vir.
Sério. O Atlético chegou a ter 88% de posse de bola em dado momento e 73% ao fim da partida na goleada sobre o Caracas. O Atlético registrou o maior índice de acertos e tentativas de passes na Libertadores nos últimos dez anos. O Atlético não fez esforço algum pra sacolar os venezuelanos. Eu realmente tenho medo de ficar mal acostumado.
O Atlético dominou o jogo, fez isso tudo e parecia que a turma não tava nem suando. Fiquei com a clara impressão que a ordem era resolver a parada logo e guardar energias para domingo. O time detectou em 10 minutos todas as fragilidades do adversário e fez o trabalho. Até agora a minha ficha não caiu. Parece que o Atlético fretou um voo pra ir bater uma bolinha na Venezuela, cumprir tabela. Mais uma vez, com o mínimo. Nem precisou do Milito na área técnica.
O time até garantiu o entretenimento. Tomou um gol no início do segundo tempo (eu sei que cê gelou, tá. Mete essa não!), pra variar, a partir da bola parada. Mas foi lá, Arana jogou a bola na área, perde e ganha, Paulinho guardou mais um e acalmou o coração da Massa. Gente, Alisson foi titular e jogou mais de um tempo sem cerimônia. O menino deu uma assistência magistral pro quase golaço de Hulk. Cadu entrou no jogo e ninguém achou estranho.
O Atlético de Milito fez na Libertadores o que o Atlético de antes deveria ter feito contra Patrocinense, Athletic, Tombense, Itabirito…. Não fosse o ponto fora da curva, a goleada sobre o Democrata de Valadares, pra lembrar quando o Galo fez pelo menos quatro gols em uma partida, precisaríamos voltar na era Coudet, contra o Cuiabá, há quase um ano, em maio passado, quinta rodada do Brasileirão. Coisa de 50 e poucos jogos.
Foi aqui mesmo que eu disse, desde que ele prometeu um Galo com paixão e sem compaixão dos adversários, eu tô fechado com o malandro. E, claro, não sou só eu, o 7 e o 13 da Massa também tão.
Também não é pra se iludir, Padawan! É pra se animar, querer renovar GNV, voltar à Arena, mas não vem com esse negócio de “Barcelona das Américas”! Essas paradas, como diziam os nossos antepassados, trazem o tal do mau agouro. Não é bão mexer com esses trem. Vamos dar mais uns joguinhos, vamos conversar domingo, dentro de duas semanas….
Está nascendo um novo Galo! Vai ter gente querendo fazer o tal do “chá revelação”. Não precisa. Esse é o Galo. É Galo mesmo. É Galo na cabeça. Um time que gosta de jogar futebol, que compete, que sabe o que fazer dentro do campo e não tem medo de errar por tentar fazer o certo, tem brio, tem raça, tem coração.
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*Este texto é opinativo, de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal Fala Galo.