Los Rojos del Ávila: conheça o Caracas, adversário do Atlético na estreia da Libertadores
Por Hugo Fralodeo
3 abr 2024 11:26
Nesta quinta-feira (4), o Atlético inicia sua caminhada rumo à reconquista da América. E tudo começa mais uma vez na Venezuela, no mesmo palco do início das temporadas de 2021 e 2023, o Estádio Olimpico de la UCV.
Para chegar mais uma vez â Glória Eterna, o Alvinegro das Gerais deverá primeiro passar pelo grupo G, que conta, além dos tradicionais Rosario Central e Peñarol, com o maior campeão venezuelano, o Caracas, que vem para sua 23ª participação na Libertadores.
Maior campeão e mais rico, mas não o mais popular
Em terra onde o beisebol tem a preferência de quem consome esporte, o Caracas, que carrega o nome da capital venezuelana, é um dos dois mais tradicionais e populares clubes do país. Mais rico e com mais taças, os Rojos del Ávila perdem em popularidade para o Deportivo Táchira. Por isso, a discussão sobre qual dos dois é o maior da Venezuela nunca termina.
Fundado em 1967 como um clube amador, foi nos anos 80 que o então Caracas Yamaha emergiu no futebol local, fazendo a translação para o futebol profissional em 1984, ano que já faturou o título da segunda divisão, logo no seu debute em competições oficiais.
Fazendo bagunça na elite desde cedo, mesmo com um elenco semi-amador e passando por dificuldades para competir na nova realidade financeira, no final dos anos 80, o já Caracas FC conquistou seu primeiro título expressivo, a copa local, em 87.
Dois anos depois, quando o clube foi comprado por uma organização esportiva, houve uma mudança de patamar. O primeiro nacional foi em 1991, fechando seus primeiros dez anos na primeira divisão com quatro conquistas. Nesse período, o clube também faturou mais duas copas, chegando a três, e disputou pela primeira vez a Libertadores em 1993.
Da instabilidade à consolidação como o ‘papa-títulos’
Após a ascensão meteórica, o Caracas viveu um breve período de instabilidade no final da década de 90, voltando a conquistar o nacional só em 2001, quando iniciou uma verdadeira hegemonia, construída pelo treinador Noel Sanvicente, o mais vitorioso da história do clube.
Heptacampeão nos anos 2000, os Rojos tiveram sua grande campanha fora da Venezuela no final da década, em 2009, quando chegaram às quartas de final da Libertadores, sendo eliminados pelo Grêmio no critério do gol qualificado, após um empate sem gols no Olímpico e um 1×1 na Venezuela, sendo até os dias de hoje sua melhor participação.
Seca de uma década e volta ao topo
Na década seguinte, diferentemente dos anos 90 e 2000, o Caracas viu a hegemonia mudar de mãos, literalmente, pois foi a era do protagonismo divido entre Táchira e Zamora. Se entre 1991 a 2010 foram 16 títulos conquistados, daí até os dias atuais, o maior campeão venezuelano faturou apenas uma copa, em 2013, e um campeonato, em 2019, sua última conquista.
Crise na temporada e incerteza
Trazendo a conversa para os dias atuais, vemos um Caracas bem diferente. Em crise, o clube acaba de promover uma troca n comando técnico, saindo Leonardo González, que ficou no cargo por um ano e três meses, entrando Henry Meléndez, que tem pouca experiência no futebol profissional, mas já foi coordenador das categorias de formação do clube.
Portanto, é difícil determinar o real perigo que o time que não vence há oito jogos e ocupa atualmente a 11ª (de 14) posição da tabela de classificação do ‘venezuelanão’ pode oferecer ao Galo.
Antes da demissão de González, o Caracas era um time que gostava da bola, tendo a maior média de posse no certame nacional, mas esbarrava na falta de criatividade e apresentava muitos problemas defensivos, havendo a expectativa que isso seja amenizado com a recuperação do goleiro Wuilker Fariñez, um dos expoentes da geração vice-campeã do Mundial sub-20 de 2017.
González variava a base de seu jogo do 4-2-3-1 para o 4-4-2, com boas participações do meia Anderson Contreras e dos atacantes Ender Echenique e Edwuin Pernía, os artilheiros da equipe na temporada.
Retrospecto favorável ao Galo
O Atlético nunca enfrentou o Caracas, mas tem ampla vantagem no retrospecto geral contra clubes venezuelanos e não será a primeira vez do Alvinegro no palco da partida.
Se trata da sexta vez que o Atlético jogará na Venezuela e a terceira no Olímpico de la UCV. A estreia do Galo na edição de 2021, o empate empatou por 1×1 com o Deportivo La Guaira, também foi no local. Na ocasião, Zaracho marcou para o Atlético empatar a partida, mas o grande destaque foi Everson, que impediu que o Alvinegro voltasse à Cidade do Galo com a derrota. Na temporada passada, o empate sem gols com o Carabobo não atrapalhou o Galo a passar pela segunda fase preliminar com o 3×1 no Mineirão.
Nas três vezes anteriores que o Atlético visitou o país, voltou com três vitórias. Em 1995, nas quartas de final da Copa Conmebol, o Galo aplicou um 4×0 sobre o Mineros (já havia vencido a primeira partida por 6×0); Na fase de grupos da Libertadores de 2014, placar magro de 1×0 contra o Zamora, que também foi adversário na fase de grupos de 2019, quando, no jogo derradeiro do grupo, o Galo virou para cima dos donos da casa, voltando com o 3×2, o terceiro lugar no grupo e a vaga na Copa Sulamericana.
No retrospecto geral contra venezuelanos, contando também as cinco vitórias em cinco partidas realizadas em Belo Horizonte, são dez jogos, com oito vitórias e os dois empates no estádio da partida desta quinta-feira.
Caracas Fútbol Club
Cidade: Caracas, Miranda – Venezuela
Fundação: 12 de dezembro de 1967 (56 anos)
Estádio: Olimpico de la Universidad Central de Venezuela
Títulos: 12 Campeonatos Venezuelanos (maior campeão) – 4 Apertura, 6 Clausura – e 6 Copas da Venezuela
Participações na Libertadores: 22
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