Por Hugo Fralodeo
Um mês após a reunião do Conselho Deliberativo do Atlético que definiu a aprovação do projeto para a transformação do Clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e a consequente venda de 75% das ações para a Galo Holding, o Alvinegro segue no mercado em busca de investidores.
O Clube recorreu ao BTG Pactual para elaborar um documento confidencial, batizado ‘Projeto King’, onde traz detalhes da estrutura da Galo Holding. A apresentação foi enviada a potenciais investidores, e o FalaGalo teve acesso a seu conteúdo.
O material começa por apresentar o Clube, ressaltando a possibilidade de investir “na maior SAF já criada no Brasil, com empresários de reputação única” e enaltecendo a força da marca Atlético, sobretudo pelo tamanho da Massa, o valor do elenco e o patrimônio, destacando a Arena MRV, às vésperas de ser inaugurada de forma oficial.
Há, ainda, alguns gráficos de comparativos de receitas nos últimos cinco anos, onde aparece a previsão de arrecadação bruta de R$ 517 milhões e a projeção de R$ 467 milhões em custos e despesas operacionais para 2023, havendo a expectativa por um lucro operacional, sem contar juros, impostos, depreciação e amortização, de R$ 17 milhões.
Estrutura da Galo Holding
Como já divulgado, será constituída a Galo Holding e o aporte será de de R$ 913 milhões (R$ 613 milhões R$ à vista e R$ 314 milhões em conversão de dívidas). A GH terá 75,3% das ações e os 24,7% restantes ficarão com a Associação (Clube).
Dentro da empresa, uma nova divisão: 69,7% pertencerá aos 2Rs (Rubens e Rafael Menin), 10,2% a Ricardo Guimarães, 10,9% ao FIP Vorcaro (fundo de investimentos de Daniel Vorcaro, CEO do Banco Master) e os 10,9% restantes pertencendo ao FIGA, o Fundo de Investimentos do Galo, que será um fundo de torcedores, justamente o público alvo do documento, com capacidade de aportar pelo menos R$ 1 milhão. Sendo assim, Renato Salvador, um do 4Rs e vice-presidente do Conselho Deliberativo, não compõe o quadro societário da GH.
A GH terá um conselho de administração composto por sete cadeiras, quatro indicadas pela família Menin e as outras três sendo preenchidas pela indicação de cada um dos outros sócios: Ricardo Guimarães, FIP Vorcaro e FIGA. Haverá um acordo de acionistas separado para a holding.
Detalhes do valor da empresa e da dívida
O documento também detalha os valores considerados no negócio. Levando em conta a Arena MRV e a Cidade do Galo, o Clube foi avaliado em exatos R$ 2.042 bilhões, havendo a dívida líquida de R$ 1,742 bilhão (dívida bruta de R$ 1.920 bilhão com a dedução do caixa de R$ 13 milhões e R$ 165 milhões da venda da participação restante no Diamond Mall), sendo, então, o Equity pré-Money de R$ 300 milhões e o Equity Pós-Money de R$ 1.213 bilhão.