Kalil desabafa e faz apelo à Massa: “Não me cobre, eu fiz minha parte no Atlético. Eu quero paz”

 

Por Hugo Fralodeo 

Em participação no podcast do portal No Ataque, Alexandre Kalil, notoriamente um dos presidentes mais vencedores da história do Atlético, não pôde deixar de falar sobre sua conturbada relação com Ricardo Guimarães, atual presidente do Conselho Deliberativo do Clube, membro do órgão colegiado e futuro acionista da SAF.

Então, Kalil falou da notícia-crime que protocolou no Ministério Público de Minas Gerais apontando possível fraude na última eleição do Conselho Deliberativo, a investigação sobre sua gestão, além de fazer um apelo à torcida do Atlético ao desabafar sobre ser cobrado para exercer oposição à atual direção do Clube.

Primeiro, Kalil disse não ter relação com Ricardo Guimarães e os outros membros do órgão colegiado e lembra a discussão na última reunião do Conselho que esteve presente. O ex-mandatário ainda apela que a torcida não o cobre, dizendo que já cumpriu a sua parte no Atlético:

“Eu não tenho relação nenhuma. (…) Esse moço (Ricardo Guimarães), como ele não tem reputação há 20 anos, tenta destruir reputações. Eu tô velho, tô cansado, tô com 64 anos. No Atlético você tem que construir, e não destruir reputação. Eu não quero mexer com o Atlético”.

“Eu quero falar uma coisa para a torcida: não me cobre, porque me cobrar é covardia. Eu não tenho mais 49 anos. Eu não tenho mais força para fazer nada. Eu não tenho nada. O que eu tinha que fazer, eu tentei fazer. Eu impetrei uma ação no Ministério Público por crime de fraude no Conselho e ela foi arquivada. Quando eu fui falar no Conselho, essa turma que tá lá por fraude, que o Rodrigo Capelo, inclusive, chama parte deles de ‘amansados’, me vaiou. Então, eu quero pedir à torcida do Atlético que não me cobre, porque é covardia. Eu já entreguei pro Atlético a minha cota. Eu estou em outra vida. Eu virei prefeito de Belo Horizonte, larguei a prefeitura, disputei uma eleição…. Está tendo uma cobrança, mas eu não vou entrar nisso. Não me chamaram quando foram campeões…. Agora, não me cobre. Eu fiz a minha parte no Atlético, o meu dever foi cumprido. Tentaram acabar com a minha honra e a minha história. Só que, quem lê sabe que história não se acaba. Eu quero só que a torcida do Atlético saiba que ela está no meu coração. Espero, que por tudo que eu sofri e por tudo que eu fiz na minha vida, eu tenha um pedacinho do coração dela”. 

Kalil lembra a auditoria feita em 2020 para analisar a contabilidade de sua gestão, revela que nada foi encontrado e afirma que a história construída por ele já está contada:

“Eu fui o único presidente da história do Atlético investigado. Botaram a roll lá dentro e reviraram a minha vida. Eu tenho um atestado assinado pelo Conselho Fiscal do Atlético que não acharam nada. Se tivesse pero, era pra entregar pro Ministério Público me cobrar. A torcida do Atlético não pode fazer isso comigo. Eu tô cansado. Eu não fui lá, eu não atrapalhei, eu não dou palpite, não abro a boca. Fui achincalhado, tentaram jogar a minha história no lixo. Eu tô calado. Eu quero paz na minha vida. Eu já construí, vai pro livro, não adianta, vai fazer. Não adianta querer apagar o que está no livro”. 

Por fim, Kalil, que recentemente revelou temer que o Atlético volte a ser rebaixado, diz que o Clube não tem dono e não quer saber de negócios, apenas do campo:

“O Atlético é meu, sô! Vai acabar com o meu brinquedo não, uai. O atlético não é de ninguém, o atlético é meu, cada dia ele é mais meu. Quanto mais velho eu fico, mais ele é meu. Vão fazer, faz pra lá, arruma o Atlético, traz vitória pra nós, traz caneco. Que bobagem é essa? Que mundo é esse? Pra quê isso? Agora, a hora que eu tiver que falar, aí vai ser coletiva, aí eu vou derramar tudo. Prejudicar o meu brinquedo?! O que eu fiz esse fim de semana, plantei assistindo futebol de manhã, de tarde e de noite. Inclusive aquela merda do jogo do Atlético. Porra, eu não quero saber de negócio, eu quero assistir futebol. Eu gosto é de bola. Eu fui obrigado a pagar conta”.