Presidente da CPI Abuso de Poder afirma que contrapartidas da Arena MRV foram “oportunismo da Prefeitura de BH”
Por Hugo Fralodeo
Nesta quinta-feira (13) o vereador Wesley Moreira, presidente da CPI Abuso de Poder, que investiga o processo de licenciamento do empreendimento e as contrapartidas exigidas para a construção da Arena MRV, apresentou documentos que indicam que as obras de contrapartidas impostas ao Atlético foram uma oportunidade da Prefeitura “pagar uma dívida” de três décadas com a população das imediações do estádio:
“Ficou muito claro em nossas oitavas que são intervenções solicitadas há mais de trinta anos, quando o fluxo de veículos e a população da região era ainda bem menor. Ficou claro que essas contrapartidas são omissões da Prefeitura com a população. Usamos na CPI a palavra ‘abuso’, mas poderíamos chamar de oportunismo”.
Há quase um mês, em depoimento na comissão, o CEO do Atlético, Bruno Muzzi, revelou que os custos das obras de contrapartida ultrapassaram os R$ 335 milhões, o que chega a quase 50% do custo total da obra:
“Hoje a obra vai chegar na casa de R$ 750 milhões, temos comprometidos R$ 170 milhões em contrapartida, mais o que está colocado na licença, na casa de R$ 135 milhões. Quase 50% do valor da obra em contrapartidas. Como empreendedor eu sou um defensor de contrapartidas, acho que todo empreendimento tenha contrapartidas para mitigar os impactos, mas o que é importante é ter um processo claro de licenciamento com percentual máximo de contrapartidas. Isso é fundamental”.