Hulk abdica de usar a braçadeira de capitão do Atlético

 

Por Hugo Fralodeo 

Era uma entrevista coletiva habitual para Hulk no início daa tarde desta sexta-feira (14). Como o próprio artilheiro esperava, a pergunta sobre o alto número de cartões amarelos sofridos nos últimos jogos veio. O que ninguém poderia prever era que o ídolo iria usar a oportunidade para comunicar à Massa e à imprensa que deixará de utilizar a braçadeira de capitão em campo.

“Esperava essa pergunta para comunicar a vocês da imprensa e, principalmente, aos nossos torcedores, que eu chamei o nosso diretor Rodrigo Caetano e o nosso professor Luiz Felipe Scolari para uma conversa e pedi para não usar mais a faixa de capitão e agradeci toda a confiança, todo o respeito e a responsabilidade que eles passaram para mim. Em todos os times que eu passei, sempre tive esse papel de capitão, em Portugal, na Rússia, na China e aqui também. Então, agradeço ao Felipão e a todos os treinadores que passaram aqui pelo Galo e me deram essa oportunidade de representar nossos jogadores dentro de campo”. 

Hulk ainda relembrou a palestra ministrada ao elenco antes do início do Campeonato Brasileiro, onde foram passadas recomendações para os jogadores quanto ao estilo de arbitragem na competição e foi informado que os capitães teriam autoridade para conversar com os árbitros. Porém, o artilheiro argumenta que sempre foi ignorado:

“Tivemos uma palestra apresentada pelo comitê de arbitragem, onde eles nos informaram que o capitão tem a autonomia e todo o direito de conversar com os árbitros. Durante a palestra, a gente comentou com o representante do comitê que, infelizmente, não é isso que acontece, a gente tenta chegar para conversar e os árbitros acabam nos punindo com o cartão. Ele falou que está errado, você pode mostrar a braçadeira de capitão, como eu fiz inúmeras vezes, mas todas as vezes eu sou ignorado”.

Por fim, o agora ex-capitão do Atlético explica os motivos que o levaram a tomar tal decisão, afirmando que seu foco único e exclusivo agora é jogar:

“Então, devido às circunstâncias, tudo que vem acontecendo, eu preferi abrir mão de usar a braçadeira de capitão, porque eu vi que vocês da imprensa dizem muito que o Hulk toma cartão por reclamação. Se chegar para o árbitro com educação, tentando conversar ou discordando de alguma decisão dele é falta de educação, se isso é para cartão, se isso é reclamação, acho que todos os jogadores, comissão, todo mundo vai tomar cartão durante o jogo. Não é isso que acontece, eu chego sempre com muita educação e respeito, infelizmente não sou ouvido e sou punido com o cartão amarelo, onde lá para fora passa que é por reclamação. Não vou tocar mais nesse assunto, só queria informar à toda torcida do Galo que partiu de mim, porque eu estava sendo prejudicado e prejudicando meus companheiros dentro de campo, porque, a partir do momento que eu tomo cartão, vai ter uma bola dividida que eu vou ter que tirar o pé para não tomar o segundo. Agora vou deixar para que o nosso próximo capitão exerça esse papel e espero que os árbitros escutem ele. Eu vou focar em jogar”. 

Hulk assumiu a braçadeira de capitão do Atlético no início de 2022, após a saída de Júnior Alonso, que foi o capitão de campo (dividindo a capitania do elenco com Réver) na campanha do Triplete Alvinegro, em 2021. Mesmo com o retorno do zagueiro paraguaio, o artilheiro permaneceu com a braçadeira e seguiu até o clássico diante no América, ocasião em que ele foi expulso por Wilton Pereira Sampaio após o apito final. Na ausência do camisa 7, Mariano e Everson, dois dos jogadores com mais tempo de casa do atual elenco, tiveram a responsabilidade de exercer a função em campo.