O contexto atual de Pedrinho pode ter dado ao Atlético uma opção muito interessante
Por: Hugo Fralodeo –
Pedrinho chegou ao Atlético e está bem acordado. (Não, eu não poderia perder a piadinha enfadonha!) Sem atuar desde dezembro do ano passado, o meia-atacante só poderá estrear pelo Galo a partir do próximo dia 18, quando a janela de transferências do Brasil estará reaberta. Tempo para conhecer seus novos companheiros, a Cidade do Galo, se ambientar e também para que Turco e Massa conheçam o futebol de seu novo reforço.
Pedrinho despontou para o futebol no Corinthians e sempre foi tratado como uma grande promessa do clube paulista. Começou a chamar atenção em 2016, aos 18 anos, quando foi parte do elenco sub-20 corintiano que foi finalista na Copa São Paulo e do Brasileirão da categoria, sendo alçado ao profissional por Fábio Carille já no ano seguinte. Parte do elenco campeão brasileiro, Pedrinho fez apenas 12 jogos naquela campanha, mas se tornou um dos grandes destaques do time que seria vice da Copa do Brasil em 2018, terminando a temporada com 53 jogos, sendo 35 pelo Campeonato Brasileiro. Em 2019, seu número de jogos aumentou mais um pouquinho, chegando a 57. Nesse meio tempo, passou pelas seleções de base, sendo um dos principais destaques do time sub-23. Mas há um problema, Pedrinho disputou 134 jogos com a camisa do Corinthians e marcou apenas 10 gols.
Vamos mudar o foco por um pequeno momento. Pra você que acha que Pedrinho chega ao Atlético como reposição a Savarino e Sávio, negociados, e Keno, que tem convivido com lesões, saiba que você está redondamente enganado. Apesar de até poder jogar pelo lado direito, Pedrinho encontra sua melhor forma de jogo estando centralizado. Isso chegou até a ser motivo de controvérsia quando atuava com Carille no Corinthians. O treinador tentava o colocar na ponta, mas Pedrinho não rendia, inclusive, houveram atritos com o treinador nesta época, mas isso não vem ao caso.
Estando estabelecido que ele rende mais pelo meio, vamos à suas características: canhoto, boa condução e controle da bola, entrega dribles curtos, tem excelente chute colocado, qualidade no passe, inclusive arriscando passes mais elaborados, e muita inteligência para encontrar soluções durante o jogo, seja se livrando dos adversários ou para construir jogadas de onde não se esperaria nada. Pedrinho é um meia-atacante, gosta de jogar centralizado e é bom jogador. Tá, mas aonde quero chegar e o que tudo isso diz a respeito sobre Pedrinho no Atlético? Peraí que já te conto.
Na Europa, Pedrinho chegou primeiro ao Benfica, em 2020, se transferindo na janela de meio do ano, no verão europeu. Por lá, jogou 31 partidas e marcou 1 gol. Vendido ao Shakhtar, no ano seguinte, em meia temporada na Ucrânia, chegou a disputar 19 jogos e marcar 4 gols, totalizando 50 jogos e 5 gols em sua primeira passagem pelo velho continente. *seus números de assistências são discrepantes, portanto, inconclusivos para esta análise.
Certo, Pedrinho acumula 184 jogos como profissional, com 15 gols marcados.
Por que toda essa firula, todo esse enfeite e essa construção confusa do texto? Para que você que está lendo esta análise compreenda que muitas coisas dependem do contexto. No Cortinhians, Pedrinho iniciou bem garoto, tinha a pressão, era tratado como uma jóia, mas seus números sempre estiveram no sentido crescente. Na primeira temporada, poucos jogos; na segunda, bem mais jogos; na terceira, mais jogos e mais gols. Pedrinho participou de títulos, de boas campanhas e fez grandes jogos. Na Europa, além das questões de adaptação, que são inerentes a qualquer jogador que está acostumado há anos com um ambiente e muda de repente, Pedrinho encontrou problemas parecidos com os que viu no Brasil. No Shakhtar, já mais maduro, elevou seus números e melhorou sua qualidade de jogo. Passou de 31 jogos e 1 gol em um ano, para 19 jogos e 4 gols em 6 meses. Cresceu mais um pouco.
O Atlético não tinha um jogador com as características de Pedrinho. Um cara que crie através de dribles, que encontre soluções diferentes, que tenha lampejos. E não, não posso citar o Nacho aqui, o jogo do Cérebro é outro, Pedrinho tem mais “atacante” em sua denominação de “meia-atacante” do que Nacho, que fecha-se em “meia”. Ele vai poder ajudar a rodar o elenco, mudar o esquema, dar mais uma alternativa criativa a Turco, contribuir para mudar jogos, entrar na rotação…, e pode encontrar no Atlético a ajuda que precisa para se tornar mais decisivo. O contexto do Atlético de 2022 pode ser muito interessante para Pedrinho, que pode, no contexto do Pedrinho de 2022 (que esperamos que cresça mais um pouco), ser um jogador interessante para o Atlético.
ESTE TEXTO E DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR, NAO REFLETE, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DO PORTAL.