No futebol, tudo é sobre a decisão
Por Hugo Fralodeo
Não tem jeito. Toda vez que você se deparar com um cruzamento e optar por seguir na via da direita, você deixou para trás a oportunidade de seguir pela esquerda. Em alguns casos você pode até fazer um retorno e entrar no cruzamento de novo, mas tem vezes, na maioria delas, que o caminho não tem volta. Seja por ter entrado em uma rua sem saída, pelo trânsito forte, pela distância longa até encontrar o tal acesso para o retorno….
A vida é assim. E não adianta encontrar conforto no multiverso (Hoje em dia TUDO tem solução nos infinitos universos paralelos), achando que em algum lugar você escolheu a via “certa”, porque aqui você vai ter que dormir abraçado com as suas decisões. E eu nem falei que a decisão foi boa ou ruim, percebeu?
No futebol também é desse jeito. Se você decidiu chutar ao invés de tocar, tocar ao invés de chutar, mudar o posicionamento, dar um toque a mais, dar um toque a menos, colocar mais ou menos peso na batida, subir um milésimo de segundo antes ou depois, dar um passo para um dos lados, não dar esse passo para um dos lados, ter escolhdo o lado errado, ter perdido o tempo de bola, ter dado um carrinho mais cedo do que deveria, lberar um jogador cedo demais do departamento médico, “poupar” ou não, quem escalar, quais substituições fazer, trocar um treinador, vender um dos seus melhores jogadores pra um de seus maiores rivais, renovar com jogador x ou y, dispensar jogador w ou z, não falar o que pensa, só falar o que pode, não falar nada, já foi, não tem volta. Ficam as consequências, positivas ou negativas.
O grande problema é que, ao contrário da via hipotética, onde você pode até se revirar para tentar emendar alguma solução, no futebol, pelo menos no futebol brasileiro, melhor dizendo, você anda sempre no limite e os erros devem ser minimizados. Por isso, as decisões devem ser quase sempre certeiras, ainda que não seja possível nem prever qual decisão seria a correta. Muita doideira para dizer coisas óbvias, não?
Pois é, eu poderia ter sido bem mais breve e preciso, mas perderia toda a graça da coisa, eu não precisaria ter escrito um texto e, principamente, não exemplificaria como fica o turbilhão fervente dentro das nossas cabeças quando é o nosso que está na reta e precisamos decidir. Tudo é questão de decisão no futebol. Todos vão errar mesmo. Mas os nossos “anciãos” sempre dizem que “errar é humano, insistir no erro é loucura”.
Loucura não tem que significar algo ruim. Pode ter simplesmente a ver com o caos que eu falava do tal multiverso (e eu não acredito muito que os eventuais unversos paralelos funcionem assim, se é que “funcionem” – ALÔ, MARVEL!), mas é até simples demais mesmo: Tudo é questão de decisão no futebol, mas quem tem o poder de decidir não decide só por ele, então não pode decidir só pelo seu próprio gosto ou o que acha mais “correto”. Uma única decisão no futebol, uma únca decisão no Atlético afeta diretamente a vida de milhões de pessoas.
Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal FalaGalo.