Depois de algum tempo de espera, Ignacio ‘el Nacho’ Fernández chega ao Atlético com pompa, circunstância e com os olhares da América Latina voltados para o clube que promete crescer, e o jogador que pode se tornar uma das melhores contratações da temporada, pois é reconhecidamente um dos melhores atletas atuando no continente americano. Para suprir uma grande carência, Nacho chega para subir o nível do Atlético e fazer o time jogar.
Tendo surgido nas canteras do Gimnasia y Esgrima, foi no Temperley de Turdera que acumulou jogos nas divisões inferiores da Argentina e, depois de apenas uma temporada, voltou ao time de La Plata para ainda jovem assumir seu lugar no meio campo do time e começar a se destacar no futebol local. Mas foi quando chegou ao River Plate, em 2016, que Nacho deu o grande salto em sua carreira e se tornou um jogador admirado por companheiros, sendo chamado de ‘Iniesta argentino’ nos vestiários dos millonarios, por adversários, torcedores e também quem conhece muito bem do pedaço do campo que Nacho Fernández atua, sendo considerado o maior destaque do futebol argentino na visão de Maradona em 2019, por ter “uma camurça no pé”, e de Riquelme, que após a final da Libertadores de 2018 entre River e Boca, se rendeu ao futebol praticado pelo meia e cravou: “Não tenho dúvidas de que Nacho é o melhor jogador do futebol argentino há muito tempo”, acrescentando que, apesar de ter perdido o confronto, se divertiu vendo as jogadas do homem que tratava a bola com refino semelhante a ele em sua época de jogador.
Com todas essas credenciais, Fernández tende a elevar o nível de jogo do Atlético com a construção. Chamado de “cérebro” por Gallardo, o mentor que ajudou Nacho a se tornar o jogador que é hoje, a maior valência do meia é a capacidade de usar a inteligência a serviço de sua criatividade. Saída de bola, construção, passe, finalização, infiltração, bola parada, aceleração, cadência, preenchimento e abertura de espaços, inteligência tática, posicionamento, versatilidade e entrega. De uma só vez, todos os atributos de Nacho. Num time que em alguns momentos sofre com a pobreza na criação, são características para se encaixar e ajudar o time a construir e também finalizar melhor as jogadas. Com a dinâmica atual do futebol reduzindo cada vez mais o espaço que os jogadores têm em campo, quem atua nessa faixa da cancha tem de se adaptar e se tornar cada vez mais completo para ter lugar nos times. Nacho entrega isso justamente pela sua mentalidade e foco, é um jogador capaz de antever as jogadas quase que como um clarividente, antes de receber a bola, consegue fazer a leitura de jogo e tomar a melhor decisão possível para dar prosseguimento ou concluir as jogadas com a rapidez necessária. Assim pode escolher o melhor momento de passar, infiltrar, segurar a jogada, abrir espaço para finalizar, ou qualquer outra solução que sua inteligência facilite usar sua qualidade técnica.
No meio campo do Atlético, Nacho jogará para ele e para o time, terá o poder de potencializar companheiros, seja ajudando na saída de bola próximo aos volantes e defensores, a partir da faixa central, encostando nos lados para dar opção aos pontas, decidir jogos difíceis se apresentando para finalizar de fora ou invadindo a área para receber em condições de concluir e, com toda sua inteligência, qualidade, experiência e mentalidade vencedora, ajudar o Galo a chegar aos seus grandes objetivos.
FICHA TÉCNICA Ignacio Martín Fernández (Nacho) Posição: Meio-campista Idade: 31 anos Altura: 1,82 Clubes: Gimnasia y Esgrima, Temperley e River Plate Em 2020: 25 jogos – 6 gols – 6 assistências
Ainda em Dezembro, mesmo antes de assumir a cadeira da presidência do Atlético, Sérgio Coelho disse em entrevista que contratações pontuais seriam feitas, e frisou que a contratação de um lateral-esquerdo era prioridade, pois o elenco contava somente com Guilherme Arana como atleta com origem na posição. Numa oportunidade de mercado, a contratação de Dodô foi acertada e ele chega encorpando o elenco e suprindo essa lacuna, além de, claro, abrir mais possibilidades para Sampaoli montar o time da próxima temporada. Mas como o novo lateral do Galo fará isso?
Dodô surgiu muito jovem nas categorias de base do Corinthians no início da década de 2010, um momento onde a base do clube paulista revelou uma boa safra, mas, como vivia momento de investimento e montagem de bons times, alguns desses jovens ficaram sem espaço, como o próprio Dodô. Tendo pouco atuado pelo time de São Paulo, fez uma breve passagem pelo Bahia e teve as portas para o futebol italiano abertas na Roma. Na Itália se desenvolveu melhor como jogador, ainda na Roma aproveitou para acumular jogos quando o titular, seu companheiro de posição, se lesionou e chamou a atenção da Internazionale, onde teve momentos de altos e baixos, até chegar à Sampdoria, onde teve seu melhor momento na terra da bota. Na Samp, Dodô se tornou um lateral mais completo, chegando a atuar por algumas vezes como um terceiro zagueiro, e desenvolveu um pouco mais o físico, além de evoluir taticamente, claro, na meca dos zagueiros e defensores em geral, e acumulou a experiência longe do Brasil. Nunca tendo atuado constantemente em território nacional, no ano de 2018 teve a oportunidade de retorno e se destacou com a camisa do Santos, fazendo partidas consistentes e mostrando bom futebol.
Dodô é um lateral sobretudo equilibrado, não é muito de chegar à linha de fundo, mas tem o recurso do passe e bom cruzamento, tendo bom aproveitamento nos fundamentos, se destaca pelo grande poder de recuperação e boa técnica defensiva para fazer desarmes limpos. Tendo muita noção de posicionamento, além da lateral, pensando nas variações atuais de Sampaoli, pode atuar tanto internamente, como Guilherme Arana participa em alguns momentos, tanto por fora, como também se deslocando para a base da saída, aproveitando sua boa qualidade no passe, assim como Guga é capaz de fazer pelo outro lado. Apesar de não ser visualmente grande, Dodô tem estatura de média para alta e boa força física, sendo capaz de reforçar também a bola aérea, sobretudo defensiva. Vale lembrar que o novo reforço não joga há mais de um ano e algum tempo não faz treinos com companheiros e sob a orientação de profissionais técnicos.
Dodô chega e pode ser alternativa a Guilherme Arana, para uma temporada que terá mais jogos e promete ser ainda mais competitiva para o Galo, mas, como estamos nos acostumando, cada novo reforço abre algumas possibilidades de encaixe, variação e utilização, tem experiência internacional, conhece o Brasileirão e a Libertadores, e pode assim agregar ao elenco.
Depois da bela assistência do meio-campista para o gol de Guilherme Arana, que abriu o placar na vitória contra o Fortaleza e com a contratação definitiva encaminhada, Hyoran é só alegria, e não é para menos, vive o melhor momento de sua carreira. Eu sei, nem sempre foi assim, Hyoran era seguramente o jogador mais criticado até mesmo antes início do Brasileirão, que começou mal, ainda que tenha ajudado a decidir o jogo contra o Corinthians, chegou a ficar de fora de algumas relações, garantiu que trabalharia para superar o mau momento e a desconfiança da torcida e, com perseverança, mas, muito trabalho, ganha o “prêmio” por sua importância no momento atual do time. Dividindo Atleticanos, sua contratação em definitivo ainda pode ser vista com certa desconfiança, mas precisamos entender os motivos para isso ter acontecido.
Com o Manto Alvinegro, Hyoran entrou em campo em 43 compromissos, fez 9 gols e distribuiu 6 assistências, sendo 6 tentos e 2 passes para gol nos últimos 10 jogos de Brasileirão, tendo contribuído em 12 dos últimos 15 pontos do Galo. Números que encheriam os olhos de muita gente, mas seriam inimagináveis há não muito tempo. O que aconteceu? Como o patinho feio se tornou importante e o jogador mais decisivo do Atlético no momento?! A resposta é mais simples do que parece, mas vale a reflexão:
Hyoran mudou da água para o vinho por seu trabalho, vontade em dar a volta por cima e personalidade. Ele joga do mesmo modo em que começou o campeonato. Loucura? Não. Hyoran sempre mostrou boa movimentação para apoiar, quebrar linhas, bom poder de recomposição e voluntariedade aos seus companheiros. A prova é clara, em seus piores momentos, era criticado por pecar em decisões, teve sua qualidade técnica questionada, mas, se lembre, ele sempre esteve lá, no lugar certo, no momento exato pra decidir, com a bola o procurando para definir e desperdiçava as chances, agora ele as converte. Ele foi capaz de aprimorar seus fundamentos com muito trabalho na Cidade do Galo, mostrou personalidade se arriscando mais, pegando a bola na marca da cal, quando seus companheiros andaram desperdiçando pênaltis e teve muita vontade, mesmo quando esteve fora até da relação, sempre que entrou se mostrou muito voluntarioso, inclusive fazendo boas partidas silenciosas, no momento em que seus companheiros sofriam com a COVID-19. Hyoran jogava bem sem a bola, se movimentava, infiltrava, apoiava seus companheiros, era capaz de pressionar logo após a perda, foi versátil, jogou em mais de uma posição e função, o problema é que “apanhava da bola”, perdia oportunidades de gols, assistências e passes decisivos, mas trabalhou duro.
Hyoran sempre teve as oportunidades e desperdiçava, trabalhou para se aprimorar e dar a volta por cima. O Atlético ganhou um jogador decisivo, pelo menos no momento. Quanto esse momento irá perdurar, não sabemos, mas, no melhor momento de sua carreira, Hyoran já contribuiu muito com o Atlético e ainda pode ajudar um pouquinho mais. Nos resta torcer.
Apesar de praticamente não ter carreira em solo brasileiro, Givanildo Vieira de Sousa, o Hulk, despensa maiores apresentações e carrega currículo que o eleva à categoria de grande contratação para o futebol nacional. Saiu do Brasil para o Japão ainda muito jovem, chamou atenção do Porto, onde se tornou ídolo, artilheiro, chegou a seleção e conquistou títulos importantes, passou pelo Zenit onde teve números expressivos e chegou à China, onde as cifras para lá de milionárias se justificaram em seu bom futebol. Os 48 jogos e 11 gols pela seleção brasileira, tendo participado da Copa do mundo em 2014, seus títulos e premiações individuais na Europa e também seu bom desempenho na China, atraiu olhares de clubes importantes. A escolha foi pelo Galo, uma união que pode render bons frutos dentro do campo.
Como também é claro, a principal arma do Hulk Alvinegro é a força, que o capacita a vencer seus adversários com velocidade e imposição física, além de proporcionar um violento chute com a perna esquerda, seja de curta, média ou longa distância, tornando-o um jogador extremamente decisivo. Essa é a maior contribuição que Hulk pode dar ao Atlético. Com cerca de 600 jogos e mais de 300 gols na carreira, sempre mantendo essa média de 0,5 gol/jogo, inclusive na China, apesar de nunca ter atuado como centroavante de fato, Hulk traz os gols.
Com suas características físicas, Hulk sempre esteve acostumado a ser um ponta-direita, que traz o jogo para dentro para justamente aproveitar seus chutes de canhota, mas, não significa que a força seja sua única valência, pelo contrário, Hulk é um jogador habilidoso e, apesar de não ser espalhafatoso e muito plástico em suas jogadas, tem bons dribles curtos e muito bom controle de bola, que são preponderantes no seu etilo de jogo, permitindo suas arrancadas para abrir espaços e definir jogadas em momentos difíceis. Quando chegou ao Shangai, alçado a condição de capitão e principal jogador do clube, ao contrário da maioria, Hulk aprimorou suas qualidades e se tornou um jogador mais versátil. Ainda que atuasse majoritariamente pelo lado direito, passou também pela ponta oposta e, principalmente a partir de 2019, quando levou seu clube à conquista do “chinesão”, passou a ser a fonte criativa, atuando muitas vezes por trás de um centroavante, preparando jogadas, contribuindo com mais assistências e participando mais do jogo. Com inteligência tática, pode se adaptar muito bem às ideias de Sampaoli e influenciar muito no jogo de seus companheiros.
Com Hulk, podemos esperar arrancadas, chutes violentos, gols e muita força, para um Galo já forte e cada vez mais vingador.
FICHA TÉCNICA: Hulk (Givanildo Vieira de Sousa) Posição: Atacante Idade: 34 anos Altura: 1,80 Clubes: Vitória-BA, Kawasaki Frontale-JAP, Consadole Sapporo-JAP, Tokyo Verdy-JAP, Porto-POR, Zenit-RUS e Shangai SIPG-CHI Em 2020: 21 jogos – 8 gols
O Atlético tem histórico de grandes atacantes e artilheiros, Mário de Castro, Ubaldo, Dadá, Reinaldo, Renaldo, Marques, Guilherme e Diego Tardelli estão entre esses grandes nomes e, alguns deles, figuram na lista de maiores artilheiros do clube. Quem exerce o papel de atacante, por que não dizer centroavante, do Galo, sempre traz a expectativa de fazer jus ao posto e representar bem a função que consagrou muitos ídolos.
Muitos esperavam e a novela teve fim, ele enfim chegou, o atacante que Sampaoli queria e a contratação que a Massa esperava, Eduardo Vargas chega do México com a missão de “consertar” o maior defeito do time do Atlético, na visão de muitos, a má finalização que atormenta todos ligados ao Galo. Com essa alta expectativa, Vargas será capaz de solucionar os problemas? E com o que mais ele pode contribuir?
Dispensando demais apresentações, o chileno é velho conhecido tanto de Sampaoli, quanto do torcedor, surgiu no Cobreloa e foi potencializado por Sampaoli, ainda jovem, para integrar o histórico time de “La U’, que encantou a América, sobretudo na conquista da Copa Sul-Americana de 2011, torneio em que foi artilheiro e melhor jogador, marcando 11 gols em 12 jogos. Ainda concorreu ao posto de “Rei da América”, pois, além da Copa Sul-Americana, conquistou junto com La U, os torneios clausura e apertura do Chile, entregando 29 gols em 50 partidas. Alaçado a grande promessa, partiu ao Napoli em 2012, mas não aconteceu na Europa, entre empréstimos, passou pelo Grêmio, onde disputou a Libertadores que vencemos, Espanha, Inglaterra e Alemanha, até chegar ao Tigres, de onde veio para o Atlético. Nesse meio tempo, disputou a Copa do mundo de 2014 e venceu a Copa América de 2015 sob o comando de Sampaoli, também a de 2016 e foi artilheiro das duas competições, sobe o comando do argentino, marcou 13 gols em 17 jogos por sua seleção.
Tem carreira em clubes irregular, é verdade, mas, por ter vivido seus melhores momentos com Sampaoli, se credencia a ter impacto imediato num time que precisa de soluções. Sampaoli conhece Vargas e Vargas conhece Sampaoli, Sampaoli sabe como Vargas joga e Vargas sabe o que Sampaoli quer dele, isso será o bastante?
Vargas é um atacante móvel, de velocidade, não tem tanta altura e força, mas sua mobilidade e boa finalização, podem ser justamente o que o fará encaixar no ataque Atleticano. Varia o posicionamento, pode vir da direita para dentro ou ser o atacante central, que pode ter as melhores chances para marcar, ainda pode ser muito importante na pressão pós perda, pois é um dos jogadores que mais entende a postura que Sampaoli espera na perda. A torcida espera gols, Vargas pode entregar, tem boa finalização, apesar de ter ano irregular, entrando e saindo do time titular, entregou 5 gols em 24 jogos em 2020 mas, como visto, foi artilheiro máximo de algumas competições, chega com mais experiência (faz 31 em duas semanas), para reencontrar o treinador que mais soube aproveitar suas qualidades. A torcida fica para que, o negócio que demorou a ser sacramentado, seja rapidamente celebrado.
FICHA TÉCNICA Eduardo Jesús Vargas Rojas Nacionalidade: chileno Idade: 30 anos Posição: Atacante Clubes: Cobreloa, Universidad de Chile, Napoli-ITA, Grêmio, Valencia-ESP, QPR-ING, Hoffenheim-ALE, e Tigres UANL-MEX No Tigres em 2019/2020: 52 jogos (27 titular) – 12 gols – 5 assistências Sob o comando de Sampaoli (Universidad de Chile e seleção): 87 jogos – 53 gols
Sabe aquele jogador que facilita seu trabalho e encurta os espaços por tentar sempre estar perto da jogada? Este é Moreno. Mas você que espera conhecer as características ofensivas de mais uma opção para o meio ofensivo de Jorge Sampaoli, calma, começaremos pela defesa, mas logo veremos que faz todo o sentido.
Moreno prefere a faixa mais central do campo, onde consegue enxergar o jogo e fazer movimentos circulares e laterais para estar sempre próximo da jogada, seja no momento ofensivo, ou no defensivo, que analisamos agora. Com sua boa capacidade de leitura, faz muito bem o papel de apoio aos companheiros para desarmar os adversários dobrando a marcação. É muito comum vê-lo aparentemente distante do adversário com a posse, deixando para outro marcador, até que ele faz o movimento de “caça” e rouba a bola limpa e dá aos companheiros a possibilidade de recomeçar o jogo a partir do meio. Assim, tem a possibilidade de voltar ao ataque olhando o campo aberto de frente, onde pode mostrar sua maior qualidade, facilitar o jogo.
Com poucos toques na bola, é capaz de criar espaços e, com seus recursos de passe, lançamento, drible e condução, dar assistências, terceiros passes e clarear algumas jogadas para os companheiros. É capaz de fugir da marcação carregando a bola para o lado e prendendo na hora certa, mas com fluidez para dar sequência ao jogo. Ainda é dono de bom arremate de média distância com seu pé direito e, apesar de não ter tanta característica de infiltração, arrisca algumas arrancadas e tabelas. Essas características o levaram às equipes de base da Argentina, onde teve destaque e foi importante tanto na categoria sub-20, quanto no time sub-23 que foi campeão Panamericano em 2019, no Peru.
Moreno, por ter essa consciência tática, visão e ser solidário, pode dar opções a Sampaoli na zona de construção. Tendo em vista que, cada vez mais o campo adversário é território do Atlético, um jogador que consiga enxergar todo o campo, pode ajudar Sampaoli e os companheiros a construir mais facilmente as jogadas. Jovens precisam sempre de cuidado e podem precisar da adaptação a um novo esquema, país, treinador e companheiros, Moreno é um jogador com curto tempo de futebol profissional, é bom lembrar, mas, com qualidade, o caminho pode ser encurtado.
Técnica apurada, boa condução, passe qualificado, lançamentos precisos, bom arremate de média distância, drible, intensidade, dinâmica, capacidade de leitura de espaços e ainda de pressionar a perda. Essas características foram decoradas pelos atleticanos, e um só jogador que reunisse todos esses requisitos se tornou sonho de consumo para resolver os problemas do meio-campo do Atlético que sofre com desfalques por lesões e convocações. O escolhido atende por Matías Zaracho e já chega com a responsabilidade de ser o meia prometido da massa.
O enganche argentino de 22 anos, que conta com uma convocação e um jogo pela seleção principal da Argentina, além de ter sido campeão do pré-olímpico neste ano, surgiu no Racing e vinha sendo treinado por Sebastián Beccacece, que é grande amigo e foi homem de confiança de Samapaoli por anos, e que conseguiu elevar o potencial do meio-campista.
Por ter trabalhado e ser indicado por alguém que conhece o modelo de Sampaoli, Zaracho se credencia à rápida adaptação. Mas a pergunta ainda não foi respondida: ele é capaz de entregar o que Sampaoli e todos que aguardavam essa contratação esperam? É um jogador capaz de dar a fluidez e construir a facilidade para definir as jogadas que o Atlético precisa?
Zaracho é um jogador que se adapta às situações do jogo. Ele pode ser o cara que rasga as linhas adversárias com um bom passe ou lançamento ou o que se movimenta atacando a defesa e os espaços, para se descolar e infiltrar, o meio-campista de “chegada”. Com velocidade, condução e capacidade de drible curto, se vira bem contra marcações pesadas e carrega alguns jogadores com essa qualidade, abrindo espaços e clareando jogadas. É efetivo na aproximação, sempre busca o lado da jogada e se apresenta para tabelas, percorrendo vários espaços no campo e ainda tem boa finalização. Isso tudo é facilitado pelo seu bom posicionamento e noção de espaço, sempre antevê as jogadas por gostar muito de se esconder entre as linhas e manter a cabeça erguida. É o cara que fica ali como quem não quer nada e, de repente, surge para definir uma jogada, seja com uma assistência, um 3º passe ou mesmo uma finalização Destaque ainda pela sua intensidade que garante muitos desarmes ainda no campo ofensivo.
Com todos esses atributos, Matías Zaracho promete ser uma boa peça de encaixe nas engrenagens do time de Samapoli. Já conhecendo os movimentos e com suas características, mas sempre levando em conta que novos jogadores podem precisar de um período de adaptação, ele pode ter seu jogo potencializado por um time organizado e que esperava esse jogador para entrar na rotação sem diminuir a qualidade de jogo.
Ficha técnica: Federico Matías Javier Zaracho Posição: Meio-campo ofensivo Nacionalidade: Argentino Idade: 22 anos Alura: 1,71 Clubes: Racing-ARG (desde 2017) 91 jogos – 11 gols – 10 assistências Números em 18/19 e 19/20 48 jogos (44 titular) 8 gols 5 assistências 40 passes decisivos 9 grandes chances criadas 71 chutes (33 no gol) 110 desarme
Que ele não repete uma vez sequer os onze iniciais, já sabíamos, mas, adivinhar as escalações de Sampaoli, já se tornou brincadeira e até tema de bolões. Ao sair a escalação para o jogo contra RB Bragantino, onde ele surpreendeu até quem já se prepara para receber suas surpresas, ao lançar uma escalação bem mexida. Muitos questionaram a presença dos 3 zagueiros e 3 laterais de origem, mas, demorou para a turma perceber que isso não mudou o posicionamento nem a proposta da equipe. Mais recentemente, na partida contra o Atlético-GO, a alteração no início do 2º tempo, trocando um meio-campista por outro e um lateral por um zagueiro, também causou estranheza aos primeiros olhares, pois, como um time que precisa virar o jogo, lança mais um zagueiro na tentativa de ser mais ofensivo?
Depois do debate, a ideia de que façamos um exercício para entender os conceitos que Sampaoli utiliza para montar seu jogo de posições. Alerta de spoiler, vamos ver que, independente de qual jogador estiver em campo, de sua posição de origem, ou função pedida pelo comandante, o posicionamento base e o modelo de jogo, permanecem inalterados.
MOMENTO OFENSIVO
PARTE 1 – POSIÇÃO DE ORIGEM x POSICIONAMENTO x FUNÇÕES
Para começar, aqui, precisamos nos desapegar da nomenclatura e da função/posição de origem, além de deixarmos um pouco de lado os números tradicionais de esquemas, como 4-4-2, 3-5-2 ou 4-2-3-1 e, concentrarmos mais nas características, funções e posicionamento dos jogadores, para entendermos que um jogador pode ser escalado em determinado espaço do campo, mas não significa que ele vá cumprir a função característica e “comum” da posição. É notório que os jogadores do Atlético estão em constante movimentação, mas, eles partem de um posicionamento base.
Geralmente, Sampaoli “divide” o Atlético em 3 linhas sempre muito altas: 2 jogadores na base do segundo terço do campo, com mais 3 logo à frente, a chamada zona de construção e cobertura preventiva; posicionada no último terço, a última linha com 5 jogadores, sendo 3 mais centrais, na zona de definição e dois abertos, dando amplitude. Dividido em linhas (2-3-5), em triangulações, no desenho, se formam, mais ou menos, dois dáblios (WW).
O campinho usa como exemplo os jogadores que mais atuaram
OS SETORES
ZONA DE CONSTRUÇÃO E COBERTURA PREVENTIVA
Onde o jogo começa, na saída. Sampaoli se baseia no conceito da “saída Lavolpiana”, estilo de saída de bola implementada pelo treinador mexicano La Volpe, que chamou atenção na copa do mundo de 2006, consistindo numa saída sempre com 3 jogadores, para fazer superioridade numérica (aumentar o número de jogadores em relação ao adversário), seja com um jogador da linha à frente (lateral ou meio-campista), um zagueiro de origem “a mais”, ou mesmo o goleiro, se apresentando para sempre ter um jogador a mais para buscar uma saída com passes mais limpos e fugir da eventual pressão adversária.
Variação apenas de peças. Nestes campinhos vemos variados jogadores, de quatro posições de origem diferentes, exercendo a mesma função, em diversas posições
A saída é a origem de tudo e se torna fundamental o trabalho de atrair mais jogadores para abrir espaços, já pensando no ataque com passes curtos e mais rapidez. Uma saída limpa, leva a uma construção mais fluida e rápida. A constante movimentação e troca de posições, aliado ao apoio dos companheiros, nesta fase do jogo, permite aos jogadores que se posicionam na segunda linha, fazerem uma melhor e mais clara leitura dos espaços à frente. Essa dinâmica, faz com que o time progrida sempre buscando a melhor opção para a jogada. Neste ponto, a aproximação, a compactação em bloco e os automatismos dos movimentos, aliado ao entrosamento, gerados nos treinos, são determinantes. Mas, precisamos entender as funções que o posicionamento dos jogadores nas linhas os obrigam a exercer.
Já vimos que quem estiver na base do jogo, será responsável pela saída. Aqui a ordem é movimentação e passe, lançamentos e inversões, sempre buscando um companheiro bem posicionado, com o maior espaço aberto possível. Seja zagueiro, lateral, volante, ou o goleiro, o jogador posicionado nesta primeira linha, na parte ofensiva, terá a função de iniciar a construção.
Na segunda linha, ainda na zona de construção, geralmente também formada por 3 jogadores, ainda com intensa movimentação e passes rápidos, a complementação da saída, dá aos jogadores posicionados aqui, a função de preparar o terreno, carregando e dominando o território, empurrando o adversário para cada vez mais perto da zona de definição. Quanto mais altas as linhas, mais congestionado o setor fica, portanto, mais jogadores da primeira linha se aproximam, sempre na busca pela superioridade numérica, que vai manter a fluidez do jogo. Por isso, é muito comum os zagueiros de Sampaoli, como principal exemplo, o paraguaio Jr Alonso, aparecerem muito nesta fase. Assim, mais uma vez, independentemente da posição de origem, quem estiver por ali será um construtor; passando e, algumas vezes, carregando a bola.
Mais uma vez, variados jogadores participam de outra fase do jogo, em outros variados posicionamentos, exercendo outra função fundamental
ZONA DE DEFINIÇÃO + AMPLITUDE
Chegamos aos “finalmentes”, aqui é onde as fases anteriores se justificam. Na zona da definição, como o próprio nome já deixa claro, é onde, por meio da criatividade, movimentação, dinâmica e, também com improviso, o jogo chega ao objetivo primordial, o gol.
Independente da característica e posição de origem, o ataque também coordena movimentos ensaiados. Podemos destacar que, nesta fase, os jogadores conseguem se adaptar a mais de uma posição e função, devido a essa coordenação, a versatilidade e também a movimentação
A ordem aqui é dinâmica. Os jogadores de lado, se mantêm sempre bem abertos para dar amplitude, o que vai ajudar a espaçar a defesa, criando brechas para quebrar as linhas. Quem estiver pelo centro, se movimenta muito, sempre lendo o jogo, para ter a rápida percepção de qual o melhor caminho para buscar a definição. Atacar a defesa, recuar para abrir espaços para infiltrações, passes rápidos, dribles, arremates e qualquer movimento que a criatividade permita, faz com que os homens aqui, sejam meio-campistas, meias, meias-atacantes, segundos atacantes ou mesmo centroavantes, se tornem todos mais participativos na missão de definir as jogadas. Não importa quem faça o gol ou dê os passes decisivos, o mais importante é a movimentação, na tentativa de desorganizar o adversário, ler os espaços criados, para escolher a melhor opção ao definir a jogada, tudo para chegar ao gol.
PARTE 2 – A CARACTERÍSTICA DA POSIÇÃO DE ORIGEM EM FUNÇÃO DO POSICIONAMENTO EM CAMPO
ZAGUEIROS, OS PRINCIPAIS JOGADORES?
No estilo de jogo posicional, assumindo uma postura extremamente ofensiva, vimos que é cobrado dos defensores, que se posicionam na zona de construção, que eles não apenas defendam, mas sejam preponderantes para a saída, se tornaram os jogadores que mais pegam na bola. Jr Alonso, é o jogador com maior número (142) e maior média (12,82 p/ jogo) de passes para o último terço do campo em todo o brasileirão, segundo o Galo estatísticas. Isso reforça a ideia apresentada por Igor Rabello na inter-temporada, onde em entrevista, declarou que Sampaoli cobrava para que eles fossem os principais jogadores em campo. O time funcionando como organismo, impede um zagueiro mais lento e experiente como Réver de ser pego de surpresa, além de propiciar um jogador que não é da posição, como Fábio Santos, ser escalado por ali.
MEIO CAMPISTAS, CAMALEÕES
Comas transformações no futebol moderno, a diminuição do espaço é a grande cara deste “novo” jogo, então a dinâmica é o que manda no futebol por agora. Os jogadores têm tido muito menos espaço para participar do jogo, mas, o campo não diminuiu, então eles têm que ter essa dinâmica maior para cobrir o maior espaço possível, foram obrigados a se tornarem mais versáteis. A regra é ajudar na saída de bola, manter a posse se movimentando e passando com qualidade, preencher os espaços dando opção de passe aos companheiros e infiltrando a área para dar número ofensivo, e também finalizar, dar assistências e marcar. Se o meio-campo se torna o setor mais povoado, justamente pela imposição do território, o jogo acaba sendo desenvolvido e concentrado a partir dali. Se há mais jogo no meio campo, os defensores (zagueiros e laterais), que tenham qualidade e inteligência para se posicionarem e fluírem o jogo.
ATACANTES ABERTOS, O JOGO SE INICIA NA BASE, MAS TUDO É FEITO PARA LEVAR ÀS PONTAS
Amplitude, a palavra mais pedida aos homens que passam por ali. Quem está no lado, na última linha, deve abrir o campo, principalmente na tentativa de desorganizar a defesa, criando espaços para infiltrações e passes que vão quebrar as linhas. É muito comum lançamentos e viradas rápidas, buscando os homens de lado, para coloca-los em condições de enfrentar menos defensores e gerar espaços com dribles, ou contornando a linha defensiva por fora. Keno se destaca, tem o maior número de dribles no 1×1 (81) no brasileirão, além da maior porcentagem de sucesso nesses dribles (68%), segundo o Wyscout.
ATACANTES CENTRALIZADOS, NÃO SÃO FEITOS SÓ DE CENTROAVANTES E GOLS
Pressionar a saída, abrir espaços atacando a defesa e se movimentando, tocar mais na bola e ajudar a construir o jogo, tornaram os centroavantes mais completos e proporcionou a utilização de jogadores, nessa posição, sem essa característica tão marcante dos centroavantes, empurrar a bola para o gol. Quem joga por ali tem que fazer o gol, correto? Mas a realidade é que, em 90 minutos, um jogador pega por 5 na bola, quando muito. Os jogadores têm segundos de finalização em partidas inteiras, participam muito mais sem a bola. Com Sampaoli, nos acostumamos a ver atacantes que abrem mais espaços para os companheiros, dão mais assistências e também contribuem mais com a marcação, além de, claro, sempre marcando gols. Não importa quem componha o ataque, numa linha de 5 jogadores, quem estiver por ali, contribui para a definição. Com bola rolando, todos os 14 gols do Atlético no brasileirão, foram marcados por um dos jogadores que atuaram nessa última linha, na zona da definição.
O Atlético dos “Jorges”, Sampaoli nas arquibancadas e Desio na área técnica, fez jogo morno, sim, mas paciente e seguro. Em nenhum momento pareceu que o Atlético perderia o jogo, mas era clara a insistência em buscar a vitória.
Na formação, claro, mudanças. Mudanças que confundiram torcida, imprensa e o adversário. No gol, Éverson estreou ratificando sua qualidade com os pés e, apesar de pouco exigido, cumpriu bem o papel na meta. A parir daqui, veremos que, se desapegarmos de nomenclaturas e preconceitos, a complexidade é simplificada. Rabello e Réver formavam a zaga, deixando Alonso à vontade para se alinhar a Allan e Guga, tendo o lado esquerdo para avançar, sendo o lateral interno. Esses 3 revezavam na participação da saída e davam sustentação a Franco que tinha a missão de se movimentar e dialogar com Maílton, a surpresa da vez, aberto no lado direito do ataque. Do outro lado Arana, que se aproveitava do posicionamento de Alonso e da mocimentação de Savarino para pegar o corredor esquerdo. Sasha sendo o cara que atacaria a defesa e abriria espaços. Com alguns jogadores diferentes exercendo outras funções, talvez incomuns para a nomenclatura de suas posições, o Atlético se posicionou em campo da mesma forma que nos últimos jogos e tentou jogar da mesma forma, ditando o ritmo e impondo a intensidade.
Considerando o desgaste físico, o Galo não conseguiu fazer a pressão costumeira. Franco não dava a dinâmica necessária, mas, num jogo onde Sampaoli mexeu projetando o domínio do meio campo, um setor frágil do RB, Alonso, Guga e, principalmente, Allan, estavam lá justamente para carregar a bola e acionar os lados. Maílton, Savarino e Arana participavam muito do jogo e tentaram desenvolver as jogadas. Conseguiram algumas finalizações, quando o jogo era verticalizado, como no lance que gerou o escanteio do gol do capitão Réver. O Galo tentou ampliar o placar ainda no primeiro tempo, mas esbarrou no limite das pernas que já demonstravam o cansaço.
Na volta, o Atlético, mais uma vez desligado, permitiu em lance de desatenção e certo azar, que o Bragantino empatasse a partida. Como veio para arrancar qualquer ponto, o jogo ficou mais confortável para o time de Bragança, pois poderia esperar as ações atleticanas para reagir na velocidade de seu ataque. O Galo mexeu e persistiu. Veio Keno pelo lado esquerdo e as jogadas foram mais concentradas por ali. Paciente e seguro, foi criada a jogada do pênalti, desperdiçado por Sasha, e do gol de Savarino, que deu a vitória já próximo do fim.
O Atlético não se abalou, não se desesperou, não jogou bolas na área, teve paciência e a percepção de que o jogo não mostrava que poderia ser ganho na verticalização para usar de versatilidade e trabalhar a bola até o gol. A vitória sem sustos, mais uma vez, parece mais sofrida e dura do que foi. Internamente, o Atlético sempre se blindou e se manteve trabalhando, a vitória trás não só os 3 pontos, mas também uma maior tranquilidade para iniciar uma semana cheia de trabalho. Tranquilidade pelo menos nos campos da Cidade do Galo.
Noite de reencontros, desfalques, bons jogadores, dois times em bom momento, promessa de ofensividade, adicione a isso o embate entre Sampaoli e Cuca, dois treinadores intenso, temos todos os ingredientes de um bom jogo. E nos primeiros 15 minutos, foi o que se viu.
Com Mariano voltando à direita, ficou nítida a preocupação de Sampaoli com o momento defensivo. Até aqui, o lateral mais experiente, tem mostrado mais firmeza na compactação que Guga. Meio-campo mantido, com as conhecidas missões de saída, dinâmica e chegada para apoio a um ataque mais posicional, desta vez. Savarino e Marrony se juntaram a Sasha, numa tentativa clara de atacar a desfalcada defesa santista. Nos primeiros momentos, Savarino buscava um pouco mais o meio, para que o bloco de ataque encurralasse o Santos e, aproveitando de passes, lançamentos e cruzamentos, criasse as jogadas, cumprindo a promessa de atacar para não ser atacado. E no começo foi assim, o Galo se impunha, criava, finalizava, mas, tendo em mente a sistemática falha na finalização, ainda combinada com um boa noite do goleiro adversário, o Atlético, mais uma vez, via suas chances se perderem.
Uma sucessão de erros, levou ao gol do Santos. O Galo, mesmo com um a menos e atrás do placar, não se acovardou e tentou manter o pique. Novas chances foram criadas e, com Sasha, que era o homem que abria espaços, encontrou Franco numa boa chegada, que empatou. A partir daí o Galo buscaria a virada, mas, uma nova investida santista, que ousou avançar um pouco mais a marcação, o jogador mais efetivo do campeonato, até aqui, botou o peixe novamente na frente.
No segundo tempo, um jogo mais franco. Aproveitando do desgaste do Galo, o peixe manteve suas linhas altas e o Atlético, agora com Keno e Marquinhos abertos, voltou a sofrer de seu maior mal nas últimas partidas, a pobreza na tomada de decisões. O Galo peca no passe e na finalização e deixa espaço para os adversários definirem, assim o Santos chegou ao terceiro gol.
Derrotas são duras de digerir, erros difíceis de aceitar. De lição, desta vez não pontos, mas observações: O Atlético conseguir manter um padrão e agredir um adversário fora de casa, com um jogador a menos por 75 minutos, é a prova de que o trabalho é promissor; O campeonato é longo, estamos sujeitos a falhas, erros e acertos; Sampaoli continuará acordado pensando à frente, corrigindo o que está errado e aprimorando o que é bem feito. Ganha quem faz mais gols, o objetivo do futebol, e a finalização é o único modo para fazê-los.
Utilizamos ferramentas e serviços de terceiros que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “Aceitar” ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
Cookie
Duração
Descrição
cookielawinfo-checkbox-analytics
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checkbox-functional
11 months
The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checkbox-necessary
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-others
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-performance
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy
11 months
The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.