Atlético tem aproveitamento em queda livre e situação só não é crítica pelo baixo desempenho dos rivais
Por: Hugo Fralodeo
O ponto que o Atlético conseguiu no empate no clássico com o América, no último domingo, foi apenas o 5º nos últimos 21 que disputou no Campeonato Brasileiro. Mesma pontuação que Juventude e Atlético-GO (próximo adversário) – atualmente lanterna e vice-lanterna na tabela de classificação – conseguiram no mesmo recorte.
Quando encurtamos a conta e consideramos apenas o aproveitamento no returno do certame, observamos que quatro pontos foram conquistados nos últimos cinco jogos do campeonato, período de uma única vitória (contra o Coritiba), o empate contra o América e três derrotas (Internacional, Athletico-PR e Goiás), levando o aproveitamento do Galo a míseros 26,7% e apenas à 14ª campanha da segunda parte do Brasileirão. Apenas a título de comparação, o desempenho deste segundo turno do Atlético só não é pior que o desempenho geral do lanterna Juventude (24,6% em 23 rodadas).
BRIGA PELA LIBERTADORES
Com 36 pontos conquistados após 24 jogos, o Atlético figura apenas na 7ª posição da tabela do Brasileirão e a briga pelo título já não é mais a realidade dos comandados de Cuca.
Restrito à luta por uma das vagas na próxima Libertadores – o que foi mais uma vez definido como uma obrigação, pelo técnico Cuca -, o Atlético está a 3 pontos de Corinthians (4º), Athletico-PR (5º) e Internacional (6º), mantendo a mesma diferença quando consideramos a disputa pelo G4 ou pelo G6. Sendo que a diferença para o quarto colocado pode aumentar, já que Internacional (contra Juventude, no Beira Rio) e Corinthians (contra RB Bragantino, em Itaquera) fecham a 24ª rodada na noite desta segunda (29) e podem chegar aos 42 pontos, caso vençam suas partidas.
No atual panorama, o Atlético tem apenas 8,7% de chances de estar na próxima edição da maior competição sul-americana de clubes, segundo o Departamento de Matemática da UFMG.
POSSIBILIDADE DE MAIS VAGAS AUMENTA ESPERANÇAS
Mas o número de representantes brasileiros na Libertadores pode aumentar. Se hoje o campeonato tem um G6, esse grupo pode virar um G7, G8 ou até G9, por conta das outras competições com chance de títulos para clubes brasileiros.
Na Libertadores, Athletico-PR (5º) Palmeiras (1º) e Flamengo (2º) estão na disputa. Um clube brasileiro certamente estará na final, já que os dois primeiros se enfrentam na semifinal. Caso um desses três leve a taça e termine entre os 6 primeiros do Brasileirão, a vaga para o sétimo colocado estaria aberta. Assim como na Copa do Brasil, que também dá uma vaga direta na Libertadores. Na Copa nacional, Flamengo, São Paulo (13º), Fluminense (3º) e Corinthians (4º) estão no páreo. Se o campeão estiver entre os primeiros colocados, mais uma vaga estaria aberta.
Na Copa Sulamericana, a parada é mais difícil. Como na Libertadores e na Copa do Brasil, o campeão também se credencia a uma vaga na fase de grupos na Libertadores de 2023, mas os brasileiros na disputa estão longe dos primeiros colocados do Brasileirão. São Paulo (13º) e Atlético-GO (19ª), se enfrentam por uma vaga na final da competição. Mesmo que um dos dois seja campeão da ‘sula’, no panorama atual, eles dificilmente estariam entre os primeiros colocados do Brasileirão.
BAIXO DESEMPENHO DOS RIVAIS É O QUE MANTÉM GALO NA BRIGA
Despencando na pontuação, o Atlético permanece empacado na 7ª colocação há 5 rodadas e a distância para o G6 e G4 não aumentou na mesma proporção, da mesma forma que os times que estão no retrovisor não foram capazes de ultrapassar o Galo na tabela.
Isso só foi possível porquê o desempenho dos rivais diretos na busca pela Libertadores de 2023, também não anda dos melhores. Tanto os três times que fecham o G6, quanto o Santos, que ocupa a oitava posição, com 34 pontos, têm oscilado nas últimas rodadas, impedindo que o Atlético saia de vez da briga.
O Atlético faz força para sair da briga, mas os adversários fazem força contrária para manter o Atlético com chances.