Galo 115 anos – Poesia brega de uma paixão
Por: Betinho Marques
Queria ter a música plena
O caminho certo da seta
Queria eu chegar ao coração
Sem ser brega no poema
Da camisa mais desbotada
Ao interior de Minas, ao nosso interior
Que te espera
E te venera
Que poder tens tu?
Que barulha na nossa alma
Que é música de vida na Quaresma
E muda a rota da frota
Por você o sentimento do mundo
Por você o calendário, a agenda
Por você se vive e se morre
Por você a porta fecha e a gente pula a janela
Por você a travessura e a travessia
Voltamos a bater campainha
E sair correndo da murrinha
Por você a fuga do padrão caretão
Mas por você o rio de lágrimas
E o cuidado de um filho
Ajoelhado no milho
Com as mãos postas aos céus inundadas, um Rio Nilo
Em você está o beijo mais doce da amada
O sorriso mais sincero do cachorro
O abraço mais verdadeiro de um filho depois de um dia de trabalho lambendo a ferida
Sei lá, mas que trem brega
Que trem sem risco do Riascos
Que bobeira, caiu o Ferreyra
Fala do tema, que tanto de besteira
Eu falo de vida
Do ar que respiro
Da gente que eu gosto
Eu falo do mar dos desejos e do que nos alumia
Quando falo dele eu falo de Deus
Falo de família, mãe, irmã, pai, esposa
Falo de solução
Falo de problema
Queriam saber do que eu falo
Eu falo de vida e tudo isso se revela
Na última frase do poema
Do que é canal de Deus em nós.
Falo do sol, da estrela amarela
Falo da chama da vida, da boa comida da mamãe que nos espera.
Do símbolo que te sorri, dá boa noite e bom dia.
Falo do Atlético, que está em tudo que nos anestesia
Do que nos confunde em sinestesias.
Enfim, o Galo é vida e morte com sorte
Um trem mineiro sem fim, o Galo é o canal de Deus em mim
Galo, som, sol e sal é fundamental!