Castelão troca todo o gramado por R$ 1,95 milhão, utiliza o mesmo piso e a mesma técnica de mudas da Arena MRV
Neste texto você vai ler: sobre as tecnologias e plantios do Castelão e suas similaridades com a Arena MRV; saberá sobre o custo do plantio; conhecerá sobre a drenagem em espinha de peixe!
Por: Betinho Marques
Em visita ao Castelão em Fortaleza na tarde de hoje (6), o FalaGalo conseguiu acessar o gramado e conversar com especialistas em plantio e manutenção de grandes estádios.
O gerente operacional da Campanelli, empresa responsável pela troca do piso, Roque Azarias, nos acompanhou e explicou que a troca dos antigos tapetes em rolos por esta tecnologia de mudas se deveu ao excesso de jogos e grande demanda nas competições. Na temporada de 2022, o Castelão recebeu 73 jogos, oito a mais que Mineirão e Maracanã. O site do governo do Ceará ainda justifica a obra:
“Nós continuamos sendo a arena brasileira com maior número de jogos oficiais. Maracanã [Rio de Janeiro] e Mineirão [Belo Horizonte] receberam, cada um, 65 jogos. Temos oito partidas a mais. Isso é reflexo do momento do futebol cearense, mas impacta diretamente na manutenção do nosso gramado”.
A reforma atual se apegou além do uso dos sprigs num cuidado maior na drenagem e nos ramos das “espinhas de peixes” que foram feitas em maior quantidade e distância de 2,5 m. Hoje, o estádio completa 51 dias desde o seu novo plantio, um novo gramado, e já tem cerca de 80% do trabalho de “renascimento” concluído. Por coincidência, o trabalho iniciou no dia 15 de dezembro, 12 dias após o plantio dos sprigs (mudas) da Arena MRV.
Roque explica que, apesar de estar mais “verde” e próximo do estado ideal – status de 80% – , o Castelão conta com uma temperatura alta durante o dia e o clima quente do nordeste, o que favorece o desenvolvimento mais rápido do gramado.
Além disso, mesmo tendo agora o nome de Arena Castelão, o estádio do Ceará é mais aberto e tem um perfil de “teto” de estádios tradicionais, mais propício à insolação que as novas Arenas. O caso da nova casa do Galo é exatamente o oposto, a ideia de ser mais fechada ajuda na pressão da torcida, mas dificulta a fotossíntese e atrasa um pouco o “verde” do piso.
“Aqui pela noite temos temperatura de 27⁰, isso ajuda demais no desenvolvimento da grama”, ponderou, Azarias.
O plantio novo no Castelão foi feito por adensamento na proporção 1 para 4, ou seja, cada 1 m² de muda geram 4 m² de gramado, depois disso temos um processo de pulverização e adubação a cada 48h.
“Isso tudo leva em conta o enraizamento da planta que é lateral (horizontal), o sistema reticular e a fotossíntese tão necessária. Temos que cuidar fazendo a pulverização e adubação a cada 48h, a planta que pede”.
O Castelão utiliza os sprigs e a Bernuda Celebration, ou seja, o mesmo gramado e tecnologia da Arena MRV. A previsão para liberação do maior palco do futebol cearense é para março. Até lá, até mesmo o clássico “Clássico-Rei” entre Ceará e Fortaleza que será amanhã (7) e as demais pelejas serão realizadas no estádio Presidente Vargas.
Observação: Drenagem Espinha de Peixe
O dreno espinha de peixe conduz toda a água de sub-ramais de dreno para um ramal único que é ligado na rede de drenagem. Esse tipo de dreno consegue cobrir toda a área do campo e, além disso, trabalhar com menores profundidades. A declividade ideal é de 1%, assim não acumula água na rede. Se necessário pode-se trabalhar com 0,8% como declividade mínima, mas evite.
Fonte bibliográfica: Fabricio Rossi – Portal Pedreirão
Agradecimento especial: a toda equipe de assessoria de imprensa e comunicação da SOP (Superintendência de Obras Públicas) do Governo do Ceará.