Carta de Mãe do Santo
Por: Betinho Marques e Dona Neusa Bagy
No dia 21/01/2019, um presente aos atleticanos e ao goleiro Victor Bagy. Com o coração solidário de uma mãe de três filhos, que cuidou do esposo até seu último dia de vida e ainda cuida do seu papai (avô de Victor), Dona Neusa, com a pureza do interior de São Paulo, volta no tempo e redige com a simplicidade peculiar o que o amor faz gritar.
A história de alegrias, vitórias, de transformações inimagináveis, das convocações que vieram, do Padre mineiro milagreiro de Sacramento que inspirou o nome do goleiro, um pouco no singelo olhar da mãe do Libertador, abaixo na íntegra:
“Essa não é mais uma carta de amor, são pensamentos soltos traduzidos em palavras”, Jota Quest – O que eu também não entendo
Santo Anastácio, 21 de janeiro de 2019
Hoje, 21 de Janeiro de 2019, lembro-me muito bem, quando há 36 anos, tomava em meus braços aquele bebê robusto, lindo pesando 4,1 kg e 52 cm de altura. Esse bebê recebeu o nome de Victor Leandro Bagy em homenagem ao grande Padre Vitor Coelho de Almeida (mineiro de Sacramento e que está em processo de beatificação no Vaticano).
Foi crescendo, começou a ler muito cedo, era o primeiro aluno da escola e sua brincadeira favorita era tudo o que relacionado com bola: futebol, vôlei, basquete, tênis, futebol de botão, bola de gude e etc.
Passou o tempo, e aos 14 anos, partiu para tentar a sorte como goleiro. O resto todos já sabem. Ao chegar no Galo, estava ansioso, preocupado com a mudança brusca. Tudo era novo, um recomeço! Fiquei apreensiva, confesso. Um time grande, de grandes nomes e torcida exigente. Porém, com fé e confiante no potencial do meu filho, aos poucos ele foi se ajustando ao que o clube exigia e chegou hoje ao status absurdo para uma mãe, de ser gritado como Santo.
Hoje, tenho orgulho das conquistas do meu Victor, e graças a Deus, ele se mantém humilde e humano. Sempre amigo e solidário como ensinei. Desde as primeiras luvas, lá na primeira peneirada, voltando no tempo, até ao partir naquele ônibus para o Galo de Japi, o Paulista, também listrado em preto e branco, tudo parece agora se encaixar.
Pois é, desde aquele primeiro sofrimento de ver meu filho seguir para seu sonho, tudo parecia um prenúncio de uma história que tinha que se encontrar, uma história onde o rio correu pro mar, o Victor encontrou mais tarde o Galão da Massa e num dia 30 de maio mudou a sua história e de 8 milhões de apaixonados atleticanos.
Parabéns, meu Victor! Parabéns, meu filho! Entreguei seu caminho a Deus e a Massa soube te abraçar! ObriGalo!
Neusa Bagy
Endossando o relato de Dona Neusa, tempos atrás, em contato com o Sr. Olinto, descobridor de Victor para o futebol, ele resumiu o goleiro atleticano:
“Victor é diferenciado, é homem com “H” maiúsculo, caráter irretocável. Faz parte dos 10% de bem no futebol”
Galo, som, sol e sal é fundamental!