Carpe Diem!
Por Silas Gouveia
A vida é cheia de momentos. Instantes que passam e nos ajudam a crescer, ser felizes, nos entristecer, nos apaixonar e, por vezes, nos deixar irados. Mas todos são momentos e a cada um, devemos dar-lhe a devida importância e valor. Não mais, não menos. O justo! O suficiente!
Somos uma torcida apaixonada, uma nação que já foi reverenciada até mesmo por jogadores de times rivais e por muitos cronistas esportivos. Somos das poucas torcidas que têm um nome, a MASSA! Temos nossa camisa de torcedor, eternizada pelo clube, a de número 12 e nenhum jogador pode vesti-la, pois ela está encorpada pelo eterno espírito da MASSA.
Por vezes, em nossa vida, os momentos ruins nos deixam enxergar apenas o lado negativo das coisas, por mais que a vida nos ensine que tudo nela é passageiro, é fugaz. O que nos fere, o que nos causa dor, tem sempre um local de destaque em nossa memória, em nosso sentimento. Supervalorizamos uma dor, um machucado, uma perda. Pouco comemoramos um abraço, uma ajuda, um sucesso alcançado, as vitórias mínimas que conseguimos, uma amizade espontânea. É da natureza humana!
Pois bem! Com o Galo parece que vivemos uma extensão de nosso cotidiano. Enxergamos e sabemos muito bem, os percalços e as falhas de nosso time, os erros na condução de nosso clube, as derrotas em todos os sentidos, dentro e fora de campo. Mas estamos ficando muito tempo no limite das lamúrias, das lamentações, das críticas e da supervalorização do fracasso. Estamos olhando cada vez mais para o chão e menos para o alto. Por mais acertos que se possam ter, sempre temos um pingo de cobrança por algo melhor. “O time jogou bem, MAS ainda faltam algumas peças para poder chegar e vestir a camisa de titular”. “O técnico montou bem o time, MAS continua errando nas estratégias e nas substituições”. “A diretoria está conseguindo pagar as dívidas acumuladas, MAS se não gastar em novas contratações, não vamos a lugar algum”. O contraponto e os PORÉNS aos diversos sucessos, está ficando cada vez mais frequente entre nós, torcedores. E na maioria das vezes, nem nos damos conta disto.
Eu proponho uma pausa. Uma trégua! Que tal valorizarmos cada coisa com seu devido valor? Não mais, não menos. O justo! Que tal nos esforçarmos para, além de criticarmos ou xingarmos, também elogiarmos, parabenizarmos a quem tenha feito por merecer. Sem os contrapontos, sem as comparações, sem as condicionantes. E se, talvez ainda necessitemos de tudo isto, que elas sejam para o lado positivo, que levante o moral, que invoque o orgulho de ser Atleticano, de vestir esta camisa. Permita-se mudar. Permita-se viver o novo, ou de novo. Se sempre foi um crítico, sempre enxergou as coisas pelo que elas podiam ser, permita-se mudar de opinião e passar a enxergar o lado positivo de tudo. Acredite, ele existe mesmo. E se sempre foi um apaixonado, um positivista inveterado, mas que esteve perdido no mundo das críticas por um tempo, permita-se voltar ao que era. Qualquer que seja você, permita-se ser apenas um torcedor.
Pois o time tem mostrado evolução. Não enxerga quem não quer. Alguns jogadores têm mostrado mais que futebol, têm demonstrado a tão cobrada e exigida raça. O técnico tem feito um excelente trabalho, independentemente de ser ainda jovem e, por vezes, cometer alguns erros. Faz parte de um crescimento. Aprendemos muito mais nas derrotas do que nas vitórias e isto irá nos fazer mais fortes. Mas temos de jogar juntos! Time, direção e torcida, precisam estar em sintonia, caminhar no mesmo sentido. Afinal, somos reconhecidos talvez mundialmente, pelo nosso mantra do “Eu Acredito!”
Vamos deixar as desculpas e as justificativas de lado. Vamos resgatar o espírito de sermos Atleticanos. Vamos apoiar, torcer, vibrar e cantar a plenos pulmões, nossa alegria de sermos simplesmente, atleticanos. Porque sempre foi assim e sempre será! E é isto que nos diferencia das demais torcidas.
O time está bom. O treinador tem feito um excelente trabalho. A diretoria tem se esforçado em acertar. Não importa o “MAS”. Não busquemos as muletas da covardia. Sejamos aqueles que ajudam a camisa número 12 a ser de fato o décimo segundo jogador. Vamos voltar a lotar os estádios, não importando qual seja ele, até que tenhamos nossa própria casa. Vamos levar este time nos ombros, não nos importando com os “MAS” sobre o Cazares, Patric, Elias e tampouco o Pastor. O que importa é o conjunto. E nós fazemos parte deste conjunto.
“Carpe diem, quam minimum credula postero.” Aproveite o momento e preocupe-se o mínimo com o futuro!
Vamos, Galo! Estaremos sempre juntos!