SAF do Galo acelera e a nacionalidade do provável investidor externo pode vir do Tio Sam
O que você lerá:
– nacionalidade do provável investidor;
– perfil possível de divisão de cotas da SAF Galo
– CT e Arena fora da SAF
– dobra de orçamento no futebol
Por: Betinho Marques
Recentemente, no dia 19 do mês passado, postamos pelo FG uma espécie de formato do caminho do Atlético para a mudança para a Sociedade Anônima do Futebol. O link abaixo elucida sobre o processo:
A realidade da SAF Galo: O status real do processo está no início, mas com ideais bem definidos
Atualizando o cenário, por meio da sua página oficial no Twitter, o Galo publicou que o Conselho Gestor do clube optou por aprovar a adesão à lei 14.193/21, para transformar o Atlético em SAF. A decisão ainda será submetida ao Conselho Deliberativo do Clube em novembro. A princípio, as cotas serão 100% do Atlético. A medida visa preparar a instituição para uma eventual entrada de investidor, já que o processo de trocas de informações com os mesmos já está em andamento.
Investidor do Tio Sam
No processo de NDA (Confidencialidade), aos poucos, através da troca de informações, vai se desenhando o cenário da SAF atleticana.
A preocupação de investidores asiáticos ou do ramo petroleiro do Oriente Médio entrarem no Galo não deve acontecer. Outra possibilidade suscitada tempos atrás, foi do grupo City entrar, mas também não deve ocorrer. No entanto, investidores norte-americanos estão encantados com o mercado brasileiro e no Atlético há uma grande conexão e simpatia pelo modelo americano de gerir e fomentar espetáculos esportivos.
Conversamos com fontes importantes que afirmam que há uma grande possibilidade de que um investidor da terra do Tio Sam esteja presente e seja majoritário na SAF Galo. Há neles um senso de oportunidade em dois mercados:
*o italiano, já que buscam resgatar a força do Calcio e fazê-lo competir com as outras ligas europeias;
*o futebol brasileiro, que é cheio de talentos inesgotáveis, mas é extremamente desorganizado, mas com enorme potencial de crescimento.
Formato de cotas e percentual para investidores atleticanos
Conforme exposto no texto anterior, o ideal desejado pelo Galo é que exista um formato percentual de 51/49, com o investidor sendo majoritário em mínima diferença. Contudo, é muito possível um espectro 60/40.
Uma possibilidade iminente é a participação mínima dos atuais apoiadores atleticanos, os R’s. A ideia de tê-los presentes se dá por dois motivos:
*Dar segurança ao Conselho de que alguém conhecedor do clube e atleticano pudesse resguardar os interesses do Galo;
*Dar estímulo ao investidor externo, já que, se alguém do clube acredita e investe, provavelmente valha a pena entrar no negócio colocando dinheiro.
Um exemplo de formato possível seria:
*51 a 60% – investidor externo;
*5 a 9% – apoiadores atleticanos;
*44 a 31% – Associação do Galo
Observação: o artigo 20 da Lei da SAF (14.193/21) prevê esta possibilidade de conversão de créditos em cotas da Sociedade Anônima do Futebol, conforme trecho abaixo:
“Art. 20. Ao credor, titular do crédito, é facultada a conversão, no todo ou em parte, da dívida do clube ou pessoa jurídica original em ações da Sociedade Anônima do Futebol ou em títulos por ela emitidos, desde que previsto em seu estatuto.”
CT e Arena a princípio não entrariam na SAF
Esta semana, Rafael Menin, em entrevista aos canais atleticanos – Web Rádio Galo, Thiago de Araújo, Canal Alvinegro e FalaGalo – falou que, a princípio, até para poder ter mais poder em outras negociações vindouras, que o CT e a Arena, no primeiro momento, por desejo mútuo, provavelmente, ficariam com a Associação, ou seja, não iriam para a SAF. Claro, isto não está definido, mas é a linha de pensamento inicial. A ideia é que a SAF utilize esses espaços em um modelo de comodato.
Quando vai acontecer
Diante dos avanços recentes, com reuniões do Conselho Gestor até mesmo no feriado nacional de 7 de setembro, tudo indica que a escolha do investidor majoritário da SAF possa inclusive ser pavimentada em 2022.
A expectativa é de que a Tributação Específica do Futebol (TEF) e o Regime Centralizado de Execuções favoreça o fluxo de caixa, unifique impostos e crie a Lista de Credores com tempo programado para quitações dos débitos. Além disso, o mais relevante para os torcedores: investimentos no futebol, sua principal razão, para manter a competitividade dos anos anteriores.
Resumindo o objetivo básico da SAF:
*Fazer a lista de credores, negociar e ter tempo determinado para pagar (seis anos, prorrogável por mais quatro, se na primeira etapa forem quitadas pelo menos 60% das dívidas);
*Unificar os tributos através da TEF;
*Possibilidade de aportar recursos que aumentem os investimentos no futebol.
Orçamento deve dobrar
O FG, ainda na busca do entendimento da SAF, obteve o retorno de que o processo em andamento deve, no mínimo, dobrar os investimentos no futebol. Uma fonte ainda ponderou:
“O que desejamos é, no mínimo, dobrar um orçamento de pouco mais de R$ 400 milhões para, no mínimo, o dobro, ou seja, R$ 800 milhões. Nossa meta é fazer o Atlético competir no topo e, para isso, precisamos de investimentos, a SAF nos dá esta possibilidade”.