Respostas e desabafos: as marcas do jogo
Por: Max Pereira
Será coincidência que, nos dias que antecedem os emblemáticos, históricos e decisivos clássicos contra o Flamengo surjam tanto na mídia convencional, quanto nas redes sociais, uma série de notícias explosivas, midiáticas, panfletárias e com endereço certo?
Aprendi que as coincidências existem, mas também a nunca confiar nelas. Nos dias que antecederam a este jogo Atlético x Flamengo uma série de notícias e “notícias” circulou na mídia convencional e nas redes sociais com o claro objetivo de desestabilizar ainda mais o já muito machucado time atleticano.
Embora não seja nem estranho e nem inédito no universo alvinegro, Mohamed vem sendo vítima de um dos mais torpes, sujos e covardes ataques dos últimos tempos. E não importa se o que vem sendo noticiado é verdade ou não, desde que cumpra o objetivo colimado: derrubar o treinador e, claro, prejudicar o Atlético.
Ataques ora sutis, ora explícitos e pesados, vêm de todos os lados e são potencializados, ora pela omissão do clube, ora pela exploração midiática e panfletária que as mídias tradicionais e alternativas fazem desse tipo de “notícias”. E tome fogo ”amigo”.
Quem tem vazado para estes “formadores de opinião” informações do tipo reuniões do comando atleticano e seus conteúdos? De onde surgiu a “notícia” de que os jogadores do Atlético queriam, na verdade, era derrubar o treinador? E qual foi a fonte que gerou e/ou vazou a informação de que, na antevéspera do jogo, ou seja, nessa última sexta-feira, teria sido realizada em Belo Horizonte uma reunião extemporânea e absolutamente infeliz entre a diretoria do Atlético e os representantes de Renato Gaúcho?
Ainda que a notícia sobre está reunião entre o comando atleticano e staff do treinador gaúcho não tivesse sido confirmada oficialmente, os rumores que invadiram o noticiário e as redes sociais nesses últimos dias já seriam suficientes para causar um estrago de proporções gigantescas no ambiente e na temporada alvinegra. Aliás, as últimas atuações e os resultados em campo já tinham deixado claro que as coisas já não andavam bem intramuros do Atlético.
E não é só isso. Para quem ainda duvida que o Atlético, o grande campeão desses últimos tempos e inimigo a ser batido, está sendo alvo de ataques sujos, coordenados e orquestrados, lembro que o Turco não é o único alvo. O diretor Rodrigo Caetano também vem sendo vítima de ataques imorais e recorrentes cujas fontes ultrapassam, inclusive, as fronteiras de Minas. Resta saber se nos interiores do Atlético existem aliados ou fontes de algum tipo de ataque e, se sim, saber o porquê.
Há menos de três horas para o início do jogo, uma “bomba” invadiu as redes sociais: Renato Gaúcho não só impunha um tempo maior de contrato, como exigia também trabalhar com a sua comissão técnica. Estas exigências eram o que ainda travava o acerto do clube com o treinador. Como vocês acham que jogadores e comissão técnica atual, incluindo a permanente, receberam está notícia? E quem a vazou?
A resposta veio em tom de desabafo e para muitos soaram como uma bofetada. A expressão e o rosto crispado de Nacho Fernández ao comemorar o seu gol foi eloquente. Não houve alegria pura e simples naquela comemoração. Nem dele e nem de seus companheiros. E, muito menos do Turco. Houve desabafo, houve a explosão de um sentimento reprimido. Uma resposta contundente para todos aqueles que vinham jogando contra o clube, contra o treinador, contra o diretor e, óbvio, contra os jogadores.
O segundo gol, marcado pelo amaldiçoado Ademir, não só matou o jogo a favor do Galo, como trouxe mais um recado categórico e definitivo para quem ainda pudesse estar duvidando da boa relação entre atletas e treinador e de que este grupo quer dar a volta por cima e por um fim a esta fase ruim. Enquanto Ademir desabafava e comemorava, exorcizando a má fase, os jogadores que estavam no banco de reservas e alguns titulares que estavam próximos a ele, foram abraçar e festejar com o Turco Antonio Mohamed.
Ah! Isso ainda não é suficiente para você? Em entrevista após o jogo, Hulk disse com todas as letras que hoje todos eles haviam jogado pelo Turco. Cumplicidade, comprometimento, espírito de grupo.
Espero sinceramente que todos aqueles que se dizem atleticanos e vinham jogando contra não tenham comemorado estes dois gols que, se não são os mais bonitos da história deste clássico, certamente são os mais significativos e emblemáticos deste confronto. Gols que foram respostas e desabafos. Gols que foram a marca do jogo e, oxalá digam amém os deuses do futebol, tenham sido também o início da redenção alvinegra.
ESTE TEXTO E DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR, NAO REFLETE, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DO PORTAL.