Rafael Menin explica empréstimos bancários recentes, fala sobre dívidas passadas e detalha operação financeira do Atlético
Por: Hugo Fralodeo
Na entrevista que concedeu de forma simultânea aos canais Breno Galante, Canal Alvinegro, Fala Galo, Thiago de Araújo e Web Rádio Galo, na última quinta-feira (8), o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, além de membro do órgão colegiado gestor do clube, Rafael Menin, explicou os recentes empréstimos bancários, falou sobre dívidas de gestões passadas, garantiu queda do endividamento do Atlético com o dinheiro que será arrecadado com a venda total do Diamond Mall, além de justificar e contextualizar a operação financeira do clube.
Ao entrar no tema ‘dívidas’, Rafael afirmou que o Atlético está empenhado em resolver a situação com o empresário André Cury, que vem atormentado a Massa nos últimos meses:
“O clube não tem medido esforços para resolver essa pendência (com o André Cury). Eu afirmo que a gente (colegiado) cuida com mais carinho do dinheiro do clube do que do nosso próprio dinheiro. Então, faremos dessa forma com o André Cury, da mesma forma que foi feito a venda da segunda metade do Diamond Mall”.
Recentemente, o CEO do clube, Bruno Muzzi, confirmou que a direção teve de recorrer a empréstimos bancários neste ano de 2022. Rafael também falou sobre o tema e justificou esses empréstimos devido ao fluxo de caixa comprometido:
“Os empréstimos acontecem há dois anos, num modelo sem correção ou de empréstimo bancário com aval. Não tem nada de novo, o que está acontecendo neste ano é o que aconteceu no ano passado e em 2020. Isso é porquê você tem um fluxo de caixa comprometido de receita e a gente continua pagando um caminhão de despesas do passado”.
Então, Rafael cita algumas dívidas passadas e revela que a situação era ‘calamitosa’ e os números ‘horrorosos’:
“Eu posso assegurar que hoje temos um CEO do mais alto nível, temos um diretor financeiro super sério, todos ganhando salário de mercado, diferente do que já aconteceu no passado. Não é culpa do diretor, é culpa de quem pagava. Se corrigir pelo IPCA o salário de um diretor financeiro, seria R$ 500 mil por mês. Isso deixou a gente numa situação calamitosa. Nada foi pago. Não foi pago imposto, não foram pagos empresários, atletas, (dívidas na) FIFA…. Então, nós estamos tentando de todas as formas. Infelizmente, a gente foi tirando os ‘esqueletos’ do armário, e o número é horroroso”.
Rafael reforça a ideia de que a venda da segunda parte do Diamond Mall à Multiplan – o que segue em processo de fechamento – servirá para diminuir o endividamento e afirma que o ano de 2022 terminará melhor, em termos financeiros, do que o ano de 2021:
“Com a venda do Diamond Mall, o endividamento vai cair, é claro. 2022 vai terminar melhor do que 2021, com o clube mais organizado, com elenco muito melhor, parte do recurso foi usado para construir um elenco que hoje vale três, quatro vezes mais do que valia há quatro anos. Não tem muita mágica”.
Finalizando, Rafael lembra o superávit no ano passado, porém, pondera que parte das receitas já haviam sido antecipadas em gestões anteriores. Ele ainda destaca que o orçamento para o ano deve ser cumprido, citando o desempenho esportivo que ficou aquém do esperado, para voltar a falar em vendas de atletas ao final do ano, o que é justificado pela necessidade de cumprimento do orçamento:
“No ano de 2021, no aspecto operacional, o clube foi superavitário, teve uma receita maior do que a despesa. Só que, parte dessa receita que aparece no balanço, já tinha sido antecipada, por exemplo, a receita de televisão. Mas, dezenas de milhões de reais foram pagos de (dívidas de) gestões anteriores. Neste ano, foi feito um orçamento que tem que ser seguido. No orçamento, falava que o clube teria uma despesa equilibrada. Como o desempenho esportivo ficou abaixo, nós teremos que fazer um esforço grande no final do ano, fazer talvez duas boas vendas (de atletas), para cobrir essa diferença. A gente não pode deixar que a receita operacional seja menor do que a despesa operacional, isso não pode acontecer de jeito nenhum. O empréstimo se dá muito mais para cobrir esse descasamento de receita com despesa, porque a receita foi adiantada e a despesa que não foi paga no passado está sendo paga agora. Em determinados meses a gente tem que bater na porta dos bancos, damos aval pessoal e pagamos as contas. O caixa do clube é único, o mesmo caixa que paga o salário do Zaracho, paga a condenação FIFA do Maicosuel”.
A entrevista completa com Rafael Menin você assiste no canal do FalaGalo no YouTube.