Preto no Branco: No ritmo do samba do atleticano doido
Por: Max Pereira
Há algum tempo publiquei aqui nessa coluna uma trilogia composta peso artigos “AS REDES SOCIAIS, A IMPRENSA E O SAMBA DO ATLETICANO DOIDO”, “NÃO É MALUCO, É ATLÉTICO MINEIRO” e “OBA OBA E GESTÃO IRRESPONSÁVEL NADA A VER…”.
E, na semana passada iniciei nova trilogia com o artigo “DA SÉRIE COISAS OU CARMAS DO ATLÉTICO”. O físico e cientista francês Lavoisier cunhou há muitos anos a célebre frase, robustecida pelo seu conhecimento ímpar e pela ciência: “na natureza nada se cria, tudo se transforma”. Muitos cientistas políticos e muitos filósofos defendem a tese de que a vida é cíclica, que os fenômenos, notadamente os políticos e os civilizatórios, se repetem. E que, no máximo, se reapresentam com nova roupagem.
O Clube Atlético Mineiro, como toda e qualquer agremiação, em um planeta onde o futebol se tornou o esporte mais popular e apaixonante de todos os continentes, mais que um componente importantíssimo da indústria multibilionária que sustenta, organiza e controla o esporte bretão em todo o mundo, é em si um fenômeno sócio cultural fantástico e, claro, sofre todas as intempéries de sua própria natureza incandescente e maluca, como também vem se contorcendo durante esses quase 115 anos de existência em uma constante repetição de erros, equívocos, alguns acertos, poucos insights divinos, dividas crescentes e sufocantes, maus negócios, crises recorrentes, ora geradas dentro de seus muros, ora plantadas por agentes externos, títulos, vitórias inesquecíveis e derrotas, muitas delas doídas e injustas.
Ciclotimia ou transtorno ciclotímico, é um transtorno de humor em que a pessoa experimenta momentos de depressão ou euforia subitamente. Quantas vezes o Atlético fez o seu torcedor ir da agonia ao êxtase e da euforia a uma tristeza ou frustração acachapantes. No ritmo do samba do atleticano doido, assim o Atlético vem compondo a partitura de sua história. E, por isso, pedi licença ao grande e saudoso Sérgio Porto, o imortal Stanislaw Ponte Preta, para fazer uma paráfrase do título de seu imortal “O SAMBA DO CRIOULO DOIDO”, uma genial crítica aos enredos dos sambas carnavalescos.
E a história atleticana é tão surreal que para cantá-la tenho que tomar emprestado o refrão da pérola composta por Stanislaw Ponte Preta: “Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar”. SAF, Peter Greve, COUDET, Dívidas, Venda do shopping, Saídas e chegadas de jogadores, quem ainda pode chegar e quem ainda pode sair, Meta financeira de vendas de ativos, Galinho eliminado na Copinha, “Manda todo mundo embora e fecha a base. Ninguém presta”., Arena MRV, TransferBan, Pagamentos abrasados, Nathan Pescador fica ou não fica?, Patrick é confirmado ou não?, Pedrinho fica até o fim do ano ou não?, “O Olimpia do Paraguai vai ser o adversário do Galo na inauguração da nova casa?”, “Mas não seria um grande clube europeu o primeiro rival do Atlético na Arena?”, “Não acredito em mais ninguém dentro do Atlético”, “A SAF atleticana vai ser maior que todas as existentes até o momento”, Fake News, Crises, Contradições, são apenas partes de muitos versos sem rima e sem poesia de um samba que vem deixando mais e mais ensandecido e preocupado cada atleticano neste mundão de meu Deus como dizia a velha Joaquina lá na sua tapera nos grotões do sertão dessas Gerais tão queridas e tão maltratadas pelo homem.
No ritmo do Atlético doido o Glorioso se aproxima das competições oficiais desta temporada, obrigado pela sua história, pelo seu gigantismo, pela sua tradição e pela paixão de sua imensa e tresloucada torcida a vencer, vencer e vencer. Assim está no seu hino. Assim sacode o coração de cada galista apaixonado e maluco ao ritmo do samba do atleticano doido. Laiá, laiá, laiá, vamos ver lá na frente o bode que vai dar.
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*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal FalaGalo.