Lucro em taças e lucro financeiro: Castilho e Savarino são contrapontos
Por: Betinho Marques e Angel Baldo
No início da noite desta quarta-feira (27), o Atlético confirmou a venda do meio-campista Guilherme Castilho (22) ao Ceará. Os valores por 65% dos direitos do atleta giram na casa dos R$ 9,65 milhões.
Mas no imaginário do torcedor ficou uma dúvida: Guilherme Castilho teria sido melhor negociado que Savarino?
Antes, porém, vale dizer que o lucro dos atletas passa por três condições:
1 – lucro apenas financeiro
2 – lucro técnico = taças
3 – lucro financeiro e técnico
Obviamente, o melhor dos mundos é o lucro do item três, mas nossa análise quer apenas fazer pensar sobre as formas que um clube pode fazer ser rentável um atleta de alto rendimento, vejamos os contrapontos de Castilho e Savarino.
CASTILHO X SAVARINO
Castilho – 22/23 anos
Castilho chegou ao Atlético em 2019, pelo Sub-20, foi adquirido por cerca de R$ 600 mil e sairá por R$ 9,65 milhões conforme divulgado pelo próprio Galo por 65%, o Alvinegro ainda manterá 20% dos direitos do atleta, o Mirassol ainda ficará com os 15% restantes.
O meia foi fundamental no Juventude no ano de 2021, sendo protagonista no time que escapou do descenso, mas não conseguiu convencer o treinador Turco Mohamed quando entrou.
Castilho no Galo conquistou a Supercopa 2022, os Mineiros 20/22, mas não atuando, não sendo protagonista como outrora em Caxias do Sul.
Lucro atual com Castilho = R$ 9,05 milhões.
Savarino 25/26 anos
Sava chegou ao Galo indicado por Dudamel em 2020, o Galo pagou cerca de R$ 8 milhões (2 milhões de dólares da época), vendeu por cerca de R$ 12,4 milhões (2,5 milhões de dólares) e manteve também 20% do atleta, o Galo tinha 60%, portanto, vendeu 40%.
Savarino foi protagonista nas campanhas atleticanas, sendo decisivo contra Flamengo e Palmeiras no BR21, além de outras pelejas em que foi decisivo, somando 21 gols e 19 assistências em 99 jogos.
Lucro atual com Savarino – R$ 4,4 milhões + Supercopa do Brasil (22), Brasileirão (21), Copa do Brasil (21), Mineiros (20/21/22).
OBJETIVO X SUBJETIVO
Claro que os títulos são coletivos, mas apesar da subjetividade dessa análise, objetivamente, Savarino foi protagonista nos títulos, por isso, passa por aí somar o seu lucro financeiro às taças vencidas. Mais que isso, Savarino deu lucro do item “3”, técnico e financeiro.
Ademais, talvez, outras questões atreladas à saída de Savarino talvez façam a torcida se perguntar de maneira dual sobre a saída de Castilho da seguinte forma:
Savarino foi mal vendido ou Castilho foi bem negociado? Mais ainda, as críticas pela saída do venezuelano aumentaram o entendimento de “valor” do elenco para negociar melhor e a consequência foi uma transação melhor de Guilherme?
Enfim, o lucro pode ser grana, pode ser taça, ou pode ser os dois. Mais importante é saber que no futebol atual, a sobrevivência dos clubes passa pela boa gestão dos seus ativos. O mundo ideal é aproximar do fator 3 (lucro financeiro e técnico), mas esse é o mundo ideal. Hakuna Matata!
Por enquanto, já valerá muito se os clubes diminuírem a dependência financeira e puderem fazer transações menos afoitas para salvarem seus fluxos de caixa.
A decisão de quem fez o Galo lucrar mais deixaremos no debate aberto. Financeiro e taças, taças ou finanças ou ainda, taças e finanças… Você analisa, você decide.