Desde 2020, Atlético investiu R$ 243,2 milhões em contratações
Por: Betinho Marques e Hugo Fralodeo
Se notabilizando pelos negócios de oportunidade de mercado, sobretudo neste ano de 2022, o Atlético já acumulou R$ 243,2 milhões gastos em contratações desde 2020, quando, com ajuda dos apoiadores em um primeiro momento, passou a investir pesado para a formação do elenco.
O meio-campista argentino Zaracho foi o maior investimento do período e também o maior da história do Atlético, tendo 50% de seus direitos adquiridos por R$ 33,8 milhões, em outubro de 2020. Ele é seguido pelo seu compatriota Nacho, que custou R$ 31,6 milhões. O terceiro maior investimento foi no lateral-esquerdo Guilherme Arana, comprado por R$ 26,3 milhões.
INVESTIMENTO CAI ANO A ANO
Em 2020, quando os chamados ‘4 Rs’ passaram a apoiar o clube, o Atlético iniciou uma série de grandes investimentos para montar o time que viria a ser campeão Brasileiro e da Copa do Brasil no ano seguinte e teve o ano de maior investimento, gastando R$ 183,2 milhões em 16 jogadores. Em 2021, o investimento caiu e o Galo gastou 39,9 milhões em 4 contratações, sendo que o meia-atacante Hyoran já estava no elenco desde 2020 e foi contatado em definitivo no início de 2021, e Calebe e Guilherme Castilho, que tinham contato de empréstimo quando chegaram à base, também foram comprados. Nesta temporada, quando priorizou atletas sem contrato, o Galo gastou “apenas” R$ 8,4 milhões no centroavante Fábio Gomes.
NEGÓCIOS DE OPORTUNIDADE
Se gastou bastante nesse período, o Atlético pode se orgulhar de ter feito grandes contratações a custo zero, entre elas a do artilheiro Hulk.
Em 2020, o Galo assinou com Hyoran por empréstimo e Diego Tardelli, Rafael e Mariano sem custos, estes chegando após rescindirem com seus antigos clubes. Em 2021, além do próprio Hulk, Dodô e Diego Costa chegaram de graça, com o volante Tchê Tchê vindo por empréstimo e Nathan Silva sendo integrado ao elenco depois de empréstimo ao Atlético-GO. Portanto, o Atlético contratou mais jogadores a custo zero do que tendo que pagar.
Para esta temporada, com a política de procurar negócios de ocasião e assinar com jogadores livres no mercado, o Atlético assinou pré-contratos com Ademir, Otávio e Pavón, trouxe Godín, Alan Kardec e Jemerson quando já estavam livres, além de acertar o empréstimo de Junior Alonso e Pedrinho, que tiveram chegadas possibilitadas por conta dos conflitos na Ucrânia.
TAMANHO DO INVESTIMENTO X COMPETIÇÃO
Em comparação com o Flamengo, que tem todos holofotes do centro financeiro do país, praticamente na mesma época, segundo matéria publicada pela globo.com, o rubro-negro teria gastado cerca de R$ 800 milhões desde a montagem do seu time vencedor em 2019.
Além disso, observa-se que apenas no período “Sampaôlico” sob direção de Alexandre Mattos e por emergência após ser derrotado pelo Afogados, que o Atlético para montar sua “espinha dorsal” investiu mais. No período de gestão de Rodrigo Caetano, o Atlético “baixou” a bola dos gastos e adotou uma política de buscar atletas em fim de contrato, eliminando custos na aquisição de atletas na maioria absoluta dos casos. Incluindo Hulk que chegou neste formato político adotado.
Por fim, há quem diga que Caetano era desejo da diretoria exatamente por saber equilibrar a qualidade técnica com o pouco poder financeiro para gastar. Rodrigo prioriza nas negociações a competitividade de salários equiparados aos clubes do topo das competições, isso não dá pra fugir. Mas além disso, o projeto do Galo com um estádio “concreto” na Via Expressa de BH favorece na atratividade de atletas para competir com clubes do calibre de Palmeiras e Flamengo. De resto, fica o bom relacionamento e fluência de mercado que Rodrigo construiu no futebol para poder ganhar uma concorrência através da antecipação, de chegar antes nas oportunidades de mercado.
CONTRATAÇÕES DO ATLÉTICO DESDE 2020:
Maílton (2020) – R$ 1,3 milhões
Allan (2020) – R$ 13,6 milhões
Hyoran (2020) – empréstimo sem custos
Dylan Borrero (2020) – R$ 5,9 milhões
Guilherme Arana (2020) – R$ 26,3 milhões
Savarino – R$ 8,6 milhões
Diego Tardelli (2020) – sem custos
Rafael (2020) – sem custos
Alan Franco (2020) – R$ 9 milhões
Léo Sena (2020) – R$ 4 milhões
Keno (2020) – R$ 11,8 milhões
Marrony (2020) – R$ 20 milhões
Bueno (2020) – R$ 1,5 milhão (empréstimo)
Nathan (2020) – R$ 17,9 milhões
Junior Alonso (2020) – R$ 18 milhões
Sasha (2020) – R$ 10 milhões
Mariano (2020) – sem custos
Everson (2020) – R$ 6 milhões
Zaracho (2020) – R$ 33,8 milhões
Vargas (2020) – R$ 7,2 milhões
Calebe (2021) – R$ 400 mil
Guilherme Castilho (2021) – R$ 400 mil
Hyoran (2021) – R$ 7,5 milhões*
Hulk (2021) – sem custos
Dodô (2021) – sem custos
Nacho (2021) – R$ 31,6 milhões
Tchê Tchê (2021) – empréstimo sem custos
Nathan Silva (2021) – reintegração
Diego Costa (2021) – sem custos
Ademir (2022) – sem custos
Fábio Gomes (2022) – R$ 8,4 milhões
Godín (2022) – sem custos
Otávio (2022) – sem custos
Junior Alonso (2022) – empréstimo sem custos
Jemerson (2022) – sem custos
Alan Kardec (2022) – sem custos
Pedrinho (2022) – empréstimo sem custos
Pavón (2022) – sem custos
* Igor Rabello (R$ 13 milhões), Guga (R$ 7,5 milhões), Jair (acordo financeiro com ex-clube) e Réver (sem custos), parte do elenco campeão em 2021 e até hoje no grupo, foram contratados em 2019.
*Foto: Pedro Souza/Atlético