Presidente explica demissão de Felipão, detalha o processo para a contratação de Milito e revela que o Galo tinha mais quatro nomes na pauta
Por Hugo Fralodeo
24 mar 2024 17h09
No início da tarde deste domingo (24), o Atlético anunciou Gabriel Milito como seu novo treinador.
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Até o técnico de 43 anos ser anunciado, porém, houve todo um processo de escolha e a negociação, para que ele assumisse o cargo aberto com a demissão de Luiz Felipe Scolari, na última quarta-feira (20). Quem explicou todos os detalhes foi o presidente Sérgio Coelho, em entrevista à Itatiaia.
Antes de tudo, o líder do comitê de futebol da SAF do Alvinegro falou sobre a saída de Felipão e como foi tomada a decisão:
“Primeiro, eu quero dizer como foi a saída do Felipão. Deveríamos ter feito isso logo quando demitimos, talvez numa entrevista coletiva do Victor, mas a responsabilidade foi minha, eu preferi que não fizéssemos naquele momento. Nós acreditávamos que o Felipão iria acertar o time. Quando foi domingo (passado), eu saí do vestiário, não tomo decisão nenhuma antes de 24 horas, então fui para casa, pensei muito na segunda, tomei a opinião de algumas pessoas que não são do comitê de futebol, se nesse momento, classificados para a final do Mineiro, deveríamos trocar (o treinador), e essas seis pessoas da minha confiança, que são do meio do futebol, acharam que deveríamos fazer a troca. Liguei para os membros do nosso comitê, marquei uma reunião para a terça-feira, 9 horas da manhã, e ficamos reunidos durante duas horas, debatendo a saída do Felipão”.
“Tomamos todos os cuidados possíveis e, no momento em que decidimos demiti-lo, pedi ao meu assessor que fosse para a sede perdi a ele que entrasse em contato com ele (Felipão) para ver se ele me receberia em São João del-Rei, onde estava fazendo uma palestra, na própria terça-feira, porque eu iria sair da reunião direto para conversar com ele, para não correr o risco dele ficar sabendo pela imprensa. Com qualquer treinador, a gente tem que ter esse cuidado, ainda mais com o Felipão, pelo tamanho que tem no futebol mundial. Aguardamos ele chegar na quarta-feira, o Victor estava vindo de Assunção (no Paraguai), nos reunimos com ele pela manhã. Conversamos muito, falamos sobre o nosso elenco e tudo que tínhamos que falar. A saída dele foi muito amigável e com muito respeito, como deve ser. O convidei para que ele fosse à tarde na Cidade do Galo para se despedir dos funcionários e atletas. (…) Tudo transcorreu com muita harmonia”.
O presidente, inclusive, revela que a decisão foi feita em consenso por todos os membros do comitê de futebol:
“Quando a imprensa fala que, no comitê de futebol três queriam e dois não queriam (a demissão do Felipão), não é verdade. Foi unânime. A gente debate o assunto, alguma pessoa pode estar contra no início mas mudar de opinião. Não existiu uma divisão, mas se existisse, não teria nada de errado. Foi acertado dessa maneira, com todos achando que era o momento de mudar”.
Após a saída de Scolari, a missão passou a ser encontrar seu substituto. Coelho conta, além de detalhar o processo para chegar ao nome de Gabriel Milito, que mais quatro treinadores, todos estrangeiros, sendo dois empregados e trabalhando no Brasil, estiveram na pauta, mas que a opção mais interessante foi Milito, o único com quem a cúpula abriu negociações:
“Daí para frente nós começamos a pensar na contratação de um treinador. Pedi ao Rodrigo Weber (coordenador do CIGA) que nos apresentasse nomes de treinadores que pudessem nos atender no modelo de jogo que a gente quer. Ele fez a estatística, levantou 25 nomes, começou a fazer uma análise qualitativa e de viabilidade e selecionou cinco nomes, (…) todos estrangeiros, dois que estão empregados e trabalham no Brasil, dois portugueses e o Milito. Fomos para a reunião do comitê, analisamos nome por nome e achamos que o ideal seria a vinda do Milito”.
“Quando falamos em análise qualitativa, a gente pesquisa e vamos saber como ele é no vestiário, no dia a dia com os atletas e funcionários, como é seu treinamento, como ele é nas entrevistas pós-jogo, por exemplo. A gente conversa com ex-diretores de onde ele trabalhou, jogadores que ele treinou e se cerca de todas as informações possíveis para chegar para contratar um treinador como foi com o Milito e com os outros que a nossa gestão contratou”.
“Iniciamos as conversas com ele na quinta-feira à noite. O Victor, juntamente com o Weber, foi à Argentina para se reunir com ele, terminando ontem (sábado) à noite a contratação. Durante o dia eu estive com o Victor e o Weber na Cidade do Galo, acertamos tudo, mas ficou faltando detalhes. Não estava acertado durante o dia, mas fechamos durante a noite”.
Com contrato assinado até o final de 2025, Gabriel Milito chega a Belo Horizonte na madrugada desta segunda-feira (25) e já inicia os trabalhos na Cidade do Galo, uma vez que estreia com um grande desafio pela frente, simplesmente um clássico em final de campeonato.
O primeiro jogo de Milito à frente do Galo será no próximo sábado (30), às16h30, na Arena MRV, diante do Cruzeiro, na Arena MRV, abrindo a decisão do Campeonato Mineiro.
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