Atlético faz primeira reunião para debater SAF com o Conselho; Confira detalhes sobre o possível modelo de negócio, patrimônio e prazos

Por: Hugo Fralodeo
Na manhã desta quarta-feira (7), 72 conselheiros e integrantes da diretoria do Atlético estiveram reunidos no auditório Elias Kalil, da Sede de Lourdes, para debater aspectos inerentes ao acordo da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e seus possíveis desdobramentos. Essa foi a primeira reunião para tratar do assunto, que ainda será debatido antes de decisões serem tomadas.
De acordo com o presidente Sérgio Coelho, primando pela transparência no processo, o encontro foi necessário pelo avanço das negociações com investidores para a possível transformação do Atlético em SAF, sendo importante o esclarecimento sobre o assunto.
Porém, o próprio presidente não participou dessa primeira reunião, pois estava em Brasília, onde foi condecorado com a Medalha do Mérito Legislativo, na Câmara dos Deputados. Com a ausência do mandatário, a reunião foi liderada pelo vice-presidente, José Murilo Procópio, e pelo CEO do Clube e da Arena MRV, Bruno Muzzi, que conduz o processo de implementação e venda da SAF.
Também estiveram presentes Paulo Brás, diretor financeiro, Pedro Tavares, assessor da presidência, Thiago Maia, diretor financeiro da Arena MRV, e André Lamounier, diretor de comunicação.
Andamento do processo
Há alguns dias, Rafael Menin, um dos R’s, integrante do órgão colegiado que dirige o Atlético, revelou em entrevista concedida à rádio Itatiaia, que o Atlético, depois de grande avaliação, chegou a um provável investidor para a SAF. De acordo com o presidente da MRV, o Atlético já tem uma proposta não vinculante*.
Por isso, a reunião de hoje foi considerada mais um passo adiante no processo, que ainda dependerá de mais discussões e a eventual apreciação do Conselho Deliberativo do Clube.
Segundo a diretoria, algumas informações sobre o processo ainda não podem ser dadas por ainda não existir definições a respeito de determinados temas ou porque ainda ação é possível revelar aspectos antes que os termos do acordo estejam finalizados.
Possível modelo da SAF
Sobre modelos, Bruno Muzzi apresentou o perfil do investidor desejado pelo Atlético, que é o que pretende manter o clube como protagonista. Ainda, há a possibilidade de que o negócio seja feito no modelo de arrendamento. Assim que estejam definidos os moldes do acordo, as informações serão levadas ao Conselho, que continuará tendo papel de relevância no modelo de negócio escolhido, haja vista que o Clube será detentor de, no mínimo, 30% das ações da SAF.
Patrimônio incluído na negociação?
Ficou esclarecido que os clubes sociais (Labareda e Vila Olímpica) e a Sede de Lourdes, certamente, permanecem com a associação. As receitas e despesas da Arena MRV já estão contempladas na SAF. Ainda há a discussão sobre a entrada ou não da propriedade do estádio e da Cidade do Galo na negociação.
Aporte do investidor
Ainda não há definição sobre o modelo do aporte feito pelo investidor. A informação passada foi que, o Clube trabalha para ter garantias e não correr nenhum risco no processo. O ideal é conseguir receber a maior parte possível do valor à vista, visando quitar o maior volume de dívidas possível. Os aportes para o futebol podem ser em prazos maiores. Certamente, haverá um limite de investimento na folha de pagamento da SAF, haja vista que, pela lei, a folha não poderá ultrapassar a capacidade de faturamento.
Gestão do futebol
O futebol continuará sendo conduzido pelo diretor de futebol, sob a supervisão do órgão colegiado e da diretoria executiva, já que, o interesse do provável investidor não é controlar o futebol, mas estabelecer governança rígida.
Mudança no estatuto e conclusão do processo
A ideia da diretoria é que as diligências sejam concluídas e os valores sejam confirmados no próximo mês de janeiro para que, em fevereiro ou março, a proposta seja avaliada pelo Conselho. Então, deverão ser votadas a mudança do estatuto do Atlético e a aprovação da SAF.