Hulk explica fala sobre rotação, revela preferência tática e prega união para colocar Galo nos trilhos

Por Hugo Fralodeo
Depois das declarações sobre a rotação imposta por Coudet no elenco do Atlético, o artilheiro Hulk voltou aos microfones nesta segunda-feira (8), dessa vez em entrevista coletiva na Cidade do Galo, quando aproveitou para esclarecer sua fala, revelar sua preferência tática e pregar união para que o Galo se recoloque nos trilhos e emende uma sequência de vitórias.
Após dizer, ainda na zona mista do Nilton Santos, que respeita as decisões de Chacho, mas acredita que os jogadores adquirem mais confiança a partir do maior tempo de jogo, o artilheiro esclareceu suas palavras e citou o exemplo do início de sua trajetória no Galo, quando pediu publicamente tempo de jogo a Cuca:
“Primeiramente, deixar bem claro aqui que eu não falei que me incomodava. Pelo contrário. Eu falei que nós jogadores sempre vamos respeitar as decisões do nosso treinador, que é o líder. Existe a hierarquia, e a gente sempre tem que respeitar a decisão do treinador. Falei sobre a questão de confiança do jogador. Tem jogador que sente confiança jogando com frequência, tem jogador que gosta de jogar dois jogos por semana, isso é de cada um. O que eu falei foi que, quanto mais o jogador joga, quanto mais ele está em campo com uma sequência, mais confiança. Em 2021, eu pedi, eu precisava de tempo para jogar para eu poder me sentir bem”.
Questionado sobre se o esquema tático utilizado por Coudet, Hulk respondeu que ele e seus companheiros procuram seguir as instruções do comandante e que a hierarquia entre comissão técnica e elenco deve ser respeitada:
“A gente não vem oscilando muito, a gente vem procurando manter o esquema tático que o nosso professor acredita e a gente procura dar o nosso melhor dentro dessa formação. Como eu falei, existe a hierarquia e temos sempre que respeitar e fazer o nosso melhor dentro de campo. O professor é quem decide, é quem escala, e eu tenho certeza que ele escala pensando no melhor 11 para aquele jogo”.
O camisa 7 não se esquivou de revelar sua preferência por uma formação com três atacantes, mas conta que a responsabilidade de escalar e encontra os melhores 11 para jogar é de Coudet:
“Quanto à formação tática, cada um tem a sua (preferência). Eu, particularmente, quero estar em campo ajudando os meus companheiros, independente da formação. Eu me sinto muito melhor no 4-3-3, onde fico mais livre para criar e a gente cria muito mais. Mas, em termos de formação, é o treinador quem decide. (…) Futebol é um esporte coletivo, eu não posso pensar só em mim. ‘Ah, o Hulk se sente melhor nessa posição, vamos jogar dessa forma’. Não. Cabe ao nosso professor analisar as armas e os jogadores que tem e tentar unir a máxima força na melhor formação que ele ache possível. Falando de mim, eu não gosto de jogar parado, eu gosto de jogar solto, participar do jogo, vir jogar, rodar, encarar a defesa de frente, esse é meu estilo de jogo. Eu não gosto de jogar parado porque eu acho que dou muita facilidade para ser marcado. quando a gente se movimenta, procura espaço, baixa a linha, vem jogar nas costas dos volantes, dificulta muito para a equipe adversária”.
Hulk ainda conta que há um diálogo aberto entre treinador e elenco. O artilheiro, sem revelar nomes, cita um treinador mais fechado à discussões táticas que passou pelo comando técnico do Clube, ilustrando que essa abertura tem de partir do treinador:
“O Coudet é um cara excepcional, do bem e que conversa bastante. Por isso, a gente entra em campo para dar o melhor para somar a vitória com ele. Quando teve toda aquela repercussão após a entrevista dele depois do primeiro jogo da Libertadores, eu falei que a gente está com ele e vamos dar nosso melhor. Quanto a conversar, eu, particularmente, espero que venha do professor chamar a gente e conversar. Tem treinador que não gosta que o jogador chegue e opine. Por mais experiência que você tenha, tem treinador que não se sente aberto para isso. Teve treinador que passou aqui no clube que a gente não podia conversar com ele sobre isso. E a gente ganhou tudo. Era difícil ele acatar o que a gente falava. Só que a gente chegava no vestiário e se fechava. O Coudet é diferente, ele conversa bastante. Mas tem que partir dele”.
Hulk finaliza pregando união entre comissão e jogadores, para que o bom time do Atlético reencontre o caminho das vitórias:
“Deixo bem claro que todos os jogadores estão focados em defender essa camisa, dando o melhor que a gente possa dar. Queremos ajudar o Coudet, como ele quer nos ajudar. Acho que é o momento de um dar a mão para o outro, se abraçar e saber que nós estamos devendo muito, nós queremos muito. Acho que é o momento de a gente conversar, alinhar algumas coisas, para que a gente possa voltar a ganhar com frequência. Esse time é muito bom, fazemos parte de um dos melhores elencos do Brasil. Então, não podemos ter apenas quatro pontos em quatro rodadas de Campeonato Brasileiro”.
Confira a entrevista de Hulk na íntegra:
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Foto: Pedro Souza/Atlético