Uma vitória (parcial) da Massa

Por Hugo Fralodeo
3 mar 2024 10h13
Quem te viu, quem te vê, hein, Atlético! Cinco jogos e um mês invicto. Boa vitória, sem sustos. Embalado para o clássico contra o América na semifinal Mineiro. Quem diria… Tá bom, parei….
Ver acontecer algo que cê tem certeza é bão demais. Rubens metendo gol de cabeça. Alisson – em lance muito parecido ao gol de Alan Kardec anulado na Arena do Grêmio, diga-se de passagem – colocando a bola na cabeça de Cadu, que guardou seu primeiro como profissional e foi o nome do jogo, ainda assistindo o “artilheiro” Battaglia. E Felipão perdendo a cabeça mais uma vez. Calma, Hugão, ainda não chegou a hora disso….
A bacanérrima tarde de sábado na Arena foi uma vitória, ainda que parcial, da Massa. Considerando que o Ipatinga apresentou ainda menos resistência que o Democrata de Valadares, se tivesse sido só a garotada com o miolo de zaga, Igor Gomes e Scarpa, o 3 a 0 teria sido goleada. Não sei como o Tigre teria voltado para o Vale do Aço.
Pelo adversário e as condições do jogo, a análise fica comprometida. Não dá para dizer que foi um ótimo jogo coletivo, mas também não significa que o Atlético tenha vencido e se imposto só pelas individualidades. Já falamos sobre isso aqui. Esse time, pelo menos por ora, precisa da habilidade de Alisson, da explosão de Rubens e do frescor que os meninos estão dando. Portanto, a comissão técnica tem pouco, ou nenhum crédito por esse resultado. Bota na conta dos meninos e da Massa, porque essa vitória é nossa, moral, metafórica e literalmente.
Apesar de tudo, o torcedor não é bobo. É óbvio que não é para Alisson, Cadu, Isaac, Rômulo, Vitinho, Paulo Vitor e companhia jogarem um mata-mata de Libertadores no Allianz Parque, do nada. Pelo menos não agora. Claro que eles precisam de casca. Sabemos que todo mundo tem que começar de algum ponto. A bronca da torcida é que eles teriam de ganhar essa casca jogando contra Patrocinense, Democrata, Tombense, Athletic e Ipatinga e, exceto na última rodada da fase de classificação do Estadual, pela fase do time – isso vai na conta da comissão técnica -, eles não tiveram condições nem de ser substituições para gastar tempo. A comissão técnica é que precisa bancar esses garotos.
É claro que, mesmo as vezes até desdenhando do campeonato, o torcedor quer ser campeão. A responsabilidade de levar o time ao título é de Hulk, Paulinho, Scarpa, Arana, Everson…. e por aí vai. Justamente por isso, a comissão técnica deveria ter sido capaz de fazer com que o time conquistasse os resultados, para que as “exigências”, as “expectativas”, os “desejos” e “sonhos” da torcida fossem minimamente atendidos. Somos irracionais por querer nosso time jogando bem, com jogadores que gostamos de ver jogar. Que povo sem noção!
A vitória é nossa também porque apenas pela segunda vez no ano foi possível se divertir assistindo o Atlético. Logo quando uma das maiores cobranças da gente foi “atendida”. Como o Rubélio está tranquilo com a situação, tirar o treinador do sério, é mais um motivo que faz essa vitória ser da torcida Atleticana.
A não ser que estejamos falando de um dos maiores ilusionistas do mundo, que só quer tirar a pressão do seu elenco e jogá-la nas suas costas – o que não parece -, fazer Scolari cair em contradição foi forte demais. Eu queria saber como o treinador sabia que o Rubélio foi um merecedor ganhador de uma cativa, portanto, não chegou a pagar o ingresso.
Scolari pode até tentar cortar o nosso barato, mas ele não conseguirá, não desta vez. Pelo menos até sua próxima aparição pública, pelo menos até semana que vem, tá “tudo” “tranquilo”. Por enquanto, estamos vencendo. Ganhou o Galo, ganhou Bibi, ganhou toda a Massa. A alegria, a leveza, a felicidade, o amor e a juventude a tudo vencem! Vence a implicância, a antipatia, o Ipatinga, pode até vencer o América, o campeonato….
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Não poderia encerrar o texto sem dizer que, independente das cores que vestimos, do canto que cantamos, independente se o propósito era esse mesmo, independente de quem seja, pelo certo ou pelo errado, o futebol é a nossa vida. O torcedor pode dar a vida pelo seu time, mas a vida dele não pode ser tirada em nome do seu “time”. Já é tão “natural” que foi banalizado. Ninguém mais se choca, ninguém mais se indigna.
Eu sei que não é preciso motivo, mas a Federação sabia que a última rodada deveria ser disputada com todos os jogos simultaneamente. Os Clubes sabiam. Não dá nem para “parabenizar” os envolvidos, pois já aconteceu antes, acontecerá novamente.
A paz na terra. Amém.
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* Este texto é opinativo, de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal Fala Galo.