Não foi a melhor versão do Galo, mas já vimos alguma coisa que gostamos. Coudet prometeu e cumpriu

Por: Hugo Fralodeo
Demorou 71 dias entre um jogo e outro, mas o Galo voltou com tudo. Num roteiro que os deuses do futebol escrevem só para o Atlético, no primeiro jogo da temporada rolou de tudo: gols do artilheiro, precipitações (queda de águas dos céus e de chances de gol), reforços em campo, paredão falhando e se redimindo, Horto lotado, queda de luz, gente indo bem, gente indo mal, gente que parece ter jogado no Atlético a vida inteira, falha da defesa, emoção, paixão, lágrimas…. Enfim, simplesmente um jogo de futebol jogado pelo Clube Atlético Mineiro.
Foi o início da temporada, início da caminhada rumo ao tetra Mineiro, início da passagem de caras novas e também o início da Era Coudet. E Chacho deu um show a parte. Jogou junto com as arquibancadas do Horto e seus comandados, tomando tanta chuva na cabeça, que tô com medo dele ter arrumado um resfriado e não conseguir dar o treino na segunda.
Brincadeiras de lado, o que Chacho mais me mostrou em seu primeiro jogo à frente do Galo foi que se trata de um cara ponta firme. Disse que não seria a melhor versão do seu Atlético, mas que já poderíamos ver alguma coisa. Dito e feito. Como o próprio disse, está longe do que poderá vir a ser, como já foi possível enxergar o que ele imagina que esse vir a ser será. Aliás, confere também que vimos coisas que a gente gosta. E detalhe, até a coletiva do cara foi bacana.
É muito cedo para falar do coletivo, mas já há ali um conceito das ideias do jogo de Chacho, que disse que sua maneira de pensar futebol vai ao encontro dos clubes populares como o Atlético. Também é difícil falar das individualidades, mas é notório que o comandante realmente mobilizou a turma para ter entranhada na mentalidade a ideia de correr da primeira à última bola, e que nós nos identificamos com isso.
Mesmo sempre ponderando que nenhuma impressão é definitiva, as primeiras impressões realmente marcam. Particularmente, posso dizer que o jogo atendeu às minhas expectativas. O tal roteiro escrito pelos deuses do futebol que Chacho dirigiu da forma exata que ele vislumbrou ao ler, realmente me agrada.
Mas eu estou realmente impactado com o fato de um treinador de futebol ter cumprido à risca algo que prometeu. Coudet, por favor, meu professor, não me deixa eu me iludir….
Foto: Pedro Souza/Atlético