Galo na Copa: 2010, Cáceres e a “partida de infarto” contra a Espanha

Por: Wemerson Manoel
No futebol, sabemos que um detalhe em uma partida pode mudar a história. Na Copa do Mundo de 2010, disputada pela primeira vez no continente Africano, tivemos vários exemplos dessa magia do esporte bretão. Hoje, lembraremos como o Paraguai de Júlio César Cáceres – que disputou a Copa como jogador do Galo -, naquela que ficou conhecida como “partida de infarto”, quase tirou a chance de título da geração mais talentosa da Espanha, que lenvantaria a Copa do Mundo poucos dias depois.
O jogo valia vaga em uma das semifinais daquela Copa, jogada na África do Sul. E foi um drama completo no Ellis Park, em Joanesburgo. No placar, vitória por 1 a 0 para os espanhóis, com doses incalculáveis de sofrimento. A seleção paraguaia teve o triunfo nas mãos, mas faltou competência para aproveitar a chance de matar os favoritos. O pênalti desperdiçado por Óscar Cardozo ainda hoje gera lamento entre paraguaios e alívio para os espanhóis, na lembrança de um duelo agonizante, que Júlio César Cáceres testemunhou, como ilustre espectador, do banco de reservas.
Além de emoção, a partida teve lances polêmicos envolvendo a arbitragem. Aos 40 minutos, o lance mais questionado da primeira etapa: o gol anulado do Paraguai. Valdéz recebeu dentro da área e mandou para o fundo do gol, mas a arbitragem marcou impedimento. Porém, a posição era legal, já que o atacante estava na mesma linha do penúltimo defensor espanhol.
No segundo tempo, em bola dividida na área, dessa vez a marcação do tiroo penal foi para a Espanha. Bola na marca da cal e gol do volante Xabi Alonso, anulado devido a invasão na área. Na segunda cobrança, Villar fez grande defesa e, no rebote, a Espanha teve nova chance de marcar, mas a defesa paraguaia salvou em cima da linha. No lance, os espanhóis reclamaram nova penalidade, mas a arbitragem não marcou. O Jogo terminou mesmo com vitória da Fúria – com gol de David Villa, aos 38 da segunda etapa -, que avançou para as semifinais.
Após o apito final, os paraguaios caíram em lágrimas. Inclusive, Óscar Cardozo precisou ser consolado pelos atletas espanhóis. Era a última vez que Cáceres vestia a camisa de sua seleção e também o último jogo do Paraguai em Copas do Mundo, já que não conseguiram se classificar para os mundiais seguintes.
Diferente de 2002 e 2006, quando foi titular absoluto ao lado de Gamarra, outro zagueiro consagrado, também dono de história no Brasil, Cáceres não teve muitas oportunidades durante a Copa de 2010, indo a campo apenas no empate sem gols com a Nova Zelândia – sua última das 66 partidas por seu país -, válido pela fase de grupos.
Pouco depois, no início de janeiro 2011, Cáceres rescindiu seu contrato de forma amigável com Atlético, após uma temporada abaixo do esperado, com apenas 26 jogos e sem o brilho de sua primeira passagem. Contratado em janeiro de 2010, Júlio chegou com muita esperança de repetir as atuações de cinco anos antes, quando, apesar de ano tenebroso do Galo, individualmente, o zagueiro recebeu os troféus Guará e Telê Santana, ficando em terceiro na corrida do Bola de Prata do Brasileirão de 2005 e caindo nas graças da Massa.
Em 46 jogos com o Manto, Júlio César Cáceres López marcou três gols e fez parte da conquista do Campeonato Mineiro de 2010.