Categorias de Base: Prioridade ou Segundo plano?
Por: Davi Salgueiro
Com o fim de mais uma temporada, o foco de grande parte da torcida se vira para o mercado do futebol profissional. Acredito, porém, que também seja hora de falar sobre as categorias de base do Atlético.
Se tratando de resultados das categorias de base de “maiores”, podemos dizer que o Sub-20 e o Sub-17 tiveram um ano bastante decepcionante.
O Sub-20 teve os seguintes resultados:
Já o Sub-17 teve os seguintes resultados:
Referente ao desenvolvimento de jogadores para o elenco profissional, acredito que seja o primeiro ano em muito tempo que não há nenhum jogador realmente pronto pararealmente compor o elenco profissional. Essa é a realidade na minha opinião. Mas isso não quer dizer que não tenhamos jogadores nas duas categorias que podem se desenvolver e se tornarem jogadores do elenco profissional, pelo contrário, os melhores jogadores sub-17 e sub-20 são bem jovens, ou seja, são jogadores para daqui 1 ou 2 anos (cito aqui o Yan, o Vitinho, o Caio Ribas, Pedro Athaíde, Alisson Santana e por aí vai)
Mas aí entra outro problema gravíssimo que encontramos no Clube Atlético Mineiro: O processo de transição. Quantos jogadores já se perderam nesse processo dentro do Galo? As vezes os jogadores sobem antes do momento correto, ou sobem num ambiente muito conturbado e com uma grande pressão, ou então, sobem apenas para ser a última opção do elenco para posição, ficando assim no banco e sem jogar durante um bom período.
Para mim, o processo de transição precisa ser o principal ponto de discussão dentro do clube. E essa discussão não envolve apenas a diretoria de base, mas também a diretoria do profissional, diretoria do clube e a torcida. É muito fácil a torcida cobrar oportunidade para os jogadores da base, mas na primeira falha, pedir reforços para a posição desse jogador. Ou então, na pré-temporada, cobrar reforços para o elenco, deixando os garotos sem espaço para jogar.
No aspecto administrativo, ou seja, fora dos campos das categorias de base, outros questionamentos precisam ser feitos, principalmente questionamentos em cima de promessas feitas pela diretoria no começo dessa temporada de 2022.
No Galo Business Day de 2022, o Erasmo Damiani prometeu que o clube aumentaria para 40 o número de observadores das categorias de base. Estamos no fim do ano e… Esse aumento não ocorreu. E se ocorreu, cadê a transparência para a torcida de quem são os observadores e qual a qualificação de cada um deles?
Aliás, transparência é algo que não existe nas categorias de base do clube. Não há publicidade sobre quais jogadores compõem cada categoria, não há transparência sobre a qualificação dos profissionais de cada categoria, não há informação sobre a maioria dos resultados da base, enfim. Isso reflete até na percepção da torcida, aonde por exemplo, a categoria Sub-15 foi campeã mineira em cima dos rivais e grande parte da torcida não teve o menor conhecimento sobre isso. Lembrando que o Erasmo Damiani assumiu com a promessa de focar nas categorias menores, que exatamente vão até o Sub-15.
Na minha percepção, a base parece ser uma nota de rodapé para a atual administração do clube, o que é um erro grotesco, já que uma base bem administrada e que rende bons jogadores para o profissional poderia ser a completa salvação financeira do clube, basta ver as vendas que Palmeiras e Flamengo andam fazendo atualmente. Também não precisa ir longe pra ver que clubes como Grêmio também revelam mais jogadores que a gente (mas, na minha opinião, erraram no timing de algumas vendas).
Se o clube quer ser viável financeiramente, a base então precisa ser melhor cuidada. Precisa de mais investimentos. Precisa de mais transparência e atenção.
Chega de tratar a base como um setor que não merece investimento. Chega de tratar como uma nota de rodapé. A base precisa ser uma prioridade do Clube Atlético Mineiro.
*TEXTO OPINATIVO, COM ISSO, NÃO REFLETE, NECESSARIAMENTE, O PENSAMENTO DO PORTAL FALA GALO*