Milito explica Atlético com ‘um zagueiro’ e analisa vitória no clássico

Por Hugo Fralodeo
21 abr 2024 12:24
“Nó tático”? Futebol ofensivo? Amplo domínio, intensidade, superioridade, criatividade e inventividade? Temos. Tudo isso você encontra no Atlético de Gabriel Milito, que nesse sábado (20), teve grande exibição na avassaladora vitória sobre o Cruzeiro, lavando a alma com o primeiro triunfo sobre o rival na Arena MRV.
🐔 Aqui não! Galo se impõe, domina o rival e vence primeiro clássico na Arena MRV!
O treinador argentino surpreendeu logo na escalação, que tinha apenas Jemerson como zagueiro de origem. Ao lado do defensor, o lateral-direito Saravia, que já nos acostumamos a ver na primeira linha de três defensores, e o volante Battaglia, que retornou de suspensão pela expulsão no empate sem gols com o Corinthians, na estreia no Brasileirão, quando já havia atuado na zaga.
Na entrevista coletiva após a partida, o Mariscal, além de comentar o que viu na partida, explicou o que pretendia com a formação inicial que mandou a campo e por que as peças foram dispostas de tal maneira.
“Battaglia como zagueiro era muito importante para a fase de início do jogo e também porque Matheus Pereira havia jogado a partida anterior de falso nove. Então, queríamos que Battaglia subisse para controlar o Matheus Pereira. Poderia ter jogado um zagueiro de origem, mas isso de subir ao meio-campo, sentimos que, com Battaglia, iríamos fazer melhor. Na fase de construção, quando um volante passa a jogar como zagueiro, ele tem muito mais calma e tranquilidade, porque sabe que não tem adversários atrás. Se joga de volante, teria que jogar de costas, tem a pressão dos volantes. Queríamos jogar mais de frente e que nos desse esse bom início com a bola. Esse foi o motivo. Entendo que Battaglia é um jogador que pode adaptar-se perfeitamente a essa posição, como havia feito contra o Corinthians”.

“Queríamos insistir hoje com essa posição de Battaglia, ter Otávio e Alan (Franco) como volantes, Paulinho e Zaracho na frente, para dar profundidade e muita amplitude, com Gustavo (Scarpa) pela direita e Arana pela esquerda. Tem um pouco a ver com a disposição do adversário em campo. Sem perder nossa forma e estilo, mas vamos decidindo como jogam os adversários, tanto na parte ofensiva como na parte defensiva”.
Depois de uma primeira etapa soberba, quando abriu 3 a 0 com certa facilidade e colocou o rival nas cordas, o Galo voltou do intervalo um pouco mais postado, com um ritmo um pouco mais baixo, como tem sido constante na era Milito. Segundo o comandante, nesse jogo específico, a mudança na organização do rival influenciou o jogo do Alvinegro. No contexto geral, ele acredita que o tempo de trabalho permitirá que o time tenha uma maior regularidade e consiga dominar a partida por completo:
“Hoje saiu muito bem. O primeiro tempo foi muito bom, tivemos muita contundência de frente para o gol, que foi algo que nos faltou na partida contra o Criciúma. Hoje, sim, tivemos um bom jogo, contundência, porque é importante fazer gols. (…) No segundo tempo, tivemos que jogar um pouco mais no contragolpe e, no primeiro tempo, tivemos muito mais autoridade, outro posicionamento, um jogo de alto nível. (…) Nossa intenção é dominar e controlar o jogo os 90 minutos. O primeiro tempo foi muito bom e se deu a partida que imaginávamos previamente, por como o Cruzeiro vinha jogando. No segundo tempo, mudaram sua organização tática, passaram a jogar com linha de cinco, de três zagueiros, aí tivemos um momento para adaptar-nos e demorou um tempo. Depois, logicamente, a equipe que está perdendo avança e tenta marcar gols, e a equipe que está ganhando tenta controlar e sair em contragolpe”.

“Não é o que mais gosto, mas nos falta tempo de trabalho. Tivemos, praticamente, sete jogos em 21 dias. Muitos jogos e poucos treinamentos, mas a equipe joga melhor a cada dia, mais como queremos e mais como eu sinto. Eu tento transmitir e convencer os jogadores a jogarem desta maneira, sobretudo porque sei que, com esses jogadores, posso fazer. Contamos com jogadores de muita qualidade. (…) Pouco a pouco vamos conseguindo essa regularidade de sermos dominantes 90 minutos. Sei que é muito difícil, por isso trabalhamos”.
Mais uma vez contente pelo rendimento, Milito dessa vez também celebra o resultado, principalmente pela importância do clássico e por como ele foi construído. Entretanto, o treinador ainda acredita que há margem para melhora:
“Estou muito contente pelo rendimento e pelo resultado, mas, com certeza, sempre há coisas para melhorar. Não está tudo bem por ter ganhado e não estava tudo mal por ter empatado com o Criciúma. Nos analisamos a partida contra o Criciúma, e a sensação era muito boa. Fomos melhores. Nos faltou marcar um gol para dar tranquilidade, mas o jogo foi muito bom. Hoje, que ganhamos, também há coisas para melhorar e corrigir. Todas as partidas te deixam algum aprendizado. Eu e os jogadores temos que aprender com as diferentes situações que vão ocorrendo para sermos melhores. Era muito importante ganhar o clássico, principalmente da forma que fizemos”.
O baile sobre o rival também foi a primeira vitória do Atlético no Brasileirão, que chega a cinco pontos somados na tabela de classificação. O próximo compromisso pelo nacional é no sábado (27), diante do Cuiabá, às18h30, na capital mato-grossense, em jogo válido pela quarta rodada do certame. Antes disso, porém, Milito e seus comandados entram em campo pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores, na terça-feira (23), às 21h, fechando uma sequência de três partidas na casa da Massa.
–
Siga o Fala Galo: X/Twitter, Instagram, Threads, YouTube, Google Noticias, WhatsApp e Telegram.