Em nota, LFF diz que CEO do Atlético apresentou “informações falsas” em coletiva

Por Hugo Fralodeo
A mudança do Atlético da Liga Forte Futebol (LFF) para a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) segue rendendo mais capítulos. Após Marcus Salum, presidente do América, afirmar que Sérgio Coelho quase renunciou à presidencia do Galo devido a um desgaste por conta da atitude. A LFF, que apelou ao Conselho Deliberativo do Alvinegro para que a posição fosse revista, emitiu nova nota na noit desta segunda-feira (17), onde rebate informações passadas pelo CEO do Atlético, Bruno Muzzi, que concedeu entrevista coletiva e tratou do tema na última quinta-feira (13).
Em meio a esclarecimentos acerca do processo de transformação do Atlético em SAF, o CEO foi questionado sobre a mudança de lado pelo Clube, então apresentou argumentos para tal decisão:
“O Atlético passa a receber R$ 100 milhões (por 12,5%) na Libra, enquanto receberia R$ 203 milhões (por 20%) na LFF. Os direitos de transmissão do Brasileiro valem hoje R$ 2,3 bilhões, tirando 12,5%, sobram R$ 2 bilhões e o bloco comercial da Libra vale R$ 1,5 bilhão, enquanto a LFF vale R$ 500 milhões. O Atlético tem aproximadamente 6% desse R$ 1,5 bilhão, que são R$ 125 milhões, na LFF seriam R$ 75 milhões. Então, logo no primeiro ano, teria uma diferença de R$ 50 milhões, e isso se perpetua por 50 anos. Se houver maior valorização dos direitos de transmissão, que é o que todos acreditam, esses valores se acentuam ainda mais. O Atlético optou em olhar nesse médio/longo prazo, pós 2025, para tomar sua decisão. Nós não estamos olhando no curtíssimo prazo. O que a gente precisa trabalhar é para que tenha união entre os dois grupos, e a LFF foi fundamental. Se não houvesse o trabalho do Sérgio, isso jamais aconteceria”.
No entanto, de acordo com a Liga Forte Futebol, os pontos passados por Muzzi são informações falsas, dá seu ponto de vista e pede uma “uma discussão saudável seja realizada sempre através de fatos para que todos envolvidos no processo, em especial, os torcedores possam emitir suas opiniões e análises”.
Confira a nota da LFF na íntegra:
“A Liga Forte de Futebol (LFF) tem a responsabilidade de esclarecer informações equivocadas que foram divulgadas recentemente sobre as propostas da Liga Forte Futebol e da LIBRA e sobre o valor dos direitos de transmissão dos jogos do Brasileirão.
Em relação aos pontos apresentados por Bruno Muzzi, CEO do Atlético, em uma entrevista coletiva recente, gostaríamos de esclarecer:
‘Bruno Muzzi: Na Forte eles continuaram pagando um valor para ter 20% dos direitos e na Libra 12.5%. E nisso, o Atlético passa a receber 100 milhões de reais na Libra e 213 milhões de reais na LFF.’
Os valores precisam ser analisados sob a mesma base para garantir uma comparação justa. A proposta dos Investidores da LFF é 28% superior à proposta da Libra. Ou seja, se o Atlético vender 12,5% de seus direitos para a Libra, o clube receberá R$99 milhões. No entanto, se o Atlético vender a mesma porcentagem para a LFF, o clube receberá R$126 milhões.
A pergunta que fica no ar é: por que os investidores da Libra oferecem ao Galo um valor menor do que os Investidores da Liga Forte pelo mesmo percentual?
‘Bruno Muzzi: Quanto valem os direitos da Série A? R$2,3 bilhões bruto. Usando os 12.5% vale R$2 bilhões líquido. Se pegar os times da Libra e da Forte, quanto vale? R$1,5 bilhão Libra, R$500 milhões vale a Forte.’
A divisão de valores mencionada acima é falsa. Os clubes da LFF recebem um valor total de R$925 milhões, quase o dobro do valor citado e 48% do valor total dos direitos. É fundamental que o debate ocorra com informações corretas. Opiniões sobre o futuro podem divergir, mas os números de contratos passados não deveriam ser divulgados incorretamente para justificar uma decisão.
‘Bruno Muzzi: O Atlético tem, nos critérios de distribuição da Libra, aproximadamente 6%, equivalente a R$125 milhões. Na Forte, por esses 6%, receberia R$75 milhões. Logo no primeiro ano teria diferença de R$50 milhões. E isso se perpetua por 50 anos’
A informação é falsa. No cenário de valor atual dos direitos, o Atlético-MG pelo modelo da Libra receberia R$110 milhões, enquanto na LFF este valor seria de R$122 milhões. Além disso, a diferença para o clube de maior receita seria de R$162 milhões na Libra e apenas R$28 milhões na LFF.
Diante dos fatos acima, a LFF reitera que uma discussão saudável seja realizada sempre através de fatos para que todos envolvidos no processo, em especial, os torcedores possam emitir suas opiniões e análises
Atenciosamente,
Liga Forte de Futebol (LFF)”.