6 de outubro – Raquítico para o rival e namorador das estrelas – Nesse dia de Galo, Edivaldo, também conhecido como Pepe Legal, estreava no Atlético

O galã dos anos 80 que viveu 60 anos em 30 de vida
Por: Betinho Marques
Nesse dia de Galo, Edivaldo estreava com o manto Alvinegro na derrota por 2 a 1 contra o Democrata-GV, em 1982. Nascido no dia 13 de abril de 1962, em Volta Redonda (RJ), Edivaldo viveu sua melhor fase nas mãos do técnico Telê Santana no Atlético, e Cilinho no São Paulo.
Alegre, bom de bola e galã da década de 80, Papagaio, apelido que se justifica pelas brincadeiras nas concentrações por onde passou, Edivaldo namorou as filhas de Silvio Santos (Cíntia), Roberto Carlos (Ana Paula) e até uma assistente do programa “Viva a noite” de Gugu (Mariette).
Rejeitado no Cruzeiro e substituto de Éder
Edivaldo começou a jogar com oito anos na Associação Esportiva e Recreativa USIPA, em Ipatinga. Com 11 anos, foi para Belo Horizonte, mas acabou rejeitado pelo Cruzeiro que considerou o garoto “raquítico”.
No Galo, a sorte foi maior e ficou no time de aspirantes, porém, sabia que ia ter poucas chances enquanto a estrela Éder Aleixo estivesse no clube. O Alvinegro o emprestou por um ano para o Taquaritinga-SP. Retornou ao Atlético em 1984, após Éder se desentender com a diretoria.
Seleção
Foi pelo Galo que recebeu a convocação de Telê Santana para a Copa de 1986, após vencer os títulos estaduais de 1985 e 1986, mas não chegou a jogar. Sua melhor atuação no México foi alegrar a concentração imitando Cid Moreira e dando fim às resenhas com o “boa noite” famoso do âncora do Jornal Nacional da época.
Em 87, Edivaldo foi contratado pelo São Paulo e vivia o auge da carreira – conquistou os paulistas de 1987 e 1989 -. Pepe Legal também jogou no Puebla do México e Palmeiras, respectivamente, em 1990 e 1991.
No fim de dezembro de 1992, Edivaldo tinha assinado contrato com a Panasonic, do Japão. Papagaio seria jogador do Gamba Osaka da terra do sol nascente.
De férias, Papagaio passou as festas de fim de ano de 1992 com a família em Ipatinga. Chamado para um jogo festivo em Cesário Lange, no interior de São Paulo, a organização queria que ele dormisse na cidade após o evento, mas Edivaldo decidiu retornar para São Paulo ainda na madrugada.
O acidente
Edivaldo não bebia, mas naquela noite de 13 de janeiro de 1993 chovia muito e havia pouca visibilidade. Próximo das 3h da manhã, no sentido interior-capital da Rodovia Castello Branco, o Tempra do ótimo jogador colidiu com a parte traseira de um caminhão que carregava lenha. Edivaldo estava sozinho no carro e morreu no local.
Ainda hoje, 30 anos depois, a família contesta o acidente na justiça, já que, numa correspondência da Fiat recebida pelo atleta, havia uma necessidade de fazer recall nos freios.
Edivaldo, segundo sua mãe, viveu apenas 30 anos, mas com a intensidade de 60. Ao longo da carreira, Pepe saiu da ponta-esquerda, foi para o meio-campo, depois para o centro do ataque.
Um craque, o galã da época, o pão-duro que fazia investimentos, o Papagaio das resenhas deixou ótimas lembranças por onde passou e até hoje é lembrado por torcedores do Galo e São Paulo com muito carinho.
FICHA TÉCNICA:
Edivaldo Martins da Fonseca
Nascimento: 13/04/1962 (Volta Redonda-RJ)
Falecimento: 13/01/1993 (Boituva-SP)
Posição: Ponta-esquerda
No Galo: 164 jogos – 27 gols (1982, 1984-1987 e 1991-1992) – campeão Mineiro em 1985, 1986 e 1991
Clubes: Taguatinga, São Paulo (Campeão Paulista em 1987 e 1989), Puebla-MEX e Palmeiras
Fontes de consulta:
terceirotempo.uol.com.br; galodigital.com.br; wikipedia.org.br; uol.com.br/esporte/especiais/o-homem-que-viveu-dobrado