Sérgio Coelho sinaliza retorno da Sul-Minas, mas pondera sobre calendário apertado

Por: Hugo Fralodeo
Presente na sede da CBF nesta quarta-feira (24), para o primeiro Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, o presidente do Atlético, Sérgio Coelho, comentou sobre a possível volta da Copa Sul-Minas, competição que contou com os clubes dos estados da região sul e de Minas Gerais, e teve três edições disputadas entre os anos de 2000 e 2002.
Coelho sinalizou ser à favor da volta da competição, que segundo ele, algo que já foi tentado para o próximo ano, destacou o aperto no calendário, prevendo que, caso seja viável, a competição volte a ser organizada em 2024:
“É preciso tentar organizar juntamente com os campeonatos regionais, que também achamos muito importantes. O calendário é apertado, esse é o grande desafio. Nossos assessores dos clubes trabalharam durante os últimos meses para tentarem trazer a Sul-Minas para o ano de 2023. Mas, pelo que fiquei sabendo hoje, houve uma reunião na CBF e é possível que isso seja organizado para 2024”.
COPA JÁ TERIA PLANEJAMENTO E ATÉ FÓRMULA DE DISPUTA
Segundo o portal UOL Esporte, a proposta para o retorno estaria em vias de ser discutida e já teria até fórmula de disputa. O projeto é encabeçado pelo empresário Marcelo Campos Pinto, executivo ex-Globo, que negociou os últimos contratos de transmissão do Campeonato Brasileiro à serviço da emissora, atualmente sócio da empresa Sportsview, que tenta viabilizar a competição.
A proposta seria para a disputa da Sul-Minas em 11 datas e com a participação de 12 clubes, sendo três de cada estado representante: Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O critério para escolher os representantes da primeira edição seria respeitando o Ranking Nacional de Clubes, feito pela CBF. A partir da segunda edição, os clubes seriam classificados de acordo com o desempenho na edição anterior. Os dois melhores classificados de cada estado seriam classificados diretamente, enquanto a terceira vaga seria do melhor time do estadual.
Os 12 clubes seriam divididos em dois grupos de seis e fariam seis jogos no formato grupo x grupo, com os quatro melhores de cada chave indo ao mata-mata, que teria quartas e semis e ida e volta, com a finalíssima sendo disputada em jogo único e campo neutro.
CALENDÁRIO
O grande empecilho para a volta da Sul-Minas, claro, é o calendário. Para contornar o choque de datas, os times participantes da Sul-Minas iriam direto para as fases finais de seus respectivos campeonatos estaduais.
Os três times de cada estado representado na Sul-Minas se juntariam aos cinco melhores classificados da primeira fase dos estaduais, já para a disputa das quartas de final, posteriormente das semifinais, ambas no formato ida e volta, e a final, essa em jogo único.
Esse encurtamento dos estaduais seria o maior entrave entre os donos da proposta e as federações, que temem o esvaziamento e ainda maior enfraquecimento de suas competições.
‘DINHEIRO DO JOGO’
A Sportsview acredita que consiga vender a competição para emissoras de TV em dois pacotes, com 18 jogos exclusivos cada e a final, além do Pay Per View, com todos os jogos, é um pacote de highlights.
Do valor total arrecadado, depois da dedução dos custos de transmissão, 80% do lucro seria repassado aos clubes participantes e os 20% restantes às quatro federações.
Além disso, também já há planos para a comercialização de placas de publicidade, além de outras propriedades, que poderiam ser vendidas pelas federações.
Sem ainda haver qualquer contrato fechado, a Sportsview projeta três blocos com quatro clubes cada para a remuneração. No bloco principal, se estima que cada clube receba pelo menos R$ 9 milhões, caso a expectativa mínima de receitas seja atingida. A partir da segunda edição, a divisão seria por um ranking próprio do torneio, também como um meio de evitar a desvalorização da Sul-Minas.