Presidente da comissão de arbitragem da CBF comenta lances de Atlético x Palmeiras

Dirigente explicou a não marcação de pênalti a favor do Galo e a anulação do gol de Rony
Por Hugo Fralodeo
No empate por 1 a 1 entre Atlético e Palmeiras, no último domingo (28), além de muita intensidade e disputa no Mineirão, o jogo ficou marcado pelas polêmicas da arbitragem. Consenso só que nenhum dos dois lados ficou totalmente satisfeito, sobretudo em relação aos dois principais lances mais importantes: o gol invalidado de Rony e a não marcação de um pênalti para o Galo após a bola bater na mão de Marcos Rocha dentro da área.
Nesta terça-feira (30), Wilson Seneme, presidente da comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), comentou os dois lances, explicando as decisões da arbitragem.
Gol anulado
Logo aos 7 minutos da primeira etapa, Gustavo Gómez lançou a bola do campo de defesa do Palmeiras e encontrou Rony, que disputou a bola com a defesa do Galo. Depois do perde-ganha, o atacante palmeirense virou uma bicicleta e acertou o ângulo de Everson. No entanto, após revisão do Árbitro de Vídeo, o gol foi anulado.
Primeiro, Seneme sanou a dúvida pela escolha da câmera utilzada para a análise. De acordo com o dirigente, os árbitros trabalham com as imagens disponibilizadas pela emissora dententora de direitos da transmissão:
“Alguem pode perguntar por quê não colocou uma câmera mais em linha reta. A transmissão é que dá os ângulos que o VAR pode usar. O limite do VAR está dentro disso. A única câmera além da utilzada na análise que pegaria um vsual melhor para essa jogada seria a câmer do meio-campo. No momento do passe, não há dentro do quadro os jogadores que estão disputando a bola. A limitação desta câmera impede o uso dela. Por isso foi buscado o recurso da outra”.
Contudo, o chefe da arbitragem conta que o software utilizado no VAR corrige a imagem para que a linha fique reta em relação aos jogadores no lance:
“O software corrige como se a câmera estivesse em linha reta com os dois jogadores (Rony e Nathan Silva). Por isso, o árbitro trabalhou com o que podia, dentro do que tinha e de maneira correta”.
Então, Seneme analisa o lance e mostra que o atacante palmeirense realmente estava em posição irregular no momento do passe:
“Nós podemos observar que tem um espaço entre a linha traçada no ombro do Rony e a linha que está no Nathan Silva. Isso caracteriza o impedimento. Por mais que seja um golaço, e realemente é, essas marcações nos garantem que a revisão foi muito bem feita e o gol teve de ser anulado”.
Pênalti não marcado
Do lado Atleticano, o grande motivo de reclamação foi um pênalti que não teria sido marcado a seu favor. Na segunda etapa, quando o placar já marcava 1×1, Hulk recebeu a bola na entrada da área e arrematou, após um desvio, a bola acabou pegando na mão de Marcos Rocha.
O árbitro de campo entendeu como lance normal e a cabine do VAR teve teve bastante tempo para analisar, uma vez que o Atlético teve uma posse de bola estensa e o jogo demorou a ser paralisado.
Analisando o lance, Seneme primeiramente explica que o movimento de rocha foi considerado como natural, pois, de acordo com a arbitragem, o braço do lateral só abre por conta do impacto da bola:
“As jogadas de mão sempre são muito polêmicas, mas para nós, neste caso não. Já vimos como referência, o movimento natural ou antinatural. O jogador do Palmeiras recolhe os braços para proteger o seu corpo, o que seria o movimento natural. Ela pega na mão dele, é verdade, mas o braço só abre em função do impacto da bola, de tão forte que foi”.
“Se ele estivesse já com o braço aberto, aí poderia caracterizar a infração, porque ocuparia mais espaço, uma ação de bloqueio. Podemos justificar o movimento dentro das regras do jogo essa ação de defesa. Nada a marcar, corretamente a decisão do Bráulio. Ele demonstra isso para o Hulk, que reclamou do toque. É uma pena que a câmera ficou meio obstruída, mas era o que tínha para esse jogo”.