Chamado de mercenário, Cuca desabafa e nega ter voltado ao Atlético por dinheiro
Por: Hugo Fralodeo
Jogo pobre na criação, gols desperdiçados, bronca com o apito e derrota para um Botafogo que acertou no alvo apenas as duas bolas que entraram. A segunda-feira foi daquelas para o Atleticano. Quem também deixou o Mineirão magoado foi o comandante Cuca, que completou seu jogo de número 154 no Campeonato Brasileiro à frente do Atlético, tornando-se o treinador com mais jogos pelo clube na competição.
Entre vaias, objetos arremessados em direção aos jogadores e até um princípio de confusão no meio da torcida, os gritos de mercenário em direção ao treinador. Na entrevista coletiva pós partida, Cuca revelou a dor em ouvir tal palavra, desabafando e garantindo que não voltou ao Atlético por dinheiro.
“Tá me doendo no meu coração. Eu tenho 243 jogos pelo Galo e é a primeira vez que sou hostilizado. Pode me chamar de burro, qualquer nome, mas de mercenário, não. Eu não voltei para o Atlético por causa de dinheiro”.
Cuca ainda revela que recebeu outras propostas no tempo que ficou parado entre o final de 2021 e o meio de 2022, cumprindo o acordo que havia feito quando deixou o clube após as conquistas do Brasileirão e da Copa do Brasil:
“Eu posso ser burro de ter voltado. Deixei de ir para outros times grandes, não trai o Atlético. Quando eu saí, falei que ia cuidar do projeto e não iria pegar outro time. Só voltei para o Atlético porque eu senti que o Atlético estava precisando de mim. Eu não pensei em contrato, não pensei em nada. Então, quando te chamam de mercenário dói o coração”.
Concluindo, o comandante lembra seus melhores momentos no Atlético, dizendo compreender a dor do torcedor, apesar da mágoa pela situação:
“Mas eu sinto que não é a opinião do torcedor do Atlético, é do momento que vive e da derrota que agente teve. O jeito que eu fiz eles felizes muitas vezes, as grandes conquistas que a gente teve junto eu nunca vou esquecer: Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil, três Mineiros. Hoje não deu certo, eles poderiam ter me chamo de burro, incompetente, mas de mercenário doeu demais”.
*Foto: Flávio Tavares