Com Atlético ‘dentro do normal’, Felipão revela como está tentando mudar a forma do time jogar em relação ao ano passado

Por Hugo Fralodeo
10 mar 2024 11h11
A temporada não começou bem para o Atlético, é verdade, mas os resultados estão começando a aparecer. Invicto há seis partidas – período com quatro vitórias e dois empates – o Alvinegro largou bem na semifinal do Mineiro, neste sábado (9), superando o América por 2 a 0 na Arena MRV e revertendo a vantagem do Coelho.
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Em sua entrevista coletiva após a partida, Felipão, que disse ter visto uma partida “razoável para boa” de um Atlético “dentro do normal”, revelou que está tentando mudar a forma como a equipe joga em relação à reta final da temporada passada, quando teve seu melhor momento no comando do time, chegando ao terceiro lugar do Brasileirão.
De acordo com o treinador, o Alvinegro tem duas formas de jogar. Ele cita uma maior participação de Alisson para ilustrar uma dessas mudanças, que influencia na atuação do lateral-direito e permite que Paulinho e Hulk estejam mais próximos em campo:
“Nós temos duas formas, duas alternativas, mas nós estamos modificando a forma do Atlético jogar do ano passado. No ano passado, nós não tínhamos um ponta agressivo como o Alisson, que jogasse por aquele setor e tivesse dificuldade na marcação como ele tem. Hoje o Alisson foi muito bem no sentido de organização e dar tranquilidade ao Saravia. Fez aquela marcação pelo lado muito bem, melhor do que a gente vem trabalhando e imaginando, porque, quem sabe, ele já esteja acrescentando a suas condições técnicas, essa forma de ajudar seu companheiro na lateral”.

“Nós estamos tentando fazer um ajuste com o Hulk e o Paulinho, para que o Alisson tenha a oportunidade e ganhe essa oportunidade com qualidade. O Alisson é um menino e vai sentir nos jogos, vai evoluindo. Eu fiquei super satisfeito com ele hoje, pela forma como ele se comportou na ajuda ao Savaria. Aí, dá a nossa equipe amplitude pelo outro lado, tranquilidade para o Arana subir. Com o Alisson fechando aquela linha de quatro, nos ajuda a ter uma situação nova, com dois jogadores de frente que podem se procurar bastante. São situações que evoluem com os treinamentos, com as características dos jogadores sendo acrescentadas um ao outro e vamos recuperando o chão perdido”.
Durante boa parte da etapa inicial, o Galo utilizou muito o lado esquerdo do ataque, por onde construiu as jogadas dos dois gols da partida, muito por conta de uma maior liberdade para Guilherme Arana, que deu a assistência para Paulinho abre o placar e também participou do lance onde Hulk deu números finais ao jogo com seu centésimo gol pelo Atlético. Scolari explica por que isso aconteceu é que o papel do lateral-esquerdo muda de acordo com o que o adversário pede:
“Era onde nós tínhamos a melhor opção. Todas as jogadas com condições de trabalhar bem a bola foram do lado esquerdo. Tínhamos que aproveitar ainda mais o Arana do que aproveitamos. Eu estava insistindo bastante para o Jemerson virar o jogo no Arana, para que isso ocorresse. Numa dessas jogadas, a gente faz o primeiro gol e abre uma perspectiva melhor”.

“Vou aproveitar à medida que a gente vá enfrentar adversários que nos coloque em situações que o Arana possa jogar dessa forma. Às vezes, o adversário tem por ali alguém diferente, e nós temos que fazer uma recomposição ou mudar um pouquinho a caraterística do Arana, para que ele seja útil na equipe. Não vamos dar prioridade a este ou àquele jogador e sim à equipe. Jogar de acordo com a nossa e com a equipe adversária, para que a gente obtenha êxito”.
Tendo se acostumado a escalar um volante e um segundo homem de meio-campo, Felipão começou diante do Coelho com uma formação de meio-campo com Battaglia na frente da defesa, deixando Igor Gomes e Gustavo Scarpa mais soltos. Felipão diz que as dificuldades impostas pelo jogo do América o fizeram optar por essa configuração e indicou que continuará mudando o desenho de acordo com o nível de enfrentamento:
“Nós mudamos por conta do adversário e da dificuldade que tínhamos hoje. Nós estávamos em desvantagem e tivemos que propor uma situação melhor, mesmo correndo alguns riscos. Nos outros jogos, são os adversários que temos pela frente no Campeonato Mineiro. Se nós tivéssemos um adversário da Copa do Brasil ou Libertadores, íamos pensar um pouco se não jogar com dois volantes. São adaptações que são feitas para o momento”.
Com a vitória, o Atlético vai ao Horto, na semana que vem, com partida ainda pendente de confirmação de data e horário pela Federação Mineira de Futebol (FMF), podendo se classificar com um empate e até uma derrota pela diferença mínima. Para se classificar, o América deverá vencer o Galo por, no mínimo, dois gols de vantagem.
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