CBF divulga áudio da revisão do impedimento de Dodô no gol anulado de Vargas

Por: Hugo Fralodeo
Na noite da última terça-feira (8), a Comissão de Arbitragem da CBF divulgou atuação do árbitro assistente de vídeo (VAR) no lance do gol de Vargas, aos 12 minutos do primeiro tempo da derrota do Atlético para o Botafogo, no Mineirão, anulado por um impedimento milimétrico de Dodô, o autor do cruzamento para o atacante chileno.
Nas imagens e áudio disponibilizeis pela CBF, podemos observar que o árbitro assistente número 1, Michael Stanislau, no momento que Dodô recebe a bola, avisa ao árbitro de campo, Leandro Pedro Vuaden, que se tratava de um lance “ajustado”. Primeiramente, Vuaden decide por confirmar o gol.
Na análise protocolar na cabine do VAR, Daiane Caroline Muniz dos Santos (VAR) e Fabrício Porfírio de Moura (AVAR), primeiro analisam um possível toque na maio de Nacho, que caiu devido a um choque na origem da jogada e resvalou o cotovelo na bola, de forma não intencional.
Com o prosseguimento da revisão, o Daiane e Fabrício identificam o penúltimo defensor do Botafogo e qual parte do corpo do jogador seria a referência para traçar a linha, no caso, o quadril do atleta do Botafogo. Então, a cabine traça nova linha, desta vez com referência na cabeça de Dodô, identificando o impedimento do lateral do Galo. Daiane informa a “revisão factual” a Vuaden, que invalida o gol do Atlético.
ATLÉTICO NA BRONCA
Antes da coletiva pós partida do técnico Cuca, o lance foi mostrado pelo Atlético em um projetor na sala de imprensa do Mineirão. Ao falar sobre a partida, Cuca mostrou sua indignação com a anulação do gol, o que considerou um absurdo:
“Não quero aqui transferir responsabilidade, porque o VAR tem errado em muitos jogos. Ele veio para ser uma ferramenta para corrigir os erros e, bem no fim, estão procurando pelo em ovo. Na Europa, na dúvida, nem chamam o VAR. Nos nossos, eles conseguem achar o impedimento em uma bola assim. Isso é um absurdo”.
Cuca ainda revela que seus jogadores viram o lance no intervalo da partida e que a invalidação do gol foi algo preponderante para a derrota na partida:
“Aí, os caras veem no intervalo e você tem um trabalho enorme para acalmar o jogador, porque não é um impedimento para ser dado. Vão achar algum detalhe ou cabelo na frente. Estão tirando os gols e não é só com a gente. (…) São todos lances em que estão sendo tirados os gols. Estão mais preocupados em tirar os gols do que dar. É um lance capital. Eu não sou de falar isso, mas é um lance que define jogo. Define, porque você está numa tensão enorme. Você faz 1 a 0 jogando bem, a torcida vem ao seu favor. Quando você toma 1 a 0 aos 26 do segundo tempo, a torcida vem contra e, dificilmente, você vai reverter, porque a pressão aumenta muito mais em cima dos jogadores e de todos nós”.
*Imagem: Reprodução/CBF