O Galo existe, isso basta…
Por: Rodrigo Dangelo
Os 50 anos de espera, enfim, acabaram. Muitos já achavam que esse dia jamais se repetiria na nossa história. Também, naquele longínquo 19 de Dezembro de 1971, o primeiro campeão brasileiro parecia destinado a trilhar um caminho em que louros seriam colhidos repetidamente. Mas não foi o que aconteceu.
De lá para cá, fomos roubados, injustiçados, ou simplesmente alvo de roteiros inacreditavelmente azarados, como se os “Deuses do futebol” tivessem alguma teimosia pessoal conosco. Nos afundamos em crises e tormentas que pareciam não ter fim, ao ponto de irmos nos acostumando a comemorar pequenas vitórias que, analisadas em um contexto mais amplo do que é a competição esportiva, beiravam à mera mediocridade. Mas o atleticano sempre torceu pelo simples fato de ser, porque o Galo existe e isso basta. Os outros podem continuar a empilhar e ostentar suas taças como únicos semblantes de glória, ao mesmo tempo em que servem como véu para encobrir a própria decadência.
Ser atleticano é um estado de espírito que vem muito antes de qualquer conquista e nunca dependeu do ouro e da prata para existir. De fato, a espera finalmente acabou, e realmente ser campeão é bom demais. Mas ser atleticano é melhor ainda.
O Galo existe, isso basta!
FOTO: Pedro Souza / Atlético